Capítulo 18

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O dia escurecia e o sol se punha no horizonte, o céu azul dava espaço para a escuridão da noite e o calor agora era substituído pelo frio noturno. A mansão da família Carvajal já se encontrava bastante silenciosa em comparação daquela manhã agitada, os empregados já estavam em suas devidas casas descansando do longo dia, os empregados que ficaram como Silvina estavam em seus devidos aposentos e a família agitada já estavam devidamente confortáveis em seus quartos se preparando para dormir.

O silêncio era cortado apenas pelo barulho vindo do quarto de Eva, que estava com Lucia trancadas neles, o barulho era baixo porém Cecília que dormia no quarto da frente podia ouvir claramente cada som e fazia uma careta a cada murmúrio ou grunhido evitado. Ela que estava brincando com suas pelúcias em cima da cama, já começava a se incomodar com tais sons.

Já sem paciência ela caminha irritada pelo corredor e com mãos em punhos praticamente chuta a porta branca do quarto chamando a atenção do casal recém assumidos que logo pararam por breves estantes para escutar as palavras de fúria.

-Hey pombinhas, se vocês não perceberam já passou das dez da noite hora de criança está na cama, criança vulgo eu. Então por favor vamos parar de barulheira que vocês não são mudas, se eu ouvir outro grito eu tomo minha devidas providências. Estejam avisadas.

E saiu dali para o lugar mais tranquilo daquele andar com o seu aviso devidamente dado. Ela não era uma criança muito calma, era o cúmulo da impaciência e da agitação não conseguia ficar parada nem conseguia ficar calma em certos momentos, não era estressada mas também não era besta. Com o seu pijama branco de carneirinhos ela invadiu o quarto de sua mãe, a encontrando sentada apoiada na cabeceira lendo algo em seu celular concentrada o suficiente para não perceber sua invasão.

-Mamãe?- Cutucou a bochecha de Valentina chamando sua atenção para si, a fazendo arregalar os olhos olha-a sem entender.

-Achei que você ainda estava brava comigo- Murmurou Valentina encarando os doces olhos azuis, no qual a dona estava apoiando em seu colchão com metade do corpo para fora da cama.

-Estava mas isso é caso de paciência ou tampões de ouvido- Explicou arrancando risos de Valentina.

-Está bem, o que aconteceu dessa vez?

-A tia Eva e a madrinha voltaram a fazer aquele barulho, elas estão brincando de médico de novo será que ela não cansam? Parece cansativo para mim, porque elas ficam toda hora gritando assim- E começou a gritar sonoramente como ouvia no quarto frente ao seu.

-Ok, ok não precisa demostrar meu Deus do céu- Tapou a boca da filha com sua mão antes que ela continuasse.

-Eu posso dormir aqui hoje mamãe?- Perguntou inocente e fofa com um bela carinha que cachorro sem dono, impedindo Valentina de falar não.

-Tudo bem, minha bebezinha venha aqui- Levantou o edredom para que a pequena pudesse entrar embaixo dele, o que ela fez rapidamente se embrulhando nos imensos lençóis ao lado de sua mãe.

-Mamãe?

-Sim?

-Você não vai dormir agora?- Perguntou com apenas seus olhinhos brilhantes à mostra.

-Daqui a pouco meu amor, apenas feche os olhinhos ok?

-Tá bom. Mamãe?

-Fale.

-Você e a Juls vão se namorar como a tia Eva e a madrinha?- Valentina se engasgou pela segunda vez naquele dia e ficou vermelha.

-Eu acho que é um pouco cedo para falar sobre isso. Você não iria dormir?

-Você não gosta dela? Tipo como namorada?- Perguntou se levantando encarando Valentina que olhava a janela de sue quarto, onde refletia a luz a lua.

A simples pergunta a fez pensar por alguns segundos. Ela gostava de Juliana? A resposta estava clara, ela nunca havia sentido algo daquele jeito por mais ninguém, era complicado e ela ao menos sabia como definir era diferente de tudo que já havia passado com ela. Juliana a fazia sentir coisas novas e diferentes e do mesmo jeito que ela odiava isso ela amava e queria sentir cada vez mais. A pergunta era tão simples, mas a fazia sentir um embrulho no estômago de nervosismo.

-Eu gosto...mas é complicado- Sorriu triste para o nada.

-Não parece complicado para mim- Cecília inclinou a cabeça para o lado em sinal de que não compreendia algo.

-A vida sempre é mais complicada quando o assunto é romance, você ainda não entende isso você é muito nova para entender, mas quando estiver mais velha saberá a dor do coração.

-Para mim parece bem simples, vocês adultos que tem mania de complicar tudo.

Bufou se jogando na cama logo pensando em algo que talvez mudaria o rumo dos pensamentos de Valentina. Ela tinha um plano, havia acabado de tê-lo e o botaria em prática no dia seguinte, ela era persistente e não desistiria até juntar sua mãe e sua babá. Na sua cabeça parecia simples, elas combinavam e se davam bem, para ela isso era suficiente a ela sabia que em pouco tempo Juliana já havia feito sua mãe mais feliz do que em muitos meses. Ela tentaria até da certo, esse era seu primeira meta em sua lista, conseguiria nem que ganhasse milhares de castigos tentando.

CecíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora