16- "Carta de amor"

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Louis POV:

No meu quarto no Whitford Hotel, que é extremamente sofisticado, eu descubro que o papel de carta destinado aos hóspedes é azul. Aquele tom de azul-calcinha, a mesma cor que Nêmeses sempre usa. Isso deve ser um sinal, um presságio, ou algo assim.

Depois de um longo e hedonístico banho, no qual usei quase toda a sofisticada essência de banho oferecida para os hóspedes e bebi uma garrafa de vinho tirada do minibar, me sento na cama ampla e macia, mas na qual a ausência de Harry se faz sentir de forma dolorosa, com a minha caneta e as folhas de papel azul. Apesar do banho supostamente relaxante, eu me sinto confuso, sensível e um pouco agitado. Eu me sinto como se fosse a pessoa que tivesse passado por uma cirurgia no cérebro e fosse difícil processar todos os eventos e as emoções da semana anterior.

Eu anseio por Harry, mas me sinto ligeiramente culpado por ter pensamentos lascivos a respeito dele em uma hora como esta. Eu sei que estou sendo tolo, mas parece que é tão estranho e um pouco doentio ficar tendo fantasias sexuais a respeito de um homem que está convalescendo de uma operação séria.

E ainda parece mais pervertido me tocar pensando nele. Contudo, se recebi minhas instruções, e quem sou eu para discutir? Bem, não com ele...

Colocando de lado a minha caneta e o meu papel, a obra prima erótica ainda não iniciada, eu desato o espesso roupão branco fornecido com os cumprimentos do Whitford. Por baixo dele, estou nu. O quarto está morno e minha pele está rosada por causa do banho quente e um pouco brilhante devido à loção corporal enriquecida com vitaminas que espalhei sobre ela, imaginando que estava me preparando para Harry.

Fecho os olhos, tentando evocar a presença dele e, subitamente, é fácil. Em minha mente ele está comigo, inteligente e belo, vestido com uma roupa escura. O seu cabelo revolto, castanho como o de um cigano, está como era antes da cirurgia, e como voltará a ser. E ele consegue enxergar. Os óculos não obscurecem a picante magia nos seus olhos.

Mergulhando naquela magia, eu o imagino tocando o meu corpo, as pontas dos dedos percorrendo o meu peito enquanto estou deitado e inerte, como uma estátua concebida para o entretenimento dele. Ele investiga cada centímetro de pele que consegue alcançar, e então tira o meu roupão e explora cada recanto que estava coberto também. Ele se apossa de cada zona em que coloca as mãos. Os mamilos, a barriga, os quadris, as coxas, o sexo, tudo pertence a ele. E enquanto eu imagino o exame minucioso dele, também penso em como poderia descrevê-lo na minha carta.

Harry manipula meus mamilos, rolando-os entre os seus dedos e os polegares, fazendo com que eu me contorça e esfregue as minhas pernas uma na outra.

Ele enfia o dedo no meu umbigo, e é como se ele estivesse tocando o meu sexo.

Examina minhas nádegas e o que há entre elas, deitando me de costas e me fazendo revelar tudo para ele, e meu corpo arde tanto de prazer quanto de mortificação.

Ele brinca na cavidade do meu sexo, tocando com gentileza o meu pênis intumescido, a minha entrada.

E, quando termina, enfia dois dedos bem dentro de mim.

No mundo real, sou apenas eu, fazendo tudo isso e pressionando meu pau enquanto penetro e tomo impulso com os dedos, em uma patética imitação da presença dele dentro de mim. Porém, como estou fazendo isso por ele, o prazer se apossa de mim rapidamente e eu gozo, exclamando: "Harry!".

Isso tudo é rápido, difícil e desnorteador. O meu corpo está satisfeito, mas o meu coração e a minha mente se sentem desconectados e, de certa maneira, fora de sintonia, porque ele não está aqui.

Eu permaneço deitado, me acalmando, reafirmando silenciosamente para mim mesmo que isso é apenas temporário. Logo Harry vai estar bem e não apenas nós vamos poder ter uma transa real e deliciosa – e mais –, mas nós também vamos poder nos sentar e conversar e, no meu caso, pelo menos, colocar as cartas na mesa.

Mas estou impaciente. Quero me comprometer agora. Eu sei que isso é uma idiotice, mas que diferença faz?

Então, eu ato o cinto, acabo com o vinho, me sento na cama e pego a minha caneta e o folder de couro encadernado que contém o caro papel de carta do hotel.

E começo a escrever.

Caro Nêmeses, eu tenho uma coisa para contar. De uma parte dela você vai poder gostar, e de outra parte, não. Mas lá vai...

Estou em um quarto de hotel em Londres e acabei de me tocar. Eu gostaria de poder dizer que estava pensando em você, mas não estava. Não mesmo. Eu estava pensando em outro homem enquanto me tocava. O homem a respeito de quem falei em uma das nossas correspondências anteriores. Você sabe, o homem qualquer para quem resolvi mostrar o meu sexo? É ele.

Eu o conheci melhor e me apaixonei por ele.

Espero que você não esteja irritado.

Ele é lindo, inteligente e engraçado. E ele faz com que eu sinta todas essas coisas também. Com ele, eu me sinto como se fosse um deus. Exatamente como o deus que você também disse que eu era. Contudo, ele faz isso com o poder do seu toque, dos seus olhos, da sua voz, da sua risada... e do seu corpo incrível, quando me come e me acaricia.

Agora mesmo eu estava deitado aqui nesta cama, me tocando e imaginando que era ele. Estou usando um espesso e macio roupão de tecido atoalhado, mas soltei o cinto e ele se abriu um pouco, então deu para acreditar que ele estava examinando o meu corpo e o tocando. O olhar dele era como um fogo líquido correndo sobre mim, e o suave toque dos meus dedos tornou-se o dele, deslizando e explorando.

Ele me mandou tocar em todas as partes. Nos meu peito, e nos meus mamilos. Nas minhas coxas e na bunda, bem entre ela. E também entre as minhas pernas, no meu quente pau intumescido. Eu fiquei todo molhado só de pensar nele, sonhando com as suas mãos tão hábeis me examinando, os dedos dele mergulhados na minha umidade. Eu brinquei com o meu pau, assim como ele brinca, e enfiei os dedos dentro de mim, assim como ele faz.

E quando gozei, eu o fiz por ele, exclamando seu nome.

Espero que isso não deixe você chateado. Mas não consigo evitar, eu o amo.

Eu o amo por causa do corpo dele, e por causa do jeito como ele transa comigo, e brinca comigo. Eu o amo por causa da sua mente, porque ele é inteligente e brincalhão e incomum e como nenhum outro homem que conheci antes. Eu quero fazer coisas com ele, para ele e por ele, que eu nunca desejei antes. Coisas estranhas, que somente agora parecem ser maravilhosas e corretas.

Você consegue entender isso? Eu acho que você entende. Acho que você o conhece tão bem quanto eu. Acho que conhece a ele muito melhor do que a mim, e do que eu conheço você.

Me apaixonei e foi profundo, Nêmeses, e não há como escapar daquilo que é bem profundo, não há como voltar atrás.

E eu nem quereria fazer isso, mesmo que ele não me ame como eu o amo.

Será que algum dia vou enviar isto? Ou entregar para a pessoa a quem a mensagem se destina? De algum modo, acho que sim. Eu vou ser ousado. Eu vou ser corajoso. Vale à pena arriscar por ele.

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Penúltimo galera, já, já posto o ultimo.

Bjss.😘

Bem Profundo (Adaptação Larry)Onde histórias criam vida. Descubra agora