Dançar, é acompanhar o ritmo que a vida nos dá, é viver sem controlar os movimentos e ainda sim os ter sempre cronometrados. Viver é dançar a música da vida, sem passos certos, sem caminhos corretos. Ganhar ou perder faz parte do que se é como humano, seja na dança ou no simples fato de ser alguém. Seus altos e baixos, seus saltos e suas quedas, sempre motivando a seguir a diante e jamais parar, independente do resultado.
– Regina... – Robin chegou tarde em casa perguntando pela esposa. – Regina, você já está dormindo? – Entrou no quarto e viu a morena deitada encolhida no seu lado da cama. – Cookie...
– O que foi Robin? – Sonolenta, olhou no relógio e viu o quão tarde era. – São quase uma da madrugada Robin, me deixe dormir.
Robin já estava indignado em ver sua esposa ali, sempre daquela forma, sem o sorriso que tanto amava ver. A perda faz o coração sangrar de uma forma incontrolada e para Regina esse sangue não seria estancado tão rápido.
– Qual é Regina? Estou farto disso, você não sai mais, não quer mais nada, sempre aqui nesse fundo do poço. – Ele passava a mão pelos seus cabelos louros. – Já se passaram 2 anos.
– Não se atreva a dizer isso Robin! – Ela sobressaltou da cama. – Nunca foi fácil e não me culpe por isso.
– Nunca foi fácil pra mim também. – Robin a olhou nos olhos. – Mas você não quer mais nada, a nossa dança, estarmos juntos. Regina o nosso casamento.
O fundo do poço é um lugar onde todos um dia na vida irão chegar, seja de uma forma mais obscura ou não, mas de algum jeito vão passar. E não é diferente quando se perde alguém que tanto amou. Regina estava no seu ponto mais fundo, em um oceano escuro, sem conseguir mais respirar. Robin tentava lidar da melhor forma possível para enfrentar isso junto com a esposa, mas já não estava ao seu alcance.
– Nossa dança, você acha que eu consigo fazer isso ainda? – Seus olhos lacrimejaram. – Robin eu ainda faço isso pelo nosso contrato com os patrocinadores, porque se dependesse de mim eu nunca mais subia nos palcos. Eu não tenho mais motivos pra isso, minha vida se foi a 2 anos junto com o meu filho.
– Nosso filho... – Ele murmurou. – Roland é nosso filho. E pra mim tampouco é fácil. Você acredita mesmo que não sofro com a perda do nosso filho? Você acha que pra mim dançar foi fácil depois disso, Regina? – Ele se aproximou dela. – Você acredita mesmo que eu te culpo por isso? Pois bem, eu culpo. – Robin gritou.
Foi o fim, não sabia que poderia chegar mais fundo, mas ainda assim havia mais e lá Mills estava. Fora o conta para a morena ouvir da boca do próprio marido que a perda de seus filho havia sua culpa.
– Chega! – Ela gritou também. – Você está bêbado. Não chegue perto de mim.
– Regina... – Ele se afastou. – Não foi o que eu quis dizer, me desculpa.
– Agora eu estou cansada. Eu não aguento mais ser colocada como culpada, você diz tanto que Roland é nosso filho, então essa culpa é tão minha quanto sua. – Sua voz era embargada. – Eu quero me separar. – Sussurrou.
– Você quer o que? – Perguntou indignado.
– Isso mesmo que você ouviu. – Respirou fundo. – Eu quero o divórcio.
Regina pegou o primeiro casaco que viu na frente e saiu daquele quarto pegando as chaves do carro e saindo para encontrar o seu melhor amigo, aquele que saberia te acolher e consolar da maneira que ela mais precisava neste momento, seu pai.
_X_
- Uow! – Regina entrou no estúdio de dança batendo palmas ao ver Robin dar seus saltos entre os passos da dança. – Isso ficou muito bom, Rob.
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Com amor, dance...
FanfictionDançar fortifica o corpo, renova a alma e acalma o coração. A dança contemporânea é a expressão do que os sentimentos dizem. Regina e Robin se descobriram na dança contemporânea como casal desde a adolescência, e pelos anos sempre dançando se apaix...