Saí correndo em busca do Matheus e assim que nos encontramos eu apoiei a minha cabeça no peito dele.
Eu estava chorando e não sabia se era de pavor pelo ocorrido, de alívio porque tinha acabado ou de felicidade porque ninguém se feriu, tirando o Marcelo, mas tinha outra alternativa senão aquela?
Obviamente que acabou a festa, as bodas dos meus pais e minha irmã teria que passar por anos de terapia depois disso.
Um tempo depois o corpo foi retirado do local e Tábata foi junto, aí sim eu descobri que ela era irmã dele.
Quando íamos sair minha avó paterna voltou e nos contou algo inacreditável:
- Eu ia conferir se estava tudo bem lá fora e descobri que o caso estava sendo televisionado o tempo todo...
Televisionado? Mas nós não somos famosos ou algo do tipo. Somos apenas uma família normal... Ou quase isso...
Assim que eu e o Matheus nos despedimos de todos e saímos todos os repórteres no cercaram, e deveria ter uns sete ali, e uma mulher me perguntou:
- Você achou que a atitude do sniper foi correta?
Outro repórter questionou o Matheus:
- Você concorda com a morte do moço armado?
A ideia era ficarmos quietos, mas só de imaginar meus pais e minha caçulinha passando por aquele interrogatório público depois de tudo o que aconteceu eu senti a raiva ferver dentro de mim:
- Vocês não têm nada melhor pra fazer? Acabou de acontecer a maior tragédia lá dentro e vocês estão aqui fora só aguardando todos os convidados da festa saírem para caírem em cima deles feito abutres em cima da carniça. Vocês são nojentos, asquerosos...
Uma repórter encostou o celular quase na minha boca nesse momento e eu perdi o único milímetro de pavio que ainda tinha.
Dei um empurrão na mão da mulher, o aparelho caiu no chão e eu surtei de vez:
- Vocês só sabem enfiar essas merdas de câmeras e celulares no nosso caminho, enfiem essas porras desses equipamentos no meio do olho do cu de vocês...
Nessa hora Matheus me pegou pelo braço e me guiou até o carro e gritou para os repórteres:
- Vocês estão felizes? Fizeram a minha namorada surtar? Vocês são uns abutres nojentos!
Entramos no carro e fomos para casa comigo bufando no banco do carona. Quem aqueles merdas achavam que eram para sujeitar a minha família a mais estresse?
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Nunca me deixe - Livro 07 (Série Família Cavallero) [Concluído]
RomanceZoe Cavallero foi criada no berço de ouro, sempre teve tudo o que desejou até que uma tragédia a fez ver a vida de um jeito completamente diferente. Mesmo tendo passado anos desde que ela provou o pior lado da vida ela não se sente pronta para volta...