30. Que azia é essa?

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Foi só a gente chegar em casa que recebemos uma ligação do diretor do hospital nos desejando melhoras e avisando que estávamos dispensados pela próxima semana a não ser que tivesse qualquer urgência que fosse impossível ele não nos chamar.

Nos dias seguintes só se falava sobre o sequestro da família Cavallero, na internet, na TV, até no rádio que eu liguei pensando em me distrair o radialista falou sobre o sepultamento do Marcelo.

Tudo só piorou por causa do meu tio Daniel que tinha sido um grande jogador de vôlei e tinha acabado de assinar um contrato de comentarista.

Era ridículo como a imprensa era sedenta por coisas assim. Não teve jeito dos meus pais escaparem daqueles repórteres escrotos, mesmo com os policiais cercando eles.

Estava comendo um pedaço de pizza de mussarela e bebendo um copo de coca junto com o Matheus quando o Paulo Mirasko, um criminalista famoso, apareceu na televisão e disse:

- Hoje vamos analisar se a atitude do sniper no caso do sequestro da família Cavallero foi correta!

Joguei o controle na tela da TV e perguntei para o Matheus:

- As pessoas não se cansam dessa merda?
- Do jeito que eles são e que está dando ibope provavelmente eles só se cansem daqui a uma semana...
- Já se passaram seis míseros dias desde aquela maldita festa!
- Você está muito estressada, quer que eu te faça uma massagem?
- Acho que faria bem uma massagem antes de dormir...

Ficamos o resto do jantar ouvindo música e conversando sobre diversas aleatoriedades.

Logo depois de lavar a louça fomos deitar e o Matheus fez a massagem que me deixou tão relaxada que eu acabei adormecendo no meio.

No dia seguinte acordei sentindo uma azia meio estranha, fui ao banheiro, escovei os dentes e fui fazer ovos mexidos para a hora que o Matheus acordasse, mas na hora que senti o cheiro do ovo sendo frito o meu estômago embrulhou e por pouco eu não fiz a maior lambança...

Quando o Matheus levantou eu comentei sobre a azia estranha e ele me disse que se não passasse até o dia seguinte a gente fazia uns exames no hospital.

Fiquei o dia todo meio mal e mesmo depois de tomar um remédio para o estômago eu não melhorei.

No dia seguinte acordei me sentindo um lixo, a queimação no estômago tinha piorado e até o copo de água embrulhou o meu estômago.

Assim que chegamos no hospital eu corri até a sala de materiais de exames, peguei um frasco, uma agulha e tirei um pouco se sangue e entreguei para análise.

Na hora do almoço estava no meio de uma cirurgia junto com o Doutor Pinheiro quando a residente, Lana, veio me avisar que o resultado do exame que eu tinha pedido de manhã tinha ficado pronto.

No meio da correria mandei que ela fosse pegar os resultados. Quando saí da sala de cirurgia e joguei as roupas cirúrgicas no lixo Lana veio atrás de mim e falou:

- Doutora, aqui estão os resultados.

Para os testes que eles fizeram estava tudo normal, na hora do almoço aquela queimação continuou e eu larguei meu prato pelo meio.

Dei graças a Deus quando deu meu horário de saída e eu finalmente bati o ponto e fui embora.

Passei a noite no apartamento do Matheus e no dia seguinte acordei sentindo a azia estranha novamente.

Aproveitei que tinha o dia livre depois do plantão e fui almoçar com Ana e com Liv. De novo não consegui comer nada:

- Amiga, você deveria fazer um exame de sangue para descobrir o que é isso! - falou Liv.
- Eu fiz ontem no hospital mesmo e deu que está tudo normal...

Ana ficou quieta por uns segundos, então perguntou:

- Como é essa azia?

Expliquei para ela como era e contei que mesmo tomando remédio a dor e o enjoo persistiam.

- Amiga, você acha que tem alguma chance, mesmo que remota, de estar grávida?

- Amiga, você acha que tem alguma chance, mesmo que remota, de estar grávida?

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Nunca me deixe - Livro 07 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora