16. Não deu

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Era duas e meia da madrugada, eu estava acordada, enquanto isso o Matheus estava do meu lado dormindo pesadamente.

Ouvi o seu ronco e desejei estar fazendo o mesmo, mas eu estava preocupada demais para fazer isso.

O beijo levou as mãos bobas, as mãos bobas aos beijos desesperados e os beijos desesperados ao desejo e a necessidade de fazer aquilo.

De início estava indo tudo bem e, de longe, ele era o melhor cara que eu já tinha levado para a cama até a hora que tentamos chegar aos finalmentes.

Não entrou de jeito nenhum e olha que tentamos, pasmem, ele até me perguntou se eu era virgem e, pelo jeito, tinha voltado a ser.

Eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que contar tudo sobre o meu passado e isso me causava arrepios na coluna.

E se eu nunca fosse boa o bastante para ele? E se eu fosse frágil demais para estar do lado dele?

Ele merecia uma explicação e eu queria contar, mas era difícil para mim me apegar e confiar nas pessoas.

Sempre achava que alguma coisa ia dar errado, que elas iam me abandonar, que elas morreriam ou qualquer coisa do tipo.

Mesmo depois de anos de terapia eu nunca tinha feito qualquer avanço nesse sentido porque para eu me apegar é muito fácil, já para desapegar é um drama.

Observei através da janela da sala o nascer do sol e decidi tomar um banho para ver se os nós dos meus músculos se desfaziam debaixo da água quente.

Estava secando o cabelo com a toalha quando ouço a porta do quarto se abrir e vejo o Matheus surgir no corredor.

Continuo parada no banheiro, tentando controlar minha respiração e meus batimentos cardíacos, então ele entra no banheiro e sem dizer nenhuma palavra me abraça e diz:

- Bom dia, Zoe...
- Bom dia, Matheus...

Ficamos assim, parados por um tempo, apenas apreciando o momento, apenas curtindo um ao outro.

- Eu quero que você saiba que eu não quero só sexo com você, eu quero que isso dê certo...
- Eu sei disso...
- Se não quiser falar nada tá tudo bem...
- Mas eu quero, você merece saber porque antes de tudo você é meu amigo... Então eu quero falar, mesmo que doa remexer nas minhas cicatrizes...
- Posso ficar o dia todo aqui se você quiser...
- A minha história é longa, você vai acabar dormindo no meio da conversa, sabe?
- Dormir no meio de uma história sua? Eu duvido... Eu seria capaz de te ouvir um dia inteiro sem nem piscar...
- Você não acha que está me supervalorizando?
- Você não acha que está se menosprezando?

Ficamos apenas nos encarando, então eu disse:

- Vou preparar um café da manhã para a gente porque a conversa vai ser longa...

Ele sorriu e eu saí do banheiro apreciando a sua nudez uma última vez antes de ver meu amigo vestido novamente.

Ele sorriu e eu saí do banheiro apreciando a sua nudez uma última vez antes de ver meu amigo vestido novamente

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Nunca me deixe - Livro 07 (Série Família Cavallero) [Concluído]Onde histórias criam vida. Descubra agora