CAPÍTULO XI - Por Alexandra

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Alex já me aguardava na saída do prédio. Fui recebida por um esplendido sorriso.

- Adoro mulher pontual! – A assertiva é seguida por um beijo estalado no rosto.

- Acho a pontualidade, uma característica importante e admirável em qualquer pessoa, independentemente do sexo. – Recebo um aceno de concordância. – Aonde vamos almoçar?

- Tem uma churrascaria excelente, aqui...

- Churrascaria não, por favor. – Não deixo ele terminar de falar. Ele ri.

- Virou vegetariana de sexta até hoje? – Não entendi muito bem e ele percebeu. – Sexta eu vi você matando pelo menos um boi, comendo os petiscos de carne.

- Não, nada disso. – Dou uma oscilada, tentando organizar meus pensamentos. – Ou melhor, por causa disso vou dar um tempo nas carnes vermelhas.

- Como você quiser. Um amigo tem um restaurante aqui perto, vamos até lá. Dá até para irmos andando.

Sei que pareci uma esquisitona, ao praticamente repugnar a ida a churrascaria de forma tão dramática, mas do jeito que andava a minha sorte, era capaz de esbarrar com o trio da minha baia lá.

Falar que ando sem sorte, posso soar como mal agradecida, uma vez que depois de tanto tempo a minha vida pareceu entrar nos trilhos quando me mudei e consegui o emprego na H.A. Publicações, mas que a maré parecia ter virado contra mim, isso parecia, desde ontem com a entrada do Sr. Humberto, Elizabeth e junto deles o Diego, detentor do poder de tirar a minha paz, abalando a minha sanidade.

- Um real pelos seus pensamentos! – Fiquei viajando e me esqueci da presença do Alex ao meu lado.

- Nada demais! Deve ser fome. O restaurante do seu amigo serve de tudo? – Tentei desconversar e enfim, dar atenção a ele.

- Vou fingir que cai nessa, para preservar o inicio da nossa amizade, mas não vai se acostumando, nas próximas eu vou te espremer até você falar.

- Ok. – Disse sem graça.

- Tem de tudo sim! Tenho certeza que você gostará.

Paramos em frente a um restaurante muito bonitinho, com canteirinhos bem floridos. Não entendia nada de plantas e flores, mas não tinha duvidas que alguém dispensava muito tempo no cuidado daquele canteiro.

Um cheiro maravilhoso nos envolveu assim que entramos pela porta, num ambiente refrigerado, aconchegante, repleto de mesas bem distribuídas, além de um balcão bem charmoso, onde tinha uma parte de trás toda espelhada e prateleiras repletas de garrafas de bebidas e taças estilosas.

- Vou fechar o restaurante, com essa presença ilustre, tenho que deixar a cozinha ao seu dispor. – O homem negro, barrigudo, com uma cara de bonachão dá um abraço de urso no Alex. – Que bons ventos o traz aqui?

No embalo do destino (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora