• QUATRO|| - OTÁVIO

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O ritmo de funk quase parece estremecer as paredes do apartamento

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O ritmo de funk quase parece estremecer as paredes do apartamento. Bufo um tanto mal humorado quando além da música, sua voz soa alta. Viro de um lado para o outro e me pergunto por qual motivo a deixei dormir aqui. Ela canta bem mais alto, sua voz esganiçada e outra se junta a ela. Rita? Rita, minha secretária do lar, calma e recatadas cantando funk com Mariana? Mas que porra! Pisquei algumas vezes, me dou conta de que estou no chão do meu quarto. O corpo dolorido, a boca seca e a cabeça explodindo.

A passos rápidos chego em minha sala que foi transformada em uma zona de guerra. Há tanta coisa espalhada. O funk ainda toca nas alturas, procuro por Mariana e Rita, as encontro sobre minha mesa de centro. Mariana está descendo até o chão, Rita olha para ela admirada e parece quase fascinada. 

"Vai toma! Vai toma sua gostosa!"

Bufando feito um touro, vou até um aparelho de som moderno que nunca usei na vida e o desligo na tomada. O silêncio toma o lugar e posso ouvir o grunhido dela. Rita tem a decência de parecer envergonhada. Suas bochechas rosa brilhantes. Ela desce da mesinha segurando nervosamente o espanador contra o peito.

- Enlouqueceram?

- Ele é sempre assim pela manhã Rita? - Mariana permanece sobre a mesa. O short minúsculo marcando suas poucas curvas. Pisco algumas vezes quando me pego a comendo com os olhos.

- Assim como?

- Gostoso! - Rita ofega alto, os olhos arregalados como pratos e eu só a olho.

- O que? - ela pisca apenas, começando a dançar sem música agora.- Deixa para lá! Me explica o motivo de ouvir uma maldita música alta desse jeito!

- Essa cor fica bem em você!

- Hum...

- A propósito, deveria usar essa mais vezes!

- Do que está falando mulher!?

- Sua cueca!

Seus olhos estão concentrados na minha parte inferior. Revirando os olhos, sigo o mesmo caminho que ela. Quase caio para trás ao me dar conta de que estou usando somente uma cueca boxer branca. Olho para Rita, a doce senhora faz de tudo para não olhar para mim.

- Oh porra! Está vendo o que faz comigo?

- O que faço com você? - dá uma rebolada, descendo até o chão. Engulo em seco.

- Me deixa louco caralho!

Deixando sua risada inundar o ar, volto para o quarto com passos ligeiros. Meu banho não passa de cinco minutos, com as roupas previamente preparadas por Rita no dia anterior, o que ela sempre costuma fazer, chego a sala agora aparentando ser um cômodo onde as pessoas são recepcionadas. Vou até a cozinha ouvindo uma conversa quase unilateral por parte de Mariana. A mulher parece muito animada logo pela manhã e não aparenta estar tão abalada quanto estava ontem.

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