Capítulo 2

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Jogo decisivo

Em meio ao som de vaias e aplausos entrei aos 22 minutos do segundo tempo, notei que o Pedro segurava um cartaz com meu nome "Jeff The Best", pela cor e modo que as letras estavam escritas, não parecia algo feito na hora, ele passara a noite anterior fazendo aquilo.

Assumi minha posição de centroavante, e notei que os dois zagueiros estavam em linha focado em me marcar, eu teria sérias dificuldades para jogar aquele dia, sem contar que a ressaca ainda me atrapalhava.

Em uma jogada de ataque do Saints, Carlos nosso volante desarmou o atacante adversário e me viu movimentar pelo meio dos zagueiros que teve um momento de descontração me deixando livre, Carlos mandou-me a bola em um lindo passe longo que encobriu um dos zagueiros do Saints, que na tentativa de tirar a bola acabou escorregando, apesar de não ser tão alto, minha impulsão era bastante boa, o que me fazia dar trabalho aos adversários.

Com um dos zagueiros fora da jogada eu fiz o domínio da bola enfiada por Carlos já tirando do segundo zagueiro que segurava minha camisa, apliquei-lhe um corte com a perna esquerda o que fez passar direto e me puxar cometendo um pênalti.

As arquibancadas do Hunters foram à loucura nossos torcedores comemoravam enlouquecidamente mesmo antes da conversão da penalidade.

Olhei para os lados do campo e vi Mason ajoelhado com as mãos para o céu num gesto de agradecimento, do outro lado o treinador adversário estava enfurecido com o zagueiro pelo pênalti cometido, o juiz veio em direção a ele e aplicou um cartão amarelo, olhei novamente e Pedro tinha se virado de costa para não ver a cobrança.

-Você bate Jeff, confio em você- Disse Carlos me entregado a bola.

- Vamos virar esse jogo- respondi confiante.

O jogo já estava em 35 minutos do segundo tempo, e o juiz enfim autorizou a cobrança, corri pra bola e bati de chapa no canto direito do goleiro, deslocando totalmente, era gol, o jogo enfim estava 2 a 2, os torcedores foram à loucura e aumentaram ainda mais o barulho que já chegava a ser ensurdecedor.

Corri pro lado do campo pra comemorar com o restante do time e o com Mason que parecia ter tirado um peso das costas. Carlos pegou a bola e levou ligeiramente para o meio do campo a fim de usar o momento como combustível para a virada.

O Hunters melhorou em campo, e tomamos conta do jogo controlando a maior parte das ações, porém meu corpo não estava totalmente em condições, o que me fez perder várias chances, 44 minutos e a torcida já estava com o semblante preocupado. O empate levaria aos pênaltis, e o histórico dos Hunters em penalidades não era nada agradável.

45 minutos, praticamente já era o fim do jogo quando William, nosso meio campista, fez uma jogada individual driblando dois adversários e me deixando sozinho com o goleiro. Ao receber a bola livre de marcação, lembrei-me de um dos vídeos do Scoot, onde ele driblou o goleiro e fez o gol que deu o título da Cup Regions World à cidade. Dominei a bola e o goleiro saiu do gol na tentativa de parar a jogada.

Não pensei muito e bati com a ponta do pé cavando a bola e o encobrindo, fazendo gol da virada e que me daria uma chance de continuar no time depois do meu atraso.

- GOOLL! BOM GAROTO, VOCÊ É DEMAIS!- Gritou Mason Bastante vibrante, logo após o gol o juiz deu o apito final e nós então levantamos o troféu, éramos campeão do intercolegial pelo 3 ano consecutivo, eu tinha mantido minha fama de herói e Mason o seu cargo.

- Eu avisei que ele podia resolver, e estava certo!-

- Tem razão Pedro, apesar de tudo o Jeff é o nosso melhor jogador! Afirmou Mason com um breve sorriso no rosto enquanto olhava para o troféu e me dava os parabéns.

-Jeff estou muito orgulhoso do que fez hoje, mas isso não muda o passado depois que a poeira baixar vamos tomar um café no Dinner'S.

- Hahaha! Nada contra o treinador. Mas geralmente eu costumo ir ao Dinner'S com garotas, não vai pegar bem sermos vistos lá. - Respondi sorrindo e indo falar com Pedro.

- Haha! Engraçadinho, te vejo na Dhuvher a noite vamos comemorar lá esse ano, portanto vá pra casa dormir um pouco, está com uma cara péssima.

Caminhei para o vestiário para tomar uma ducha antes de ir pra casa. Enquanto isso Pedro conversava e tirava fotos com o restante do time, a água fria que caía do chuveiro serviu como um analgésico para o meu corpo dolorido o único problema é que aquilo me fez sentir sono, sair do vestiário e encontrei o Pedro no corredor principal do colégio, estava bem mais animado do que o normal várias pessoas corriam para lá e pra cá, passei por um grupinho que a me ver começou a gritar euforicamente "JEFF É NOSSO HERÓI".

Eu não vou negar aquilo soou como música para meus ouvidos, eu sempre estive acostumado com holofotes, dei um sorriso de lado os cumprimentando gentilmente e caminhando na direção de Pedro, ele estava encostado em um dos armários do corredor conversando com uma garota que eu não conseguia decifrar da distância que estava.

Fui me aproximando e a figura da garota foi se formando diante os meus olhos, seus cabelos negros longos combinavam com seu par de olhos castanhos claros, não era tão alta e tinha um físico magro e definido como aquelas mulheres que praticavam Yoga, e ao chegar mais perto, sua pele e o desenho do rosto mostrava que ela possuía certa descendência indígena.

Permaneci alguns segundos observando o que me fez perceber que eu nunca tinha o visto por ali. Percebendo que eu estava em momento de "Transe", Pedro interveio colocando a mão sobre meu ombro e nos apresentando.

Jeef Ryze- O EquilibrioOnde histórias criam vida. Descubra agora