It's a good reason to go

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Ooi, ainda tem alguém por aqui?

Que saudade que eu tava de todos vcs e principalmente desses dois bolinhos de tensão sexual.

Esse capítulo está ha muito tempo pronto, mas não conseguia o postar ja que não estava completamente feliz com a forma como foi escrito (coisa de escritor). Continua não sendo meu favorito em relação á escrita, mas é importante, então espero que aproveitem.

Desculpem qualquer erro e até mais.

All the Love, Pâm 💋

                          🍻

Ignora-lo não foi nada fácil. Todas as vezes que Harry perguntava sobre mim, Niall dizia que eu tinha ido passar alguns dias na casa da minha mãe, em Doncaster, e que não sabia quando eu voltaria mas a verdade era que eu me escondida em seu dormitório e me esgueirava pela faculdade e trabalho, não querendo ver ninguém, sobretudo ele.

Todos tinham notado como eu estava diferente e mais cabisbaixo, com olheiras fundas, mas eu não ligava, apenas ignorava as perguntas e seguia para fazer o que eu tinha que fazer, dia após dia. Ninguém resolveria meu problema. Ninguém ali era um "colador de corações partidos". Não tinha porquê eu responder algo.

Depois de quase uma semana, eventualmente voltei para meu prédio, me certificando de que Harry não estivesse nos arredores e nem me visse quando entrei em casa. Tudo parecia estar exatamente como deixei da última vez que estive ali, vazio e limpo, e era tão estranho estar de volta, cercado de silêncio. Eu já tinha me acostumado com o som da risada esganiçada dele por todo lado ou de como ele cantarolava enquanto fazia qualquer coisa. Ter apenas o grito do silêncio por todo lado era... Sufocante.

Alguns dias depois que voltei cheguei a ouvir algumas vezes quando Harry saiu e chegou em sua casa, e de certa forma eu até conseguia imaginá-lo colocando suas chaves na bancada ao lado da porta, ligando a tv nos programas de culinária que ele adora assistir e seguindo para trocar de roupa; eu ouvia quando o silêncio tomava conta de tudo, não só do meu apartamento, e o quão anormal era isso já que ele sempre estava ouvindo música ou cantarolando algo enquanto cozinhava. Algumas vezes eu comia meu macarrão instantâneo imaginando que tipo de sermões ouviria se Harry estivesse ali. Eu estava me torturando, eu sabia, mas eu era assim, intenso. Se era para sofrer, que fosse com muita dor. No fim eu sempre acabava o dia me perguntando se não estava finalmente ficando louco.

Minha mãe sempre disse que eu me entregava demais para tudo que fazia e ela tinha razão, é claro. No entanto, aprendi com o tempo que tudo em excesso não é bom e tentei ser diferente. Até estava conseguindo balancear o quanto me entregava e o quanto "pegava" sobre tudo, tanto é que tinha feito uma promessa de não me apaixonar tão cedo e focar na nova vida que eu estava tentando construir. Mas então Harry apareceu e não percebi que na verdade eu tinha voltado à apenas entregar. Tudo que eu estava fazendo era dar e tudo que ele estava fazendo era pegar. Por isso me convenci de que era uma boa razão me afastar. Por isso é uma boa razão ir. Pois ninguém pode se doar demais. Se o fizer, não sobra nada no final e você precisa ficar com algo seu, não pode entregar tudo. Pois o "você" ninguém pode dar de volta.

E era isso que eu estava fazendo: me poupando de perder partes. Ficando inteiro.

Na quarta, quando completou uma semana e meia que eu tinha fugido do apartamento dele, me joguei no sofá tentando me concentrar em estudar alguma coisa ou fazer os trabalhos acumulados, tentando não pensar em como era um milagre que Harry ainda não tivesse me visto pelos corredores da faculdade, em vista que eu sabia que ele me procurava, mas tudo foi em vão já que logo me peguei imaginando-me com ele ali, fazendo massagem em meus pés ou mordendo minha barriga que insistia em crescer a cada dia já que ele me mimava com pratos diferentes a cada noite e me desconcentrando para poder lhe dar atenção. Se eu pensar pelo lado bom, sem Harry estando constantemente em minha rotina eu pelo menos voltaria ao meu peso normal e conseguiria terminar os trabalhos a tempo.

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