Every heart breaks the same part 1

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Heeeeyy!! (Harry's voice)

Espero que amem esse cap as much as I do. Comentários e votinhos incentivam muito um escritor, então please, me deixem saber se amam ou não.

Boa leitura!

All the love, Pâm


                                                                                       🍻


Duas semanas tinham se passado.

Minha relação com Harry era a melhor possível. Dormimos todos os dias juntos, ou na minha casa ou na dele; íamos juntos para a faculdade pela manhã e até arriscamos alguns encontros durante o dia, apenas para conversas tolas e trocas de beijos escondidos. Nós, pela primeira vez, realmente parecíamos um casal. E eu não estava reclamando disso. Nem de longe. Ainda doía um pouco quando ele falava algo mais gentil ou me abraçava como se eu fosse seu mundo, mas eu espantava esse sentimento e me aconchegava mais nele, me deixando iludir, nem que por um minuto, que era real.

Na quarta-feira, assim que meu expediente na clínica acabou, liguei para Harry pedindo uma carona pois eu não estava muito bem. Preocupado, ele deixou a última aula de um curso de decoração de bolos , e foi me buscar - o que me fez sentir mais culpado do que já estava. Quando o vi vindo em minha direção não consegui mais segurar as lágrimas e chorei, sendo pego pelos seus braços logo em seguida.

No começo não consegui dizer o que tinha acontecido e Harry estava muito preocupado, achando que eu tinha me machucado ou algo tivesse acontecido com alguém da minha família, mas eu apenas neguei, sem conseguir dizer ainda, e ele se manteve por perto, me abraçando forte e me fazendo sentir seguro, mesmo sem ter ideia do porquê de eu estar assim. Logo que me acalmei, ele se certificou de que eu estava inteiro e me levou de volta para casa, sem perguntar nada sobre o choro e esperando que eu enfim contasse o que tinha acontecido. E eu queria chorar novamente por ter um Harry em minha vida. Um Harry que não era meu.

Quando chegamos ao seu apartamento, ele foi preparar algo para comermos enquanto eu fui para o banho, chorando mais um pouco ao lembrar do dia que tive e o acúmulo de sentimentos que as últimas semanas me trouxeram. Eu tinha algumas peças de roupa em sua casa, que ele gentilmente deixou separado em cima da cama para que eu vestisse assim que saísse do banho. Duas horas depois eu estava sendo embalado por ele enquanto algum programa qualquer passava na TV. Eu ainda não tinha dito nada e mesmo eu sabendo que não tinha culpa de nada do que aconteceu, eu me sentia meio estúpido por "cair" daquela forma.

"Quer me contar agora o que aconteceu?" Harry perguntou um tempo depois, os lábios em meus cabelos úmidos. Soltei um suspiro alto e engoli o bolo que se formou novamente em minha garganta.

"Um paciente morreu hoje lá na clínica." Falei triste, meu coração doendo em relembrar as cenas. "Eu sei que eu escolhi a enfermagem e deveria estar pronto para coisas assim, mas como eu trabalho em uma clinica de ressonância magnética, que só faz diagnósticos geralmente e olhe lá, nunca pensei que esse tipo de coisa fosse acontecer. Minha mãe, que também é enfermeira, sempre me disse que quando coisas assim acontecessem eu deveria me manter o mais profissional possível, mas que não tinha problema se eu ficasse abalado porque eu ainda era humano. E eu me mantive profissional o restante do dia sabe, mas quando te vi não aguentei mais." Solucei, me agarrando mais nele. " Foi tão inesperado e a pessoa não tinha nada aparentemente. Foi literalmente do nada..."

Harry acariciou minhas costas e levei aquilo como um incentivo para continuar a contar.

"Era um senhor de uns 70 anos. Muito gentil e engraçado. Ele foi fazer o exame porque andava com dor de cabeça apenas, nada muito fora do normal, já que quase todos os pacientes vão fazer exame por isso. Então eu coloquei ele dentro da máquina, saí da sala e a biomédica começou a rodar o exame. A máquina só faz um barulho alto e não tem radiação, diferente do que muita gente pensa, então nada que estimule algo, são apenas ondas eletromagnéticas que passam pelo corpo. Mas depois de cinco minutos lá dentro, nós vimos pela janela de segurança que ele começou a convulsionar. Paramos o exame e corremos para o ajudar, mas... eu só..." parei de falar, lágrimas novamente escorrendo por meu rosto.

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