Engulo o pequeno comprimido sob o olhar atento e divertido do Robert, ele está me sacaneando desde que eu expliquei a minha delicada e nada engraçada situação, e me enchendo a paciência querendo saber sobre o material (se é que me entendem) do herói.
“Então? Você prometeu que se eu viesse com esse treco rápido que você ia me contar todos os detalhes sórdidos dessa noite tão animada.” Ele me pergunta pela milésima vez sobre a minha animada noite.
“Você é uma bicha pervertida Robert!” Respondo saindo da sua frente tentando mudar de assunto. O que é claro não acontece porque a bicha pervertida vem atrás de mim.
“Nem vem Kyara! Pode desembuchar. Você tem que contar pra mim!” Ele revida indignado. “Pelo menos me diz se o bofe é tudo aquilo.”
Sorrio com o tudo aquilo. O herói é bem mais que tudo aquilo. Eu quase não ando pela “intensidade” da noite e as partes do meu corpo que sobreviveram estão deliciosamente doloridas, além de que a cada passo que eu dou eu me lembro de mãos, bocas e línguas passeando pelo meu corpo.
Paro no meio do caminho que eu estava fazendo pra longe do Robert e me viro em sua direção.
“Sim, ele é tudo aquilo. E muito mais.” Respondo num tom conspiratório, fazendo meu amigo vibrar.
“Eu sabia! Você não me desaponta nunca garota.” De repente levo um tapa na bunda do meu amigo gay e arregalo os olhos. “Se bem que pra você esquecer da camisinha o cara tinha que ser muito bom mesmo e muito tudo aquilo mesmo.”
“Nem me fale! Eu quero me bater por ser tão besta. Eu sempre estrago tudo.” Falo entrando no meu quarto e me derrubando na minha cama.
“Hey nem inventa amore, pra fuder tem que ter pelo menos dois. E pelo que eu sei os dois estavam presentes. Então não vem se martirizar por isso.” Robert fala com as mãos na cintura parecendo serio só que não funciona.
“É né.” Respondo desanimada, lembrando a melhor sexo que eu já tive na minha vida, a melhor noite, o senhor herói bom de cama, e a possibilidade, de que a minha atitude não pensada e impulsiva, talvez resulte numa criança. Eu estremeço de medo.
Passo a mão pela minha barriga lisa. É uma sensação estranha cogitar ter um filho, me ver responsável por alguém, cuidar, amar, e me imaginar mãe.
Mas eu não estou pronta. É com certeza um sonho muito louco, que eu no fundo sei que no futuro terá a sua vez. Não agora.
“Eu seria uma péssima mãe mesmo.” Bufo, e tentando deixar para trás a loucura momentânea. “Ele deve estar me achando que eu sou uma idiota.” Reclamo pro meu amigo que está provando meus perfumes e cremes.
“É, você seria mesmo uma péssima mãe.” Ele responde distante, mas logo deixa um sorriso escapar. “Mas você é uma amiga de outro mundo, um pedaço de mal caminho que qualquer homem arrancaria o braço pra ter, e a pessoa mais incrível de toda a Londres. Basta?”
Sorrio pro meu amigo que sempre está presente pra me levantar quando eu resolvo deprimir e arrastar a bunda no chão, me levanto em sua direção e o abraço forte tentando, ocupar o estranho vazio que se apossou de mim, eu diria até que é saudade.
O que é impensável, porque o cara mal saiu daqui. E merdas, eu não posso estar com saudades!
É assustador, na verdade pra mim é aterrorizante o amor compartilhado, e a insegurança que isso trás.
“Eu te amo bicha pervertida.” Sussurro pra ele.
“Eu sei comedora impulsiva.” Quase revido ao insulto dele, mas deixo pra lá, ele já ajudou o bastante.
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Era Uma Vez a Top (Pausado)
RomanceEla queria conquistar o seu herói e ele queria entender aquela garota inconsequente. - História em pausa por falta de tempo da escritora, espero que entendam.