Domando o Barão (Completo)

Capítulo 20

Capítulo 20

Adrian estava tomando café, o olhar distante, um pedaço de papel na mão, quando lorde Menvil entrou na sala.

-- Bom dia, Adrian – ele cumprimentou, notando que o rapaz escondia depressa o papel.

Em outro momento, esse gesto o teria irritado, mas ele estava de muito bom humor naquela manhã. – Que lindo dia – disse, enquanto se servia do prato oferecido por Batemon. – Como se sente depois de toda a festa de ontem?

-- Bem – Adrian respondeu. – Mas, fui pra cama cedo. Pensei ouvi-lo voltando muito tarde, cerca das quatro da manhã, mas devo ter me enganado.

-- Não se enganou, não – William respondeu. – Eu fui até a Mansão das Torres para ensinar uma lição ao seu proprietário.

-- Pensei que não queria ir nunca mais àquele lugar – Adrian comentou.

-- Nunca mais veremos Foxley – Menvil disse, satisfeito. – Na verdade, acho que as Torres serão postas à venda logo. E pretendo compra-las.

-- O que aconteceu? – Adrian perguntou. – O que foi que eu perdi ontem à noite?

William esperou o criado sair da sala. – Tabby voltou pra casa ferido, sangrando, depois de ter se atirado pra fora da carruagem de Foxley, que tentou raptá-lo.

-- Meu Deus! – Adrian gritou, alarmado. – Mas, quando é que isso aconteceu? Tabby se despediu de mim e foi pra cama. Espera... o senhor sabe que Tabby é um homem? – foi meio uma afirmação, meio uma pergunta.

Lorde Menvil afirmou com um balanço da cabeça. – E era o que ele pretendia – explicou. – Mas, Foxley o convenceu a ir dar uma olhada em um dos seus cavalos, dizendo que ele estava doente. Uma armadilha, claro, mas Tabby caiu direitinho.

-- Que horror! Uma coisa dessas acontecer com Tabby! Ele odiava aquele homem, tinha medo dele. Contou-me que ele entrou à força na casa onde ele estava vivendo em Londres e tentou agarra-lo.

-- Então, foi assim que se conheceram... – lorde Menvil disse, pensativo.

Os criados voltaram, trazendo mais alguns pratos. – A sta. Tabby deve estar tomando café na cama – Menvil disse. – Apresente meus respeitos a ela, Batemon, e diga que eu gostaria de saber como está. Mas, se estiver dormindo, não a desperte, claro. – Mais cedo ou mais tarde ele teria que dizer para os criados sobre a natureza de Tabby. Batemon sabia. Todos deveriam saber. Tabby teria total liberdade de ser quem ele era aqui.

Batemon saiu acompanhado de outro criado.

-- Não acredito que isso tenha acontecido – Adrian disse, quando ficaram sozinhos. – Tabby ficou muito perturbado?

-- Como eu lhe disse, ele saltou da carruagem em movimento. E se não tivesse tido a coragem de fazer isso, só Deus sabe o que poderia ter acontecido.

-- Eu devia tê-lo acompanhado até o quarto! Devia ter suspeitado que alguma coisa desse tipo poderia acontecer com esses malandros de Piccadilly em casa.

-- É assim que considera meus amigos? – o Barão perguntou, erguendo as sobrancelhas.

-- Se quiser saber a verdade, detesto essa gente – Adrian respondeu, agressivo.

Lorde Menvil continuou a comer em silêncio. Momentos depois a porte se abriu e Batemon entrou. – A sra. Hewson informa que a sta. Tabby não está em seu quarto, senhor.

-- Não está? E onde ela está, então?

-- A sra. Hewson disse, milorde, que a sta. Tabby foi para o estábulo por volta das cinco e meia. Pediu que selassem Pégaso e saiu cavalgando sozinha.