Ela é de Capricórnio

CAPÍTULO 6

-Tanto faz.-ele passa o dorso da mão pela sua nuca.

-Por que você trata Evelyn daquele jeito? ela se preocupa com você.-sussurro.

-Isso não é da sua conta.-Evan desvia o olhar de mim e concentra sua visão no lado de fora.

-Independente do que tenha ocorrido com você, não desconte isso nas pessoas, ninguém tem culpa do que tenha acontecido com você.

-Eu te conheci hoje e você já acha que tem o direito de opinar na minha vida?-ele diz bufando enquanto me encara.

-Obrigada pela carona, Evan.-termino de sair do carro sem ele me responder, enquanto ele rapidamente sai em alta velocidade com o carro.

Não sou de me meter na vida de ninguém, mas não poderia deixar de ficar quieta com uma pessoa que seja tão grotesca e poder achar que pode ir tratando as pessoas com desdém.

Entro em casa e encontro meu pai trabalhando pelo notebook na sala.

-Não cansa de trabalhar, não?-sorrio para ele com os braços cruzados enquanto me apoio na bancada da cozinha que dá visão para a sala.

-Oi também, mocinha.-ele sorri de volta em diversão.

-Como foi hoje no trabalho?-pergunto curiosa.

-Foi muito melhor do que eu imagina. Eles ficarão muito impressionados com o meu método de trabalho na parte administrativa da empresa.-ele diz muito animado e com um tom de orgulho de si mesmo.

-Eu fico muito feliz e orgulhosa de ti, pai, sério.-eu lhe dou um sorriso caloroso.

-Eu não vejo a hora de conseguir uma casa melhor para morarmos, e conseguir comprar um carro para você antes da sua ida para a faculdade.-ele dá uma pausa e continua.-nem acredito que minha filhinha está crescendo tão rápido, e que estará indo para a faculdade em alguns meses, o tempo passa tão rápido.-sussurra.

-Passa mesmo. E fica tranquilo, pai. deixe tudo ir ao seu tempo.-Eu não via a hora de finalmente ir para faculdade e estar cada vez mais perto de construir a minha vida pessoal, me dediquei e planejei a minha vida toda para esse momento, sabendo de que um dia, levantarei da cama feliz sabendo que estarei indo para meu trabalho com uma profissão dos meus sonhos e que me dedicarei totalmente a isso e eu sempre digo que nem nenhum relacionamento irá intervir nisso, mas por outro lado, fico preocupada em deixar meu pai aqui, sozinho, não sei como será para ele, e não gosto nem de imaginar isso, me sinto mal quando esse pensamento me aborda.-e você deveria arrumar uma namorada.-acrescento.

-Não é você que sempre me disse que se deve dar prioridade a carreira profissional do que a um relacionamento?-ele arqueia as sobrancelhas, cruza os braços e me encara com humor em seus olhos.

Droga!

-Mas continuar o resto da vida encalhado não é uma opção muito saudável.-ele solta uma gargalhada.

-Eu estou bem como estou, filha.

-Tudo bem. Só pense melhor sobre o assunto.-aconselho.-ele acede e volta a atenção para o notebook.

Desde o falecimento da mamãe, o papai não se envolveu amorosamente com mais ninguém, a vida toda dele sempre foi se dedicar totalmente a mim e sempre serei muito grata por isso, porém, agora que estou me tornando quase uma adulta, eu não ir para a faculdade e encher os meus pensamentos em preocupação em relação a como ele estaria por ter que estar sempre sozinho todos os dias em casa, ele merece uma vida feliz e sentir o gosto do amor novamente, óbvio que não nunca mais será como foi com a mamãe, mas que ele encontre alguém que lhe proporcione muita felicidade, a mamãe também iria querer isso. Nunca fui de demonstrar meus sentimentos com palavras, eu sempre tive costume de demonstrar com gestos, e por mais que eu não diga o quanto eu o amo demais e sempre irei querer o seu bem estar.

Enquanto caminho em direção ao meu quarto, ouço o papai voltar a sua atenção a mim.

-Ah, e fiquei muito impressionado em saber como você fez amizades tão rápido, isso é inédito.-ele diz orgulhoso.

-Evelyn e Jhonatan foram muito acolhedores comigo.

-Fico feliz em saber.-ele sorri de lado e volta novamente a atenção para o notebook e termino de andar em direção ao meu quarto.