Jungkook Holmes, Hwasa Watson

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— Jungkook? Eu sei que você tá aí, anda logo com essa maquiagem! — ele diz do outro lado, enquanto eu tapo a boca de Jimin com as duas mãos. Eu o encaro de olhos arregalados, esperando que me dê uma solução.

A questão é bem simples: Taehyung me degola, se souber que eu não cumpri nosso trato. Jimin e eu no banheiro, ele descabelado, bocas inchadas, roupas amassadas. Não precisa de muita coisa para notar o que estava acontecendo ali.

— O que eu faço? — balbucio, praticamente sem produzir som. O rosto de Park está avermelhado, assim como as orelhas, e olhos entreabertos, ao contrário dos meus. E analisando um pouco, noto rapidamente o motivo.

Desço da bancada da pia, ainda cambaleante, sentindo as pernas bambas. Embora o desespero tomasse conta de mim, a verdade é que, se pudesse, continuaria beijando Park Jimin. Na realidade, era o que eu mais queria.

Mordo o lábio quando me seguro em seus ombros para me estabilizar. Eu queria poder ignorar o resto do mundo, por um instante, e deixar que ele fizesse o que quisesse, mas, naquele momento, estava com a corda no pescoço!

— Morreu aí dentro?

Aperto os olhos, saio das mãos de Jimin e o posiciono atrás da porta, colocando o indicador nos lábios, antes de me virar para abrir.

— Sim! — minha voz sai trêmula, encontrando meu primo do outro lado.

— Até que enfim, criatura, sai daí pra eu te abraçar! — diz, já me puxando. E é sorte ele não notar que a porta se fecha sozinha, enquanto esmaga minhas costelas. — Como foi seu dia? — questiona, depois de me soltar no chão.

— Ah, haha, ótimo, uma maravilha — respondo, tentando ajeitar os cabelos.

— Eu acertei, tava se maquiando de novo. Não tá igual aquele dia que queria esfregar na cara do Park, mas tá arrumadinho.

Arregalo os olhos, tentando não olhar para a porta do banheiro. Park Jimin, não ouça isso.

— Aham! Cadê meu presente?

— Meu Deus, que interesseiro. Você deveria estar feliz pela minha visita e presença, ao invés de pedir bens materiais supérfulos.

— O certo é "supérfluos" — respondo, encarando a porta do banheiro. — Mas pra que vamos ficar aqui, né? Vamos descer, haha... — Tento o empurrar. — Vamos descer pra socializar? O que é melhor do que uma noite em família?

Taehyung contrai o cenho.

— Jungkook, você tá bem? — pergunta, colocando a mão em minha testa, como se medisse minha temperatura.

— Ótimo — falo, me esquivando. — Melhor ainda quando eu descer...

— Tá suspeito. — Eu estou quase arrancando os cabelos por dentro, isso sim. — Você é maior de idade, tem que aprontar agora ou nunca mais. É seu aniversário, tem que ganhar um tapa, um perfume e um beijo. O tapa eu te dou, no resto você se vira — fala, estalando a palma aberta nas minhas costas.

De pernas pro ar | REPOSTANDO CORRIGIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora