Never Let Me GO

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                            " Call me crazy, maybe I'm insanely, out of my mind but it will never phase me, if I have to I'm not afraid to save my heart for you."

-Estou te dizendo, Harry, você tem talento - Niall repitiu pela décima terceira vez enquanto caminhávamos de volta ao refeitório. 

-Não acho que ser bom com uma arma possa ser considerado um talento - eu disse apenas.

Depois de duas semanas, eu estava finalmente me sentindo confortável naquele lugar. Já estava familiarizado com os corredores e com as salas e me sentia confortável para chamar o lugar onde eu estava ficando de "meu quarto".

Tínhamos cinco treinos durante a manhã, um intervalo de algumas horas durante a tarde, e mais dois treinos de noite. Aliás, eu havia parado de chamar os treinos de "aulas" depois de tantas broncas de Niall. "Está achando que somos crianças idiotas, Harry? Não precisamos aprender essas coisas, nós já sabemos tudo isso! Estamos apenas treinando. Nos aperfeiçoando", ele dizia. Claro que, para ele, era fácil falar, já que ele e as outras pessoas de lá de fato sabiam todas aquelas coisas. Eu estava simplesmente começando.

-Cara, eu estou morto! - Niall reclamou mais uma vez enquanto se jogava no chão da Sala Principal. Ele amava aquele lugar, sempre íamos para lá no nosso intervalo e simplesmente ficavamos rindo e conversando - O Zayn realmente acabou comigo dessa vez, ele deve estar bravo ou algo do tipo.

-Meu ultimo treino é com ele - fiz uma careta. Éramos obrigados a ter, no mínimo, quatro treinos por semana com Zayn para mantermos a forma. 

Niall tinha se tornado meu melhor amigo lá, considerando que eu não podia mais me referir a Louis apenas como amigo, e eu havia lhe contado tudo. Bem, na verdade, ele descobriu.

-Como está com o Louis? - ele perguntou, com um sorriso enorme no rosto.

-Bem. Eu não o vejo há uns quatro dias - admiti, dando de ombros - Só gostaria de poder ter um tempo a sós com ele.

Niall bagunçou meu cabelo e me puxou para mais perto, fazendo-me deitar em seu peito. Eu adorava o fato de que ele já se sentia íntimo o suficiente para me tratar assim e adorava como eu ficava confortável perto dele.

Joguei a ultima camiseta na sacola de plástico com o resto das roupas e objetos que estava prestes a levar de volta para o dono.

Encostei a cabeça no volante e me permiti uma ultima recaída antes de dar a partida. Me lembro da vez em que caí de uma árvore e quebrei um braço. Me lembrei de como a dor apertou meu coração a ponto de eu não conseguir respirar e de como eu gritava na esperança de aliviar o sentimento. Me lembro de dizer à minha mãe, depois de curado, que eu preferiria morrer ao ter que passar por aquilo novamente.

Sinceramente? A dor de quebrar todos os ossos do corpo não se comparava com a que eu sentia. Era como se tudo ao meu redor estivesse parado e eu não podia mais sentir nada além da pressão em meu peito. O tempo não passava.

Sequei a última lágrima enquanto finalmente girava a chave para ligar o carro. Talvez eu estivesse correndo mais do que deveria, mas eu realmente não me importava. Eu só queria chegar logo.

Estacionei o carro em um lugar qualquer e subi as escadas correndo, batendo com força na porta em seguida. Respirar era quase impossível.

-Harry - Louis exclamou ao me ver com o pequeno sorriso desaparecendo lentamente de seu rosto - O que está fazendo aqui?

Empurrei a porta e entrei no apartamento antes que ele pudesse fechá-la na minha cara. Meu coração falhou uma batida quando eu a vi.

UtopiaWhere stories live. Discover now