N/A: OLÁ, ta aí a segunda parte do "especial"! Esse capítulo é um pouco menor que os outros pq só tem Larry moments, então divirtam-se! <3
"Hold your breath because tonight will be the night that I will fall for you over again"
Não pude evitar de sorrir simplesmente observando-o pela vidraça. Estava comendo! Depois de apenas uma semana, estava usando garfo e faca, se movimentando normalmente.
A porta se abriu, revelando meu paradeiro. Harry abriu um sorriso de orelha a orelha. Ele colocou o prato na bancada ao seu lado e pulou da cama, correndo em minha direção.
Eu suspirei de alívio quando finalmente pude senti-lo em meus braços novamente. Quente e aconchegante, justamente como costumava ser. Seu cabelo estava um tanto quanto úmido, o que indicava que havia acabado de sair do banho. Ele me beijou, fazendo minhas pernas bambearem por um segundo. Eu o peguei no colo e o joguei de volta na cama, fazendo-o soltar aquela risada rouca adorável.
-Você não deveria estar correndo. Muito menos pulando – adverti.
-Eu estava quietinho até você chegar – ele disse. Oh, meu Deus! Depois de vê-lo quase sem vida, sua voz me deu vontade de chorar.
Eu pedi para que me desse um espaço e me deitei com ele, passando meu braço ao seu redor. Não me atreveria a deixar seu lado novamente. Nunca mais.
Ficamos deitados naquela posição por algumas horas e, para ser sincero, eu poderia ficar daquele jeito com Harry para sempre. Poderíamos envelhecer assim, abraçadinhos. Eu não me importaria. Era exatamente desse jeito que passávamos a maioria de nossas tardes. Mas, é claro, Harry não se lembrava. Ele não se lembrava de todas as vezes que deitamos assim para assistir um filme qualquer e ele logo adormecia em meu colo. Não se lembrava das vezes em que deitamos assim em sua cama só para ler um livro, gargalhando sobre o quão desastrados ficávamos lendo as mesmas páginas daquele jeito mas, mesmo assim, não nos atrevíamos a mudar de posição. Ele muito menos se lembraria de quando eu ia para sua casa bem cedinho e entrava pela janela, encontrando-o dormindo. Ele acordava assustado e ria quando me reconhecia. “Ah, é você de novo”, ele dizia, “Pule logo para cá”. E, com um sorriso bobo no rosto, eu corria até sua cama e o abraçava exatamente como estou abraçando agora.
-Você está pensando em algo – Harry disse, me trazendo de volta à realidade.
-Estou me perguntando se, por acaso, você se lembra de alguma coisa a meu respeito – eu perguntei. Harry se mexeu desconfortável. Obviamente esse era um assunto delicado – Sinto muito, eu não devia...
-Está tudo bem – ele me interrompeu – E para responder sua pergunta, não, eu não me lembro. Sei que é importante para você que eu lembre, Louis, e eu estou tentando, eu juro... Mas tudo o que me vem à cabeça são pequenos flashes durante algumas alucinações. Eu nem sei se posso chamá-los de lembranças, não sei se são reais.
-Você poderia me perguntar – Harry me olhou confuso e eu simplesmente sorri para tentar acalmá-lo – Sabe, quando isso acontece. Você poderia me contar e, então, eu te diria se aconteceu ou não.
Harry se sentou na minha frente com as pernas cruzadas e as mãos no colo, fazendo meu sorriso se alargar mais. Ele era tão adorável.
-Tem um em particular – ele começou, evitando me olhar nos olhos – Eu fico repassando ele na minha cabeça. Bem, só o começo, porque não acabou muito bem...
-Podemos falar só da parte boa – eu o interrompi. Não queria que começasse a se lembrar de coisas ruins e desnecessárias. Não precisávamos disso agora.
-Certo – ele disse – Nós estávamos fazendo um piquenique em um morro com várias árvores e uma grama perfeita... Você havia acabado de me entregar um pequeno cupcake com a letra ‘H’ na cobertura, depois eu te beijei e logo em seguida você me levou para ver a paisagem... Deus, aquele era o lugar mais lindo que eu já vi. E foi aí que tudo começou a dar errado.
Eu não percebi que estava sorrindo até ele terminar de contar. Meu coração estava tão acelerado que eu mal podia processar o que estava acontecendo, se é que isso faz algum sentido.
-Acho que você já pode classificar isso como uma lembrança – eu afirmei. Harry abriu um sorriso tão largo quanto seu rosto permitia.
-Será que você poderia... Sabe, me contar o resto?
-Foi nesse dia que eu me declarei para você – contei – Acho que podemos chamar de um pedido de namoro, se preferir. Eu me ajoelhei com a intenção de te surpreender quando você virasse, mas você estava tão fascinado pela paisagem que eu tive que ficar uns bons dez minutos no chão. Quando você finalmente se virou eu já estava com as pernas bambas e cansado, então não foi tão romântico quanto eu planejei. Mas foi quando eu disse que te amava e queria ficar com você. Você pulou em cima de mim e nos derrubou no chão. Foi basicamente isso. Inclusive, sinto muito por não ter lhe dado uma aliança ou algo do tipo, mas eu juro que foi especial! Além do mais, eu lhe fiz um cupcake com a sua letra inicial no topo, existe algo mais romântico que isso?
Harry gargalhou e me beijou mais uma vez.
-Aposto que foi – ele disse – E, a propósito, você comprou o cupcake. Eu já sei.
Aquele poderia ser considerado o melhor momento do mundo. Era só ele e eu e nada poderia nos atrapalhar.
É claro que, se tratando de nós dois, nada pode ficar bem por muito tempo, dado as circunstâncias. E, mais cedo ou mais tarde, teríamos que falar de assuntos que estávamos evitando até então. Eu havia passado a manhã inteira ensaiando no espelho como eu contaria para ele sobre o plano, mas fora tudo em vão. Como poderia? Era uma missão suicida! Harry nunca aprovaria.
-O que aconteceu o Chester? – Harry finalmente perguntou.
-Morreu – respondi, sem um pingo de compaixão na voz.
-E o que vai acontecer agora? – ele apertou minha mão.
Eu sabia a resposta para aquela pergunta, mas aquele simplesmente não era o momento.
-Sabe o que eu notei? – era minha deixa para mudar de assunto – Eu não te pedi em namoro oficialmente depois do que aconteceu.
Eu tentei mencionar o acidente com a maior cautela possível, mas Harry não pareceu se importar. Ao vez disso ele sorriu.
Na bancada havia um enorme vaso de flores que alguém provavelmente havia deixado ali mais cedo, e eu não hesitei em pegar uma. Cortei o talo da rosa com a mão e beijei a flor antes de entrega-la à Harry.
-Você sabe que eu o vi pegando essa rosa, não sabe? – ele riu – Ela é igual as outras.
-Me desculpe mas, tecnicamente, você está errado – eu disse – Essa aqui não tem o talo, então você sabe que é minha. Além do mais, é a única que tem o meu beijo.
Ele sorriu ainda mais e beijou a flor também.
-Eu te amo, Harry – eu disse. Dessa vez sem sorriso no rosto, estava apenas mantendo meus olhos nos seus – Eu sempre amei. Meu coração é seu. Você sabe disso, não sabe?
-Você é meu – Harry assentiu devagar, fechando os olhos por um segundo. O sorriso não deixou seu rosto – E eu sou seu. Para sempre.
-Para sempre.
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Utopia
RomanceNesse exato momento há 6,470,818,671 de pessoas no mundo. Algumas estão correndo de medo, outras estão voltando para casa. Algumas mentem para conseguir passar o dia, outras estão simplesmente enfrentando a verdade. Alguns são homens maus que luta...