Sorte Azul

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Me perdoe.

Eu admito sem ressentimentos, eu sou uma vadia. E daí? Eu estava apenas tentando fazê-lo mais forte, e mesmo assim… aparentemente ele preferia viver no mundo das fadas felizes ao encarar a realidade. Ele nunca, nunca vai saber o que é o sentimento de assassinar alguém a sangue frio para alimentar uma fera senão a sua cabeça que será a refeição. Ele nunca vai saber como é a sensação de navegar pelos mares saqueando um engomadinho violeta. Ele nunca vai saber…. Então porque você não entende que apenas fiz o certo? O que exatamente te dá o direito de me julgar? Ah, é. É só isso que você faz. Lamento pelos olhos, mas ei, você perdeu dois, eu perdi sete graças a você, então estamos mais que quites, certo?...
Eu… eu fiz muita coisa ruim, sei disso. Do seu ponto de “vista”, não causei nada além de problemas… como se sentiria se dissesse que para mim, estava fazendo o certo? Como seria capaz de saber que era errado? Eram eles ou eu, sempre foi assim, eu apenas queria continuar viva, mas tudo que recebi foi um julgamento sem chance de defesa. O que eu ganhei com isso? Um manual para seguir os passos de alguém que sempre foi e sempre será mais grandiosa do que eu, tudo que fiz foi tentar sair da sombra dela… duvido que tenha conseguido. E o que mais ganhei? Perdi um braço e sete olhos por conta de uma bola 8 quebrada, levei a maior surra da minha vida antes de recuperá-los, perdi uma amiga preciosa por algo que nem ao mesmo sei porque!... eu matei ele, e doeu. Doeu de verdade. Eu já paguei por meus crimes, você não podia me julgar, não podia!........ e mesmo assim fez sua sentença. Pena de morte.
Eu não sei porque acreditei que depois de tudo que fiz… ainda merecia você como jóia. Diamantes são lindos, não são?

Me perdoe por te impedir de voar.

Me perdoe por queimar a sua visão.

Me perdoe por ser uma vadia.

Me perdoe, Tavros.
Me perdoe, Terezi.

Perdão em 12 Cores Onde histórias criam vida. Descubra agora