Augusta

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— Olha aí o amor da minha vida... — Bruna disse enquanto eu entrava em seu apartamento. 

— Oi meu amorzão. Como você tá?

— Eu tô ótima. Mas e você? Como foi a viagem? Você tem coisa demais pra me contar, já que não deu um sinal de vida direito né. 

— Calma, posso tomar um banho primeiro?

— Claro. Já esperei esse tempo todo, né...

— Cadê a Pri? — Pri era a garota que dividia o apê com a Bruna. 

— Deve estar na casa do boy. Não sei. 

— Ok, vou usar o xampu de camomila dela. 

— Tá, só não faz bagunça pra ela não notar. E não usa muito. 

— Tá. Beijinho. 

Quando saí do banheiro, Bruna praticamente me puxou e me sentou na cadeira da mesa. 

— Agora fala.

— Posso comer?

— Não! Fala. 

— Ok...

E contei tudo. Bruna ficou encantada nas partes boas da história. Tentei ser o mais claro e tentei usar a ordem cronológica dos fatos pra que ela acompanhasse bem. Digamos que, no fim, ela estava tão chocada e confusa quanto eu fiquei. 

— Como assim? E você não tentou descobrir quem é essa garota?

— Ele não quis me explicar nada, amore.

— Tá, mas você pode mandar mensagem pra moça da recepção. É óbvio que ela te deu o número pra isso. Ela pegou no ar o love de vocês. 

— Sei lá. Tenho medo demais de descobrir. 

— Então você precisa desapegar real dessa história, Rafa. Tipo, não dá pra você não querer saber mais, mas continuar pensando nisso e se matando pelo que aconteceu. O tal do macho é só problema.

— Não aguento mais. E eu fui pra lá pra descansar, relaxar. E só consegui mais uma coisa pra pensar.

— Resolve seus problemas daqui primeiro, gato. 

— É, ainda tem isso. Que saco...

— Calma! Não tem nada que a gente não consiga resolver. Vamo por partes. Primeiro: sua casa.

— Eu preciso sair de lá urgente, Brubs.

— Tá e você tá querendo dividir apê ou quer pegar sozinho?

— Sozinho seria ideal. Mas não dá pra ser muito caro.

— É. Então beleza, daqui a pouco a gente entra no Google e dá uma olhada nisso. Próximo: seu ex.

— Ah, esse é um caso mais ou menos resolvido. A gente conversou naquele dia lá da festa no Felipe.

— Menino... O que foi aquela festa? Eu saí de lá sem saber quem eu era.

— Eu dormi lá...

— Hum, e o que mais?

— Transei com o Felipe.

— Sabia!

— Não só com ele.

— Que? Como assim? Me explica isso direito.

— Era pra ser só com ele. Mas aí de alguma forma o Marco e o peguete dele lá, o Gabriel, eles surgiram. E acabou rolando...

— Eu não tô acreditando, Rafael Álvares. É por isso que de repente todos vocês tinham sumido!

Amor de Areia (Romance LGBT)Onde histórias criam vida. Descubra agora