chapter seventeen

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chapter seventeen: antes do agora

Terminei de fazer o rabo de cavalo e encarei o reflexo no espelho a minha frente sentindo o meu corpo ser jogado contra o espelho.
Minha visão ficou turva e eu sentia o sangue escorrendo pelo meu rosto enquanto eu tentava recobrar os sentidos.

"Não sabe por quanto tempo eu esperei isso."

Engoli a seco me virando lentamente para trás, vendo o homem me encarando com um sorriso maldoso nos lábios enquanto segurava uma faca prateada.

"Q-quem é você?" perguntei tentando não fazer movimentos bruscos.
"Não lembra de mim (SeuNome)?"

Neguei rapidamente com a cabeça pegando um dos cacos de vidro que haviam caído dentro da pia, sentindo os olhos dele fixos em mim, ainda com o sorriso em seus lábios, oque me fez engolir a seco, sim, eu me lembrava dele e do modo que ele havia feito a minha vida se tornar insuportável durante aqueles meses em Derry.

"Henry?" perguntei engolindo a seco.
"Diga a eles que eu estou vindo." falou rindo "E eu não serei tão legal."

Henry se virou saindo rapidamente do quarto, oque me fez voltar a respirar, e eu nem havia percebido que tinha prendido o ar.

"Oque aconteceu?"

Encarei Ben soltando o pedaço de vidro que eu estava segurando percebendo que ele havia cortado onde ficava a cicatriz, e agora sangrava.

"Henry Bowers." murmurei.
"Oque?" perguntou se aproximando.
"Ele... ele estava aqui Ben."

Ben me olhou levemente chocado indo em direção do armário do banheiro e pegando o kit de primeiros socorros, onde ele limpou o corte que tinha havia da minha sobrancelha e oque eu havia feito na minha mão, em completo silêncio.

"Eu não entendo." murmurei.
"Oque você não entende?"

Ergui o olhar engolindo a seco tentando achar as palavras certas para oque viria a seguir, porém eu não conseguia, porque não parecia não passar de um sonho ruim.

"Não parecia o Bowers que conhecemos... havia algo no olhar dele, acho melhor irmos." falei por fim

Ben assentiu e seguimos para o andar debaixo, onde Mike explicou de forma esporádica que deveríamos ir para floresta, onde iniciariamos o ritual que faria o Pennywise voltar a um estado de hibernação para sempre.
Me mantive em silêncio enquanto caminhávamos pela cidade, minha cabeça parecia latejar com cada lembrança que voltava, com cada detalhe que comentavam.

"Então..." Richie falou ao meu lado.
"Oque?" perguntei arqueando as sobrancelhas.

Richie me encarou por alguns segundos enquanto entrávamos na floresta e balançou negativamente como se tivesse desistido de falar oque queria.
Tentei ignorar Richie respirando fundo sentindo o cheiro de terra molhada invadir os meus pulmões, não lembrava qual havia sido a última vez que eu tinha estado em um lugar tão verde.

"Para onde estamos indo?" perguntei atraindo a atenção.
"A sede do clube." Ben falou eufórico.
"Isso!" Mike confirmou "Lembram?"
"Ficava por aqui."
"É meio difícil de esquecer." Eddie falou lançando um olhar para mim.

O encarei por breves segundos a ponto de ver Ben sendo sugado pela terra e caindo com tudo no chão.

"Achei pessoal!" gritou.

antes

"Temos que entrar?" descendo as escadas.
"Não seja uma garotinha (SeuApelido)!" Richie falou puxando um dos meus pés.

Chutei o ombro de Richie terminando de descer os degraus que faltavam sendo seguida por Bill. Dei uma visão geral do local ficando quase que de boca aberta com tudo que Ben havia construído.

"Que merda é essa?!" Richie gritou no meu ouvido "Como construiu isso?"
"Quando você fez isso?" Bill também perguntou, só que sem os gritos.
"Fui fazendo, sabe?" começou "O lugar já existia, eu só precisei reforçar as paredes e conseguir umas madeiras para a porta de entrada e foi isso, muito bom para a minha primeira obra, né?" perguntou se apoiando em uma das pilastras.

Senti Bervely puxar o meu corpo enquanto uma placa de madeira caía quase que encima de mim, me fazendo arregalar os olhos encarando os meninos chocada.

"Isso foi bem bacana." Richie falou irônico "Oque acontece se você no outro pilar professor?"
"Tá vendo?" Eddie gritou levando a bombinha de asma até a boca "É exatamente por isso que existem os códigos de segurança, autorizações de obra, esse lugar é uma armadilha mortal!" gritou.
"Eddie." avisei o menino.
"Eu ainda não acabei nak acabei de construir Eddie." Ben murmurou.
"Olha se eu me machucar você que vai ser o responsável!" falou rapidamente se virando "E de onde veio isso? É um instrumento de tortura?" perguntou balançando uma lanterna de ferro.
"É uma lanterna Eddie!" falei para o garoto já nervosa "Da pra parar pelo amor de Deus?"
"E aquilo ali? Arreio de charrete?" perguntou ignorando completamente oque eu falei "Como foi que você consegu... pô, isso aqui é legal." falou pegando uma raquete de tênis.
"Custou três dólares, cuidado." Ben pediu.

Eddie começou a bater a bola de ping-pong presa pelo fio de nylon em minha direção enquanto falava várias coisas rapidamente que eu já havia parado de tentar entender.

"Olha que legal (SeuApelido)." falou batendo a bolinha.
"É legal, mas da pra parar?" pedi fazendo ele ir mais rápido.
"Porquê? Hein? Hein?" perguntou repetidamente.

Encarei Richie, Bill, Stanley e Bervely, todos olhando levemente confusos para Eddie que continuava a bater a bolinha na raquete em minha direção, e naquele momento eu só queria que aquela droga de fio de nylon partisse ao meio e aquela bolinha voltasse em direção do rosto de Eddie.

"Para Eddie!" pedi em um grito.
"Parar? Parar porque?" perguntou indo mais rápido "Brinque se divertia, comemore com a magia da raquete com bolinha."
"Para!" gritei.

Eddie bateu a bolinha mais algumas vezes antes dela se soltar da fita de nylon e sumir em meio das tábuas que tinham no chão enquanto a raquete voava em direção do meu nariz.

"Meu nariz!" reclamei "Eu tenho veia solta." falei vendo os pingos de sangue caírem no chão."
"Meu Deus." Eddie murmúrio "Me desculpa, você sabe quantas mortes são causadas por causa de sangramento nasal por ano? Meu Deus, eu te matei, eu sou praticamente um assasino, e vou ser preso." falou frenético.

Ignorei Eddie vendo Richie revirar o lenço que ele costumava limpar os óculos e colocar debaixo do meu nariz para estancar o sangue enquanto Stanley praticamente obrigava Eddie a enfiar mão no buraco onde a bola havia caído.

"Olha oque você bundão." falou para Stanley.
"Oque foi que eu fiz?" perguntou confuso.
"Quebrou o negócio com a sua cara."
"Oque?" Stanley perguntou em um sussurro.
"Isso não fez sentindo nenhum."

summer of 89•itOnde histórias criam vida. Descubra agora