chapter eleven

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chapter eleven: o verão dos meus sonhos, só que ao inverso

Senti as minhas bochechas queimarem com as palavras de Richie enquanto nos levantavamos.
Meu joelho ardia um pouco e os meus braços também, porém agora o sangue já se encontrava completamente seco.

"Estamos namorando agora?" Richie perguntou.
"Eu sei lá, você deveria pedir." murmurei dando de ombros.
"Pedir... eu prefiro afirmar gatinha! Agora a gatinha dos melões gigantes é minha namorada, já posso cair de boca?" ele falou me fazendo revirar os olhos.
"Beep, beep Richard." gritei beliscando o braço dele.
"Isso dói sabia."

Subi na garupa da bicicleta e Richie começou a pedalar enquanto eu cantarolava uma música qualquer que tocava nas rádios.

[...]

"(SeuNome) Amélia Brookes, oque aconteceu com você?" Matilde gritou ao me ver suja e machucada.
"Cai." respondi brevemente enquanto ia para o quarto.

Matilde puxou o meu braço com uma certa violência ficando cara-a-cara comigo.

"É essa Bervely que fez alguma coisa com você?" ela perguntou "Ou foram esses meninos? Eles fizeram alguma coisa contra a sua vontade?"

Olhei para ela incrédula enquanto puxava o meu braço de modo ríspido e rude.

"Eu não acredito que você falou isso Matilde, eles são os meus amigos e nunca fariam algo para me machucar!" gritei para ela.
"Não seja idiota (SeuNome)!" ela gritou enquanto eu corria para o quarto.

Dois socos foram dados na porta enquanto ela gritava.

"Eu sou a única que você tem!"

Me joguei na cama sentindo algumas lágrimas caindo pelo meu rosto, enquanto torcia para o sono chegar rapidamente.
Nas duas semanas que se passaram eu não tive contato com Ben, Bill e Bervely. Era como se eles tivessem sumido, e Richie também não dava o braço a torcer, principalmente por causa do soco que ele havia levado de Bill.

"O Eddie... ele apareceu?" perguntei enquanto me sentava na mesa de ping-pong que havia no fliperama.
"A mãe dele não vai deixar ele sair de casa nunca mais." Stanley falou enquanto jogava.

Revirei os olhos sentindo o tédio tomar conta do meu ser, estavamos a quarenta minutos dentro do fliperama, estava tudo um saco.

"Iremos ficar aqui o dia inteiro?" perguntei entendiada.
"Tem uma idéia melhor?" Stanley perguntou.

Richie soltou uma risada maliciosa enquanto eu depositava um soco em seu braço.

"Você é tão estúpido Richie." murmurei saindo da mesa de ping pong "Irei na soverteria, até mais tarde."

Me despedi dos meninos enquanto saía de dentro do fliperama e ia andando rua abaixo.
O sol batia contra a pele exposta da regata que eu usava, e tudo estava agradável demais naquele momento.

"Um soverte de chocolate com morango, por favor." pedi para o menino de óculos enquanto me apoiava no balcão.
"Olha se não é a delicinha." uma voz masculina falou.

Me virei dando de cara com um garoto de cabelos negros e um sorriso no rosto.

"Vaza daqui garoto." falei enquanto pegava a casquinha.
"Qual é delicinha, quer ir ver umas coisas comigo?" ele perguntou impedindo a minha passagem.
"Nem se você me levasse para Disneylândia querido." falei ríspida.
"Eu acho que você vai querer ver isso." uma outra voz soou.

Virei para trás dando de cara com Henry Bowers que me olhava de modo repugnante.
Senti uma coisa afiada ir contra a minha cintura enquanto ele me empurrava de leve.

"Agora vamos para o carro delicinha." Patrick falou.
"O-oque?" perguntei nervosa.
"Não vamos te fazer mal."

Henry me empurrou para o banco de trás do carro ao lado de Victor que me  deu um sorrisinho, em seguida Belch entrou no carro me empurrando contra Victor.

"Relaxa, não vamos fazer nada que você não queria." Belch falou.
"Vocês já estão fazendo uma coisa que eu não quero." falei ríspida.

Henry saiu dirigindo e em poucos minutos estavamos na frente de uma casa.
Victor me levou para fora do carro me guiando até os fundos da casa mais especificamente em um galpão.

"Eu sempre te achei muito gatinha, sabia?" Patrick falou dando um sorriso meio macabro.
"Oque você quer?" perguntei ríspida.
"Uma chance." ele falou dando um passo em minha direção.
"Eu tenho namorado." falei me afastando dele.
"Eu não sou ciumento."
"Mais ele é."

Patrick passou a mão de leve no meu rosto e eu senti o meu sangue gelar. Ele estava ficando excitado com o meu medo e aquilo me causava ânsia de vomito.

"Trás ela aqui." Henry mandou.

Patrick me virou pelos ombros e me empurrou em direção de uma geladeira,  geladeira em questão não tinha porta e a "porta" dela era uma cortinha de plástico.
Forcei a minha visão dando um passo de leve em direção dela, e eu conseguir entender oque era aquilo.

"Ai meu Deus!" gritei nervosa.

Tinham vários filhotes de gato mortos, congelados, um miava implorando ajuda com as patas amarradas.
Dei um passo em direção da geladeira sendo impedida por Henry.

"Não, não." ele falou.
"Como assim?" perguntei empurrando a mão dele "Ele vai morrer assim!" gritei.
"É isso que queremos, que ele agonize de dor, implorando a sua vida." Henry falou sorrindo.
"Meu Deus, vocês são doentes."

Empurrei os meninos e saí correndo de dentro do galpão e não parei de correr até chegar no Centro da cidade bem longe da casa de Patrick Hockstetter.

summer of 89•itOnde histórias criam vida. Descubra agora