chapter twenty six

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chapter twenty six: a última batalha

Não estava com Ben mais, ele havia sumido do meu campo de visão, eu estava sozinha com as costas colada em uma parede de pedra. O cheiro da poeira incomodava o meu nariz e o suor estava começando a me incomodar.

"Calma, calma (SeuNome), vai tudo vai ficar bem." murmurei para mim mesma.

O chão debaixo dos meus pés cedeu e o meu corpo caiu em queda livre, um grito estava trancado no fundo da minha garganta e eu só queria que a sensação de não ter nada para me segurar acabasse.
Minhas costas bateram contra algo macio que fazia cócegas, me fazendo abrir os olhos, o céu estava brilhando encima da minha cabeça e eu não estava nos esgotos de Derry. Ergui o meu tronco vendo a menina de cabelos castanhos e olhos azuis correr em minha direção, caindo em meus braços.

"Wendy..." murmurei passando a mão pelos cabelos dela.
"Você demorou." falou sorrindo.

Segurei o rosto de Wendy sentindo suas bochechas quentes contra minha mãos geladas, ela estava usando um vestido cor de rosa e seus cabelos estavam bagunçados, ela sorria, estava feliz.

"Você tá diferente, mas eu sabia que você ia me achar, sempre me achou, agora podemos ficar aqui para sempre." falou sorrindo.

Havia um nó na minha garganta, eu queria gritar porque aquilo não era possível, Wendy estava morta, eu sabia disso.

"Agora você trás a Holden, vamos fazer isso eu posso fazer." falou.
"Fazer oque?"

Holden estava parada atrás de Wendy, seus cabelos estavam molhados e haviam marcas roxas e profundas em seu pescoço.

"Porque você não conseguiu me salvar mamãe?" Holden perguntou.
"Nunca consegue salvar ninguém."

Wendy se afastou de mim, sua expressão estava pesada, haviam cortes pelo seu rosto e as mesmas marcas no pescoço de Holden haviam aparecido no de Wendy.

"Ele me pegou, eu gritei por você mais você estava muito ocupada, sempre ocupada, ele me machucou de todas as formas, me violou e a culpa é sua (SeuApelido)." Wendy rosnou.
"Não, não foi culpa minha... eu não estava lá, eu..." murmurei.
"Cava." mandou. "Cava, cava, cava, cava, cava."

Meu corpo não me obedecia, forcei minhas mãos contra a terra molhada puxando a maior quantidade de terra para fora, não sabendo ao certo quanto tempo eu fiquei naquilo.
Havia terra em minhas unhas e eu só queria que aquilo acabasse, senti a minha mão envolver algo macio puxando com todas as forças para cima.
Ben tossiu.
E eu encarei ele incrédula sem parar de retirar a areia de cima dele, ele havia sido enterrado vivo.
Meu corpo caiu sobre o chão duro com Ben ao meu lado, minha respiração estava ofegante e minhas mãos doíam, assim como debaixo das minhas unhas.

"Quando éramos mais novos..." murmurei "...eu fiquei com inveja da Beverly, porque você mandou um poema para ela, naquela época eu queria ser aquela garota, oque eu quero dizer é que sempre vão existir fantasmas do passado mais cabe a gente decidir se eles vão nos assombrar ou não."

Ben me encarou e me ajudou a levantar, enquanto corríamos em direção de onde os gritos de Richie vinham, o que quase sempre não era uma coisa positiva. Richie lançou uma pedra na Coisa, que se virou indignada para ele.

"O cara de bunda!" Richie gritou.
"Tanto xingamento no repertório e você fala cara de bunda?" falei quase tão indignada quando a Coisa.

summer of 89•itOnde histórias criam vida. Descubra agora