As Luzes da cidade

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Era uma manhã ensolarada, Sabrina acordou e mal conseguia levantar da cama, pois suas pernas estavam doendo. A garota sentia como se tivesse subido uma torre de escadas correndo, a Bonnie causa esse efeito se utilizar por muito tempo.

Levantando da cama Sabrina vestiu-se e desceu lentamente as escadas em direção a cozinha. Kerubel desceu seguindo a garota sentando-se perto da porta esperando para sair de casa.

— Espero que nenhuma carta apareça hoje.

Ouvindo isso Kerubel responde com um suspiro.

— Desde que você abriu o livro todo dia uma carta aparece, seria bom ter uma folga.

Dando uma pequena risada, a jovem abriu a porta e saiu de casa. As pessoas não prestavam atenção ao Kerubel andando ao lado da garota, pois muitos magos tinham contratos com criaturas místicas, que se tornavam familiares. Para eles o Kerubel era apenas um familiar que foi dado para ela.

Por sorte a rotina da garota permanecia a mesma, o movimento na biblioteca estava tranquilo. Sabrina passou o dia arrumando livros e conversando com Kerubel, onde ela aprendeu muitas coisas sobre as cartas.

— As cartas estão todas vivas, cada uma delas tem seus próprios pensamentos, desejos e personalidade...

Elas são como espíritos, usando magia para tomar uma forma física.

— É perigoso para as cartas passar tanto tempo sem um mestre, quando uma carta se machuca elas voltam para sua forma original e se recuperam usando a magia do livro... Mas sem um mestre elas não tem para onde voltar, se algo ruim acontecer e não acharmos a carta ela pode desaparecer para sempre...

Sabrina entendeu por que ele sempre parecia apressado para encontra-las. Ela perguntou sobre quem criou as cartas e ele apenas fez uma cara confusa e disse que não lembrava, tudo o que ele lembrava era que sua missão era proteger as cartas e encontrar um mestre digno.

— Eu só espero não encontrar o Allan ou o John tão cedo, não temos poder para enfrentar eles nem de longe! Precisamos de muitas outras cartas, Eida também seria uma dor de cabeça...

O dia continua de forma calma, mas agora Sabrina sabia o quanto seu papel era importante para o bem das cartas. Kerubel falou que algumas das cartas eram poderosas o suficiente para causar grandes danos a cidade, o que a deixou preocupada.

Estava ficando escuro quando a garota virou a placa da loja, a cidade já estava pintada em um leve tom de laranja. Sabrina fecha as janelas e pega Kerubel em seus braços o carregando para fora da loja, trancando a porta e colocando a chave em seu bolso.

Como ainda estava cedo, ela podia ver algumas pessoas voltando para casa, já estava ficando escuro quando a garota andava para casa, não haviam muitas luzes nas ruas por isso quando a noite caiu, Sabrina se começou a andar um pouco mais devagar tomando cuidado no caminho.

— Hoje correu tudo bem não é?

Uma luz lilás piscou do outro lado da rua, Sabrina olhou um pouco intrigada e Kerubel acordou em seus braços.

— Eu senti alguma coisa.

Surpresa, ela viu Kerubel pular de seus braços.

Aos poucos algumas luzes começaram a piscar pela rua, como uma marcha de vaga-lumes, a noite que antes estava sombria, agora estava iluminada. Kerubel soltou um suspiro e começou a caminhar normalmente.

— Me preocupei a toa, vamos seguir o caminho.

O caminho das luzes guiava a garota, quando as pequenas esferas luminosas tocavam a garota, estouravam como bolhas de sabão. Seguindo as luzes, a garota se viu em um caminho muito familiar, até que depois de alguns minutos ela estava em frente a sua casa.

Uma construção simples de madeira com dois andares, uma varanda no segundo andar com uma jardineira. Ao chegar em sua casa, as esferas luminosas começaram a se juntar, toda a luz parecia escapar para aquele único ponto e de lá uma figura pequena surgiu.

— Foi tão divertido passear pela cidade!

Falou a figura de uma pequena menina, ela tinha asas de cor roxa, um vestido longo da mesma cor.

-Bella, você não pode sair por aí sozinha.

Kerubel falou repreendendo a pequena.

— Mas Kerubel eu queria conhecer a cidade!

Ela falou em um grito fino, balançando um pouco seu vestido.

— Da proxima vez só pedir que eu te levo!

Falou ele gritando de volta.

— Aaaah... eu fiquei cansada do passeio...

Bocejando ela começou a se esticar.

— Você não tem jeito.

Fazendo um sinal para Sabrina, que esperava com seu bastão em mãos.

— Volte para sua forma de descanso, Bella!

O corpo da fada se tornou uma explosão de esferas luminosas de cor lilás, que logo depois tomaram a forma de uma carta. No centro da carta tinha a foto de uma fada com olhos fechados soprando bolhas por um canudo de madeira.

— A Bella adora visitar lugares novos.

Sorrindo um pouco a jovem comenta.

— Qual a utilidade de uma carta assim?

Andando em direção a porta de casa, Kerubel responde.

-Pode não parecer, mas a Bella pode iluminar e mostrar o caminho para qualquer lugar. É ótima para quando se está perdida.

Sabrina entra em casa e logo vai encontrar seu pai, pronta para terminar seu dia tranquilo com uma deliciosa refeição.


Garotas mágicas em outro mundo.Onde histórias criam vida. Descubra agora