Capítulo 5

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[Em revisão]

A propriedade dos marqueses nunca deixava de surpreender as gêmeas, por mais que não fosse algo novo, já que sempre passavam duas vezes ao ano lá. Mas era praticamente impossível não deixar de sorrir perante àquela visão.

A edificação majestosa inspirada na arquitetura grega clássica impunha grandes colunas na entrada. A grama verde se estendia até longe, onde dava lugar às árvores do imenso bosque que atingia o horizonte. À distância, apesar de não ser visível pelos olhos de quem estava no caminho de terra e cascalho que levava à porta principal, havia um refrescante lago perfeito para pescar. Era para aquela direção que Mary e Emma estavam indo com os sobrinhos.

As duas acharam melhor dar um descanso para Elise e Harry e se ofereceram para passar a tarde com as crianças. Sophia e Carter haviam chegado na hora exata em que elas estavam preparadas para sair e, malditos fossem eles, largaram os dois filhos com elas.

Tudo bem, não largaram exatamente. Louis implorou para ir, arrastando sua irmãzinha Chloe junto. Óbvio que Mary e Emma aceitaram, principalmente a última, que acreditava que quanto mais crianças, mais diversão.

— Como conseguiremos cuidar de todas essas pestinhas? — perguntou em voz baixa a sua irmã enquanto caminhavam até o lago.

— Não chame eles desse modo, são adoráveis. Vai ser fácil, Mary, é só ter um pouquinho de paciência.

Se algum dia ela pensara que a irmã sabia de tudo, isso com certeza acabara naquela tarde. Porque não foi nem um pouco fácil manter todos os quatro no mesmo lugar. Na verdade, foi uma das tarefas mais exaustivas de toda a sua vida. Fora um pouquinho divertido também.

Mas quando Louis e Rose se aproximaram da beira da água e afundaram quase todas as pernas, ela achou que iria ter um infarto ali mesmo naquela grama. Mary iria ficar caída e sem vida por um tempo até Emma arrastar seu corpo para a mansão, ou então pedir ajuda a alguém. Certamente não seria a Benjamin.

— O que vocês acham que estão fazendo? — gritou ao chegar mais perto.

— Nos divertindo, é claro! — respondeu Rose.

— Não pensaram que podem se afogar nesse lago imenso? Venham, venham! — ela estendeu os braços para se apoiarem.

— Eu sei nadar, meu pai me ensinou — disse Louis com orgulho depois dos dois estarem em terra firme. — Ele falou que eu sou o nadador mais rápido que ele conhece.

— Meu pai também me ensinou — rebateu a menininha. — E disse que eu sou a mais rápida de todas as nadadoras.

— Pode ser a melhor entre as meninas, mas eu sou muito mais rápido que você!

— Ah, é? Vamos ver então! — Rose fez menção em voltar para a água.

— Não! — foi Mary quem gritou, puxando as duas crianças para longe. — Chega, vão fazer companhia a Chloe.

De fato, a garotinha estava sentada na grama em um canto mais afastado, brincando com sua boneca favorita. Quando ela reparou que os outros estavam chegando, logo se aquietou e trouxe o brinquedo para junto de seu peito. Ela sorriu fracamente, mas não parecia muito feliz com as novas companhias extrovertidas.

A alguns metros, Emma observava Ben engatinhar, trazendo-o para perto sempre que o bebê ia longe demais. Os dois riam e faziam caretas um ao outro, estranhamente parecido com o que Louis e Rose estavam fazendo.

Por um momento, Mary apenas aproveitou os raios de sol sobre o seu rosto. Fazia muito tempo desde se sentira bem daquele jeito, sem grandes preocupações (a não ser cuidar de crianças). Não precisava se condenar todas as vezes que andava de maneira errada, ria alto ou falava coisas inapropriadas demais. Ali não havia ninguém que lhe infernizasse sobre como suas maneiras eram totalmente humilhantes e inconvenientes.

Enlouquecendo Um Cavalheiro {hiatus}Onde histórias criam vida. Descubra agora