"𝐈𝐭'𝐬 𝐚𝐥𝐥 𝐚𝐛𝐨𝐮𝐭 𝐞𝐧𝐞𝐫𝐠𝐲" -𝑹.𝑴.𝑾.
Regan viveu sozinha por
Depois de muito tempo no orfanato Saint Claire, Regan decide que é hora de superar o drama de ser uma órfã e conquistar sua liberdade. Sendo uma jovem socialmente desajustad...
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O período de adaptação foi complicado. Não precisei de mais de uma semana pra perceber que aquele lugar não ia me render experiências muito agradáveis.
Resumindo, na minha terceira madrugada em Nova York eu descobri que o maldito gato da dona da pensão tem insônia e gosta de arranhar as portas dos hóspedes pra se distrair na madrugada. No sexto eu rezei pra que ele morresse, no décimo eu chutei ele da escada e no décimo quinto eu quase ME joguei da escada.
Além disso, a vida na cidade grande não era simples como eu - ingenuamente - acreditei ser. Nova York é uma cidade muito cara, então meu dinheiro estava acabando bem mais rápido que o planejado. Mesmo me mantendo de uma refeição diária com a gororoba mais barata que qualquer mercado por ali pudesse oferecer, o que sequer supria minhas necessidades alimentares.
E, pra variar, a maioria dos estabelecimentos procuravam por pessoas com no mínimo dezenove anos completos então, a menos que eu falsificasse uma identidade, não poderia trabalhar, pelo menos, pelos próximos quatro anos. Os planos de terminar o ensino médio também foram atrasados pelo fato de, aparentemente, precisar de um tutor pra assinar meus documentos.
Falando assim até parece que eu tinha me ferrado muito e ia acabar virando moradora de rua. Eu tava ferrada, mas nem tanto. O dinheiro ia durar mais uns dias e a probabilidade de morrer de inanição comendo uma vez por dia são razoáveis, então eu ia sobreviver até arrumar um emprego. "E quanto a escola?" pensei. "A dona da pensão vai assinar os documentos".
E aí você se pergunta "Mas como se a infeliz te odeia?". E meu eu narrador responde "Eu vou persuadi-la".
Mas até que tem uma parte boa no meio desse caos. A família dona do restaurante italiano que ficava perto da pensão me dava comida de graça as vezes. Eu até tentei negar, mas a senhorinha do balcão nunca aceitava meu dinheiro. Eram só ela, o neto e os empregados, mas as vezes a filha dela ajudava no lugar. Eu não tinha mais visto o garoto bonito do primeiro dia.
*Toc Toc*
Ou melhor, *PORRADA, PORRADA*
-WURTZBACH! - o escândalo na porta interrompeu meus devaneios
-Ah, maldita - resmunguei, indo abrir a porta e fingindo um sorriso amigável - Senhora Levronskey, que agradável visita às...três da madrugada, sempre tão conveniente...
-Mas é tão petulante...fala logo oque você quer! Recebi o recado.
E veio doze horas depois?, pensei. Não dava pra vir quando eu não tivesse dormindo?
-Fazer uma proposta - Ela riu, debochada
-Proposta? - peguei o envelope em cima da escrivaninha
