Obsessiva Paixão - O casamento da Princesa

Capítulo II

¨Nem todos os dias são bons, mas há algo bom em cada dia¨.

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10 de novembro de 2018 - Ainda no Palácio Lakshmi - Abu Dhabi 

Maya Lakshmi 

Após toda aquela cena ridícula do dia anterior, no baile, eu resolvi me despedir de todos e me tranquei em meu quarto, onde permaneço até agora. Não desci para o café, nem pretendo descer para o almoço. Fátima me trouxe o desejum, para que eu não desmaie por falta de comer. 

Deixei a xícara  na mesinha e fui atender a porta, ouvia-se batidinhas leves, com certeza não é meu pai, senão a porta estaria saindo das dobradiças agora. 

- Mamãe! - gritei, pulando em seus braços.

- Oh, querida... Por que não desce para almoçarmos juntas?

- Não. Não mesmo, não quero ter que dirigir a palavra ao meu pai. 

- Meu bem, eu sei que está nervosa, o casamento assusta. Sinto muito por seu pai controlar tanto sua vida, até mesmo quando se trata de amor - ela pegou minhas mãos e acariciou as mesmas em um gesto terno - se eu pudesse, interferia agora mesmo, por mim você jamais iria se casar com um homem que não ama. Mas... Esta longe de mim poder realizar esse desejo. 

Ergui meus olhos de nossas mãos, meus olhos lacrimejavam, eu estava sem saída. 

- Eu sei mamãe, sei que faz o possível por mim, obrigada por estar ao meu lado. 

Nos abraçamos, eu já não chorava mais. 

- Querida, prometa-me que vai ficar bem? 

A olhei sem entender. 

- O que está me escondendo mãe?

- Atka virá buscá-la hoje a tarde, após o por de sol. Você terá que morar em sua casa, a partir de hoje. Eu sinto muito filha! 

Mamãe chorava baixinho, estava tão assustada quanto eu. Não me permiti sentir absolutamente nada, ergui uma parede de concreto a minha volta. Todos os meus sonhos de ser dançarina, viajar o mundo, ajudar as pessoas na África... Se esvaiu, foram todos jogados no lixo. - E tudo isso por um motivo simples, Atka é muçulmano, pratica o islamismo. - Eu não quero viver o resto da minha vida sendo corna, caso ele pratique o poligonalismo, isso não aceitarei de forma alguma. Isso se ele ainda for um típico homem grosseiro, como se mostrou na noite passada quando lhe dei as costas, controlador mal caráter!

- Tenho escolha quanto a isso? - perguntei a mamãe, já sabendo da resposta.

Seus olhos encontraram o meu, antes dela suspirar e responder. 

- Não querida, não tem. 

[...]

O dia passou arrastado, graças ao céus! Não sai do quarto, comi apenas o necessário, não troquei nem uma  letra com meu pai. Fátima e Iris me ajudaram a arrumar todas minhas coisas, o que foram poucas na verdade, o brutamontes cujo nome é Atka, avisou os criados da casa, incluindo Fátima, que eu não deveria levar muitas roupas. - Não entendi, porém não contestei, se ele quer me comprar roupas novas, não recusarei. - Não conversei com Philipe desde a noite passada, o que esta me deixando apreensiva, o nosso beijo não saiu da minha cabeça a noite inteira, literalmente a noite inteira, pois eu não preguei os olhos.