Eu odeio hospitais

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Quinta-feira 10 de novembro de 2005

Não posso lembrar. Não consigo lembrar. Foi péssimo! Não me lembro bem do que aconteceu mas vou tentar contar o máximo de detalhes possível.

Estávamos andando na rua. Eu, Sam e Cas. Era um dia lindo - até o momento :/. Eu quis fazer uma brincadeira com Cás.

Estávamos passando perto de um beco ou algo do tipo, quando resolvi me esconder e assustar meu anjinho. Bom, deu certo. Eu só não contava com um real susto dele, oque fez ele abrir suas asas perto de Sam.

Antes que eu percebesse oque tinha acontecido dei risada - só até olhar diretamente para os olhos de Cás. Por alguns segundos, o azul havia virado cinza. Ele mal conseguia me encarar. Sam olhava para mim e para Cás com um olhar surpreso.

"Oq.. oque tá acontecendo?"

"Sam.." - Cas tentou melhorar a situação mas Sam não deixou ele falar

"Cala a boca Castiel! Dean.. você sabia disso?"

Eu não consegui responder, só dei um passo em direção ao meu irmão mas ele recuou. Tá, eu até entendia o porquê de eles estar tão bravo, mas, ele namorava uma bruxa! UMA BRUXA! Que diferença faria se eu namorasse um anjo?

"Sam.. não desconta nele.. ele não tem culpa de ser oque é!"

"É.. você tem razão.. não vou descontar nele, vou descontar em você! Eu não to assim porque ele é um anjo e sim porque você não me contou sobre.. isso!"

"Eu não contei porque eu não queria que isso acontecesse! Não sabia sua reação ao saber que Cás é um anjo!"

"Dean.. por favor.. minha namorada é uma bruxa! O quão pior isso é?"

Ao meio de tanta discussão, eu podia ver pelo canto dos meus olhos Cas se afastando aos poucos em direção à rua. A esse ponto, eu não sabia em que lado dicaria! Quer dizer, Sam não culpava Cás, mas se eu fosse atrás dele, Sam ficaria mais bravo comigo e isso pioraria a situação.

Minha respiração estava ofegante e lembro disso ter acontecido em câmera lenta. Quanto mais Cas se afastava, mas preocupado eu ficava. Cortei a discussão com Sam e fui atrás dele, mas era tarde de mais. Cás - de costas - foi até o meio da rua e..

"CÁS, NÃO!"

Eu corri até lá e todos pararam para olhar - inclusive Sam. Haviam uns policiais lá perto que chamaram a ambulância. Ele estava sangrando muito e não respondia ao meus chamados. Comecei a gritar para que me ajudassem e uns 10 minutos depois a ambulância chegou - a partir daí, não sabia mais aonde Sam estava. Entrei na ambulância junto com Cas. Fiquei segurando a mão dele o caminho inteiro com alguma esperança de que ele acordasse e, pela primeira vez na minha vida, eu orei. Não conseguia ver ele assim! Qualquer um menos Cás! Quais eram a chances?

Chegando no hospital ele logo foi levado para a UTI. Tiveram que fazer uma cirurgia de emergência. Ele tinha perdido muito sangue e precisava se recuperar. Eu insisti em ficar na UTI com ele mas os médicos recusaram. Eu odiava hospitais, agora mais do que nunca! Depois de umas 8 horas esperando a cirurgia e procedimentos gerais acabarem, eu pude ver ele.

Mesmo machucado, Cás estava lindo como sempre! Por conta do procedimento, eu não podia tocar nele, mas ver seu rosto foi o suficiente.

Mesmo preocupado com Cás e - agora que estava um pouco mais tranquilo e cansado também - parei pra pensar: Castiel é um anjo! Porque ele se machucaria tanto com um acidente de carro? Depois de um tempo pensando nisso, eu adormeci.

Sexta-Feira 11 de novembro de 2005

Meu celular me acordou. Já que estava no máximo, fez um barulho horrível que quase todo o hospital escutou. Logo atendi!

"Alô?"

"Dean.."

"Sam? Aonde você está?"

"Eu to em casa.. só queria saber como Cas está!"

"Ele está bem.. quer dizer, melhor do que antes!"

"Que Bom.. ele já acordou?"

"Ainda não! Você.. vai vir aqui ver ele?"

"Não!"

"Como assim não?"

"Só.. não vou ver! Até onde eu saiba.. eu não sou o namorado dele!"

Ele desliga na minha cara. Se a situação fosse outra, teria corrido para a casa e quebrado a cara de Sam, mas, eu estava preocupado de mais com Cas para um drama familiar!

Depois de algum tempo andando pelo hospital, recebo um chamado. Me falam para ir para o quarto onde Cas estava, segundo eles, era urgente. Subi todos os andares - 6 - até o quarto de Cás e, quando cheguei, ele já estava acordado..

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