O nome dele era Castiel

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Pov Dean

Eu tinha 26 anos. Era apenas uma criança, quer dizer, teoricamente. Não tinha muita noção do que fazia.

Sam estava na faculdade. Meu pai estava orgulhoso dele, mas, principalmente de mim. Que pai não ficaria orgulhoso de um filho continuando o negócio da família? Além disso, eu amava oque fazia. Era como o sonho de uma casa americana, só que melhor.

Caçar não me proporcionava a melhor vida, porém, eu não ligava. Para ajudar em casa, eu trabalhava de mecânico. Sempre fui bom com carros, principalmente com o meu. John tinha me dado um Chevy Impala 67 que eu amava como se fosse meu filho. O nome dela era Baby.

Quando papai sumiu no mundo, recorri a minha opção mais próxima: Sam. Desde que fizemos contato - depois de alguns anos sem se falar - não paramos mais. Sam passou a clonar cartões de crédito para termos dinheiro e varias outras coisas aconteceram nesse meio de tempo, - idas e vindas, dramas familiares, monstros desgraçados querendo nos comer vivos etc - mas, uma delas, mudou minha vida para sempre..

Sexta-Feira 11 de março de 2005

Estávamos na casa da nossa família. Quando pequeno, eu chama ela de: A casa da família Winchester. Apenas eu e meu irmão sabíamos de sua existência. Já que nossos pais já haviam morrido a algum tempo, eu e Sam ficávamos sozinhos o dia inteiro. As portas e janelas rangiam e as goteiras nem faziam mais tanto barulho quando chovia. Estávamos acostumados a toda aquela rotina: Caçar, quartos de motéis baratos, algumas cervejas e essa casa. Isso nunca mudava.

Quando pequenos, morávamos em outra casa, mas a mesma pegou fogo. Segundo meu pai, esse foi o dia que Mary - minha mãe - morreu.

No dia do incêndio, não conseguimos levar muita coisa para fora dela antes que as chamas tomassem o lugar, mas eu tirei o mais importante ( para mim pelo menos ): um toca fitas. Mary tinha comprado aquilo para meu pai. Na época, John amou o presente, mas, com o passar dos anos, se desfez dele, oque deixava mamãe muito triste. O toca fitas ficava no porão junto com outras tralhas. Ele era - com certeza - a minha preferida delas.

Naquele mesmo dia, estava ouvindo o toca fitas. Sam ficava louco com aquilo. Não podia me ver colocar o som no máximo que já reclamava.

"DEAN, ABAIXA A MERDA DESSE SOM! EU TO TENTANDO LER!"

Quando ele falava assim, - mesmo sendo meu irmão mais novo - eu logo abaixava a "merda" do som, mas, ainda continuava ouvindo música.

Sábado 12 de março de 2005

"Dean, Dean, Dean.."

"Oque foi Sammy?"

"Eu achei um caso!"

"Uhm.. não podia ter esperado até as 10:00 pra me falar?"

"Mas Dean.. já são 11:30!"

Na mesma hora eu levantei e sentei na cama. Ainda com um pouco de sono, fui tomar banho e me vestir. Quando acabei, fui tomar café com Sam e logo pegamos a estrada. A caminho de Missouri, paramos em um posto para abastecer o carro e, - se possível - lavar a Baby também.

Depois de mais ou menos 15 longos minutos lavando o Impala, entrei na loja de conveniências para comer alguma coisa. Quando entrei, não haviam muitas opções. Apenas salgadinhos sem marcas e refrigerante. Peguei uns 3 de cada e fui pagar.

"Deu 32,40"

Eu peguei minha carteira e entreguei o dinheiro para o moço do caixa - muita gente reclamava que eu chamava os atendentes assim, mas, era só o meu jeito. Quando olhei para ele senti algo diferente. Não sei direito oque era. Os olhos dele eram azuis demais, a boca exageradamente rosada. Sei lá, era tudo "muito" sabe?

Quando terminou de pegar o troco e olhou para mim ele deu um sorriso. E que sorriso lindo. Mesmo que por um segundo, senti um leve aperto no coração, de um jeito bom. Antes de sair falei "obrigada" e só ai fui reparar no crachá que estava em sua blusa: Castiel.

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