Capítulo 6

32 7 37
                                    

Tudo aconteceu muito rápido, agradeço ao Tony por ter me tirado de lá ou eu teria saído por conta própria e matado todos no processo. Se bem que é esse o fim que merecem, seria o justo.
Sinto que não posso discutir isso com ele, afinal trata-se de seus familiares. Não quero mudar a visão que ele tem de mim.
Essa é uma oportunidade para nos dois, a única.
Ele ficou fascinado pelas baleias que vimos, os golfinhos e até às tartarugas.
Nunca vi alguém adorar tanto alguma coisa.
Sempre que ele quiser pode descer para o fundo, ele é parte
disso tudo tanto quanto eu.

Tenho várias propriedades, todas perto do mar, menos uma.
Vamos para a casa da montanha, uma das minhas favoritas a fortaleza, lá de cima eu posso ver toda a extensão do oceano, do outro lado, é uma vila. Muito linda, com pessoas agradáveis, a maioria trabalha para mim, aqui na Fortaleza.
É uma propriedade muito grande, tenho apenas um funcionário de confiança com quem mantenho contato direto, a    centenas de ano são pessoas da mesma família, sabem quem eu sou.

- chegamos... Projectei para Tony em pensamentos, gosto de me sentir íntima dele e isso é muito íntimo.
- já estou pegando jeito nisso, obrigada.
Ele também falou na minha cabeça, sua voz é tão distinta, quente, nunca deixei que falassem na minha cabeça.
Acho que ficamos muito tempo na água, o sol já está nascendo, é a coisa mais linda de se ver, tenho certeza que ele pensou o mesmo que eu,  me puxou para um abraço, eu nunca estou preparada o suficiente pra a presença dele, me deixa desestabilizada. Encostei minha cabeça no peito dele que está batendo forte. E ficamos assim, apreciando o nascer do sol.

Gaivotas sobrevoavam o mar cantarolando algumas chegavam a pousar, conchas trazidas pelas ondas enfeitavam a areia. A natureza tem seu jeito de fazer a coisas simples em bonita.
Claro que não tem como esquecer do homem as minhas costas me abraçando, não sei o que ele está pensando, posso sentir sua respiração mudar, seus braços me apertarem um pouco mais, distribuindo beijos ao longo do meu pescoço, não quero pensar em mais nada, mesmo se quisesse, não vem nada lógico na cabeça, apenas ele e seus braços fortes, essa pele morena cheirosa, olhos verdes hipnoticos... E uma boca que é um verdadeiro banquete, prendeu meu lábio inferior entre os dentes e soltou, fez de novo, eu tento chegar nos lábios dele mas ele se esquiva, volta a beijar meu pescoço mas eu não quero brincar. Posso sentir a água molhar os meus pés, as mãos dele explorando as minhas costas. Força é o que não me falta, pulo e entrelaço minhas pernas na sua cintura, ele recuou alguns passos e encostou numa Rocha.

Beijo a boca dele como se não tivesse amanhã, ele não é indiferente a mim e retribui na mesma vontade, não há espaço entre nós, me sinto apertada contra ele a excitação é tanta que então estou me esfregando no seu corpo sem pudor algum. Preciso mais disso.
Ponho os pés no chão e ele sobe minha blusa, paramos o beijo e tiro também o shortinho, ele me olha como se nunca tivesse visto, ele só de boxers é uma visão digna de Deseus. - Linda, muito linda.
- Você é delicioso e eu quero provar mais disso.

Quando entramos em casa, tudo estava exatamente como eu havia deixado a um ano atrás.
Fomos directo ao quarto, corpos cheio de areia e com cheiro de mar e mais alguma coisa precisavam ser lavados.
Parei na porta do meu quarto e reparei na porta ao lado.

- Esse é o seu quarto Tony. Bem vindo a minha Fortaleza.
A cara dele de espanto me fez rir, não vejo nenhum problema.

- o que? Eu vou dormir na sua cama, no seu quarto.
Ele estava tão certo disso, que vou adorar brincar com a pessoinha dele um pouco.

-  escuta, é uma tradição milenar, Os Deuses não dormem com suas conquistas, geralmente elas ficam confinadas até serem solicitados, eu estou a ser gentil te dando um quarto ao lado do meu.
Senti que fui longe de mais dando a entender que ele não passa de um troféu, especialmente depois do que aconteceu mais cedo.
- Chefão eu só...
- está bem, obrigada por me hospedar.
Ele entrou no quarto e trancou a porta.
Não sabia que era tão sensível assim. Falo com ele depois. Temos o dia inteiro.

De banho tomado, me joguei na cama, e todos os acontecimentos sobrecarregam meus sentidos, Pedro, Ana e o pai tiraram meu sangue, para eles isso é capaz de dar lhes a imortalidade. E usaram sangue de minha mãe para me paralisar. Como é que eles saberiam disso?
Poucas criaturas sabem disso, apenas as mais antigas.
Tony não é totalmente humano, a mãe é uma sereia, tenho que descobrir quem é, talvez ele queira saber mais da sua origem.
Será que o predador tinha razão? Tem alguém tramando a minha morte? Quem? Ninguém me vem a cabeça, quando aqueles idiotas tiraram meu sangue sabiam o que estavam fazendo, devem ter ajuda de uma criatura marinha, sozinhos eles não conseguiriam. Os únicos que podem ficar algumas horas fora da água é a espécie de Tony, fruto de uma sereia e humano, ele não parece saber mais sobre esse assunto, tem mais um mestiço nisso, talvez um mensageiro, mas quem?
Uma batida me tirou dos pensamentos.
- Entra.

- Bem vinda, princesa.
- Ed, como senti sua falta, obrigada.
Sai da cama e recebi seu abraço, Edgar é meu funcionário de confiança, amigo, é como um pai, já passou dos 40 anos. Se ele quiser se aposentar um dos seus filhos toma o cargo, ele tem 3.
- E você está muito Bem, também senti sua falta pequena. Temos hóspede?
- sim, porque? Quando ele sorri no meio de uma pergunta coisa boa não sai disso.
- pensei que fosse um intruso, e usei um dos truques que você me ensinou.
- o que você fez? Será que...
- Calma, teu namorado está em perfeitas condições. Foi para sala de música.
- bom.
A sala de música tem todo tipo de instrumentos que existem e foram inventados ao longo do tempo, do clássico ao moderno.
E as músicas, só o meu gosto mesmo, Edgar nunca acrescentou nada.

Tony ainda está na sala de música, eu fiz de tudo para não incomodar mas já passam mais de 2 horas e ele não sai de lá, decidi ir atrás dele, vai que fez alguma bobagem né.
No corredor da sala de música, já dava para ouvir o som, música de Adicudz, I Love you.
Ah, Então ele gosta de kisomba meu ritmo favorito.
Abro a porta e ele não notou minha presença, acho que ele saiu do banho e veio direto para cá, está descamisado e descalço, só com um short folgado. Os ombros dele são largos do jeito que eu gosto uuuu, não sei o que ele tanto olha lá fora, prefiro quando ele olha para mim, pode parecer egoísta mas detesto compartilhar o que me pertence.
Chego a janela e vejo a mesma vista de sempre, pedras e mais pedras, alguns pássaros sobrevoando o mar, uma vez e outra pousando, as ondas morrendo na margem, no lado direito uma floresta verde e densa, e sol está na sua mais alta forma, devem ser meio dia.

- oi. Falei meio sem graça, pelo que aconteceu, acho que ainda está chateado. Não me sinto bem com isso.

- oi, não sabia que gosta de kisomba, não queria invadir teu espaço, devia ter pedido permissão?
A culpa é minha por ele estar tão azedo e irónico comigo.

- sinta se em casa, e sobre mais cedo era uma brincadeira de mau gosto, podemos superar?
- você deve no mínimo deixar me dormir na tua cama. Aí a gente vê.
Ah? Nem em sonho, em todos esses anos eu sempre dormi sozinha, assim você não se acostuma a abraçar um corpo quente que logo pode ir embora.
- se é assim, pode continuar emburrado que o problema é teu. Estarei na sala de cinema. A 5a porta depois desta.
Sai andando depressa, se ele pensa que pode me chantagear só porque tivemos intimidade então não sabe nada de mim, e realmente não sabe.

Ele agarrou meu braço antes de alcançar a porta e me virou devagar. Estou decepcionada com a atitude dele, por um lado, gosto de saber que ele quer tanto ficar comigo.
- dança comigo, você tem cara de uma dançarina. Ele falou sorrindo, eu me ferrei nesse sorriso.
- estou mais para professora, vem.
Fomos andando para o centro do salão e a música começou a tocar. A mesma música de antes, quando entrei. Ele é um bom dançarino tenho que admitir, posso sentir na firmeza de seus movimentos, temos uma cincronia linda de se ver, a dança virou um esfrega e esfrega. Já não estamos mais dançando e a música está tocando, nada a ver com nossos actuais movimentos, ele me beija forte e duro, sinto a língua dele explorando a minha boca, e as mãos de baixo do meu blusão que é a única coisa que eu estou usando.
Deitamos no tapete, pele na pele, não consigo pensar noutra coisa que não seja suspirar, ele faz magia me beijando, acariciando a extensão das minhas pernas.
Eu Amo Ele.
- te amo Stefany, te amo demais.
Eu perde tudo para ele, não me lembro quando alguém deu seu amor para mim... Senti meus olhos arderem de lágrimas que queriam cair a toda força. Porque eu estou chorando? Eu amo ele e eu o amo, mas não sei o que nos espera, não importa agora.
- Eu... Amo você, Tony.

EsthepaniaOnde histórias criam vida. Descubra agora