Capítulo 7

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Eu amo ela e disse isso porque é verdade, ela também me ama, mas sinto algo quebrado entre nós, ela está mais distante, como antes disso tudo começar, desde que saímos da sala de música senti essa distância entre nós, não faço ideia do motivo.

Ela está andando pela casa a procura de algo, não sei o que é mas ela não quer minha ajuda, está com esse tal Edgar e filho, me sinto excluído, não era para ser assim, eu me ofereci para vir com ela, ajudar em qualquer coisa e ela despreza isso.

Essa casa está cheia de quartos, talvez eu encontre ocupação olhando dentro deles, me recuso a ficar parado, é tão silencioso, parece que até às paredes escondem segredos.

Abro uma porta, o qurto está bem escuro, mas é só ligar a luz que o problema se resolve, tem uma razão para Stefany me chamar de chefão quando me conheceu, eu me sinto em casa em qualquer lugar, e aqui não é diferente.

Tem estátuas muito estranhas aqui, dezenas delas, de animais grandes, leão, hmmmm tubarão? Porque alguém compraria estátua de tubarão? Bem, pelo menos é muito realista.

Esse quarto parece abandonado, se é um quarto de artes, deveria ser limpo e não cheio de pó e teias de aranhas.
Esse escultor é mesmo bom, porque essas estátuas parece real, um bebê nos braços de sua mãe, e o que deve ser o pai, está apontando o dedo para frente, uma bela família.

- o que fazes aqui?

A dona da voz não parece contente de me ver aqui.

- nada especial, apenas apreciando.

Responde com calma, uma arte que aprende sendo policial.

- tem belas esculturas aqui, especialmente aquela família.

Tentei sorrir para melhorar o clima mas fracassei, ela nao vai ceder.

- obrigada.
Respondeu ainda séria.
- fui eu que fiz.

Está sempre me surpreendendo, nunca imaginei aquelas mãos delicadas trabalhando em pedra, e tão bem.

- você é uma boa escultora. Estou impressionado.

Ela não está olhando para mim, está olhando a família de pedra a minha trás, parece perdida em algum pensamento.

- fiz com meus olhos, alguns por acidente, outros por escolha.
- o que você quer dizer com isso? Não intende.

Eu sei ver cara de culpa quando estou em frente de uma, e Stefany certamente parece uma, ela matou aquelas pessoas, como pode ser capaz disso, aquele bebê? É essa mulher a quem eu ofereci minha ajuda?

- você entendeu sim, e agora está na hora de falar sobre sua família e amigos.

Esse assunto não pode morrer assim e nem ela pode me tratar como marionete, não vou ser capacho de mulher ou Deusa, seja lá o que for.

- escuta bem Esthepania, você pode ser o que bem entender eu não me importo muito agora, quero que você me diga o que aconteceu com aquela família.

Falei baixo o suficiente para ela ouvir apontando na direção das estátuas.

- você não ama a vida. Ela respondeu friamente com o olhar duro. - ou não me desafiaria desse jeito.

Mas eu não vou ceder, ela que me torne estátua se quiser.

- amo e respeito, por esse motivo exijo uma explicação sobre isso, ao menos vou saber porque vou acordar pedra amanhã.

A pele levemente bronzeada dela mudou para cinza, no lugar das unhas apareceram garras, os olhos totalmente vermelhos, os cabelos foram se separando e enrolando, pareciam lanças, mas ela não vai me assustar.

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