capítulo 13

2 0 0
                                    

Só tenho algumas horas antes de embarcar, mas vou aproveitar o máximo que puder, a Suh veio muito cedo aqui em casa e até acabou acordando a esmeralda.

- Stefany você não precisa ir embora - ela diz triste - fica aqui, todos te adoram, e eu vou sentir tanto a sua falta.

- xiii?? Andou a falar com Marcos com certeza - digo rindo - porque você não é assim, toda sentimental.

- tá tá tá ... Então como teu último dia, eu decreto que você aproveite como uma verdadeira ilheia - ela diz largando o sentimentos - uma nahara na verdade, sem desculpas.

Ela me deixa no quarto por segundo indo para sala, e quando volta, vem com uma pasta cheia de sei lá o quê, minha dúvida acabou quando ela abriu.

- não temos muito tempo não - ela reclama quando vê que eu só fico olhando - eu reuni quase o bairro todo, vamos nos dispedir com estilo.

Ela tira a Capulana e diz que todo mundo vai usar a mesma cor, todo esse tempo que vivi aqui sempre usei roupa de capulana, quando dava, mas nunca amarei, hoje isso vai mudar, tenho certeza que tem dedo da avó Antônia nessa história.

Tira o mussiro¹ já moído para pintar, hoje eu não escapo.
E quando ela para e olha para mim com reprovação.

- você já devia estar de banho tomado - ou então lava pé se tem medo de água fria - mas volta aqui em dez minutos, eu cuido da minha afilhada.

Ela diz a última parte gritando fora do quarto, nada me resta se não obedecer.
Faço banho em tempo recorde e me seco às pressas, também quero viver a uma verdadeira nahara antes de voltar para casa.

- xiiquiii, mana xuu, Alda xiiquiii!?

Escuto minha filha perguntar para suhura, mas paro admirada com o que vejo.
Esmeralda com um vestidinho lindo feito de cabulana azul claro estampada com flores amarelas, uma fita de capulana amarada na cabecinha e as sandálias amarelas, tão linda, que antes mesmo da minha miga responder eu me vi fazendo.

- está muito bonita filha, mas falta o mussiro, você quer?

- ninita! Eeeeee - ela grita batendo as palmas.

A suhura também já está vestida, igual a mim e a esmeralda, a mesma cor de capulana, é incrível como ela amara o lenço tão bem. Com a pele achocolatada, ela é uma daquelas belezas naturais, que não precisa de muito esforço.
Ela fez uma máscara de mussiro que já estava bem sequinho, só faltava eu e a Alda.

- para de babar na minha obra prima - e vem cá, quero te pintar não podemos demorar mais.

Ela diz pegando o pote de mussiro e mechendo com os dedos, começa a passar na minha cara, até espalhar por todo o lado, primeiro você sente ele fresco na pele, mas depois que começa a secar fica mais estranho, você sente que tem alguma coisa colada na tua pele, bem... E tem né? Sem contar que puser muito acaba ficando feito terra seca, com rachaduras.

Ela vai atrás de um cotonete e quando acha volta molha ele no pote e pinta o as bochechas de esmeralda em gotas apenas.

- pronto, vamos que vamos! - ela grita animada e olha prós meus pés - graças a Deus que você está usando um chinelo, boa escolha.

Saímos de casa e vamos para o loca de encontro, que para minha surpresa é em frente mesmo, tem muita gente aqui.
Os rapazes todos de camisas de Capulana, os batuqueros já estavam a postos, não imaginei que seria assim, numa esteira de palha ao lado dos batuqueros estava a vovó Antônia, vestida como nós, sentada com algumas mulheres.

Foi só a esmeralda ver onde ela está que já está a toda pressa pra lá.
- Vovó! Vovó! - ela anda apressada e gritante, eu só posso rir e vou atrás dela.
Ela corre para as pernas dela e eu me ajoelho na esteira para comprimentar.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Dec 09, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

EsthepaniaOnde histórias criam vida. Descubra agora