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Eu já decepcionei muitas pessoas na minha vida, e eu me sinto horrível por isso. Sendo totalmente sincero, eu gostaria de sumir para não ter que decepcionar mais pessoas novamente.
A primeira decepção foi quando eu briguei com um garoto, no ensino fundamental. Eu tinha apenas oito anos, mas mesmo assim eu o machuquei, por um motivo tão bobo. Meus pais ficaram muito decepcionados, mesmo que tentavam não ficar bravos comigo por aquilo, me deram uma grande lição de moral. Eu segui aquela lição até meus treze anos de idade, foi quando eu quebrei a regra. Briguei novamente, dessa vez porque tinha um garoto babaca tentando abusar de uma garota, e ele mereceu tanto aquela surra, naquele dia eu usei toda força do ódio que eu tinha. Meus pais não ficaram tão bravos dessa vez, mas disseram que eu deveria reportar para a diretora, que violência não ajudava em nada.
A segunda decepção é as drogas, eu me envolvo com isso desde os meus 15 anos, quando eu ia desistir de tudo, elas me fizeram esquecer um pouco dos problemas, apesar de elas serem o maior problema. Meus pais, até onde eu sei, nunca ficaram cientes sobre o meu uso dessas substâncias, e de preferência eu não gostaria que ficassem sabendo. Sei que se eles soubessem, dessa vez sim iriam me rejeitar e assim me desconsiderar da família.
Agora, a terceira decepção é mentir para a pessoa que eu estava completamente apaixonado, quem eu sempre procurava apoio. Eu fui ridículo por mentir, eu tinha feito uma promessa e eu quebrei ela, é a mesma coisa de trair, eu fui um traidor. Não queria ver ele se sentir ofendido por eu ter descumprido uma promessa.
Com toda certeza, preciso ir me desculpar com ele, já que a culpa é toda minha. Eu fui quem causou isso e sou eu quem tem que consertar. Porque se eu ficar jogado, a minha vida não vai mudar, ninguém vai vir atrás de mim para qualquer coisa, eu tenho que fazê-la.
Ao falar sobre a vida e que eu tenho que correr atrás dela, nesses últimos dias senti certas dificuldades para enxergar. Mesmo sentando na frente, nas salas da faculdade e ficando próximo à tv, eu ainda forçava a minha vista para conseguir enxergar bem. Eu nunca tive problemas de visão e sempre passei com o oftalmologista, e ele sempre me chamou de garoto sortudo por não ter desenvolvido nenhum problema, já que minha família é repleta de míopes.
Decidi que o melhor seria ir ao oftalmo resolver esse problema, então agendei a consulta. Não estava totalmente preparado para ouvir um "você vai ter que usar óculos", porque eu nunca gostei de óculos, sempre me senti inseguro usando aqueles óculos de sol, imagina um de grau. Ignorei meus pensamentos e fui me arrumar, eu estava cansado tanto mentalmente quanto fisicamente, já tinham se passado três dias desde que eu briguei com o Jimin e aquilo estava me fazendo muito mal, eu não estava aguentando ficar longe dele. Na faculdade, a gente se quer conversou um com o outro, eu apenas o via de longe e esperava que ele estivesse bem. A última coisa que eu achava que ia acontecer comigo, era se apegar a ele tão fácil, ele era como um remédio que eu preciso para viver, e como minha força de vontade, eu preciso dele ali para me ajudar.
