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A segunda-feira de fato é o pior dia de uma semana, ela é longe de sábado, é o dia em que tem as aulas mais chatas e demora uma eternidade para acabar. Mas nada era pior que ter que tomar café em plena oito da manhã com seus pais o olhando estranho, como se tivesse feito algo de errado.
Não era comum puxarmos assunto durante qualquer refeição, nossa relação não era de uma família unida, sendo assim não existia nenhum tipo de conversação durante as refeições. Por estranho que seja, meu pai resolveu abrir a boca.
- Jungkook, onde esteve durante a madrugada de sábado para domingo? - Ouvi a voz de meu pai. Era estranho ouvir esse tipo de pergunta, normalmente nunca se importam com o que eu faço ou deixo de fazer.
- Eu saí com meus amigos. - E de fato eu saí, tínhamos ido até um bar e passado a madrugada jogando conversa fora, bebendo e comendo.
- Mas saiu tão cedo e logo na hora que chegamos, não entendi seu desespero todo por isso. Tem algo que escondeu de nos, Jungkook? - Agora foi a vez de minha mãe perguntar, eu já estava com receio de que eles tinham descoberto o que tinha acontecido e era agora a hora em que eu iria me ferrar.
- Não, por quê? Eu sei que é normal vocês acharem coisas assim de mim, mas por um acaso viram eu fazer algo errado? - Perguntei, incerto.
- Não. - Respondeu. - Mas afinal saiu com seus amigos já é algo que se faz de errado, eles que ficam te influenciado não é mesmo? Principalmente aquela garota lésbica, é nojenta e sempre vem com essas besteiras para te influenciar! Eu já disse para se afastar desse tipo de gente, Jeon Jungkook, você não escuta o seus pais!
- Primeiramente, é ridículo o fato da senhora falar um absurdo da Sorn, ela não me influência em nada, porque isso de influência não existe! E você nem ao menos se importa mais comigo, porque eu iria ouvir besteiras vindas da senhora?! É só isso que sabe falar e ainda quer me dar algum conselho, você simplesmente me trata mal e agora vem com esse papo? Qual o seu problema, mãe?
- Jeon Jungkook, isso não são modos de falar com sua mãe. Eu não sei mais o que fazer com você garoto, não mesmo... Vá para o seu quarto, ou pra qualquer merda de lugar que queira ir. - Meu pai mandou e foi a única vez que fiquei feliz em fazer algo que ele tinham mandado, ao menos ficaria longe de pessoas tóxicas por algumas horas.
Dava pra ouvir os sussurros deles enquanto eu me afastava, não estava dando a mínima para o que eles falavam ou deixavam de falar sobre mim. Eu precisava esquecer isso e focar nos estudos, ter prova em final de semestre é horrível.
[...]
Eu não acredito em Deus, mesmo indo na igreja desde criança, a existência dele nunca entrava na minha cabeça e soava como algo ridículo, como histórias de fadas, quem acredita em fadas?! Mas hoje, eu coloquei 0,1% de fé nele para que eu conseguir-se nota boa naquela porra de prova. Não que eu tivesse sentido que tinha ido mal, muito pelo contrário, mas também tinha medo de me sentir vitorioso e no final ter sido completamente derrotado.
