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J U N G K O O K
Sim, eu sei e tenho a consciência de que fumar não faz bem pra saúde e pode me dar diversos problemas no futuro. Tá. Mas idai?
O quanto mais fudido eu ficar, melhor.
Eu não costumava pensar desse jeito, e sei que eu não iria me fuder tanto quanto antigamente. Acontece que eu só fumo quando estou triste ou irritado, ou as vezes é só 'pra brizar mesmo. Depende muito de como foi o meu dia, tinha vezes que eu exagerava e fumava mais de um maço, nos outros eu apenas fumava dois ou três baseados.
Meus pais, eles são a origem da minha vida de drogado. Eles não sabem, pelo menos eu acho, os mesmos nunca chegaram a comentar a respeito disso, talvez o cheiro que ficava em mim era fácil de se identificar, mas era raro eles falarem comigo e quando falavam eu já estava limpo e pleno.
Nesse exato momento, estamos na mesa tomando café. Um silêncio profundo é comum todos os dias aqui. Meu pai normalmente ficava de folga aos fins de semana e minha mãe apenas trabalhava no sábado a tarde, era quando não tinha muitos pacientes para atender. Irene mantia-se em pé ao lado esquerdo da mesa. Irene é a nossa empregada. Ela é a única daquela casa que não me ignora, afinal é o trabalho dela, mas ao menos eu sabia que quando precisava de algo a mais, ela me ajudava.
- Irene! Por favor, sirva-me mais chá. - Minha mãe pediu. Eu chamo isso de preguiça, por mais que esse fosse seu trabalho, o que custava minha mãe por o próprio chá?
- Claro, senhora Joohyun. - Irene respondeu, lhe servindo logo em seguida.
Tudo bem, era apenas isso que saiam de nossas bocas durante o café todo, as vezes o almoço e também a janta.
- Eu precisarei trabalhar hoje. - Meu pai se pronunciou. - Infelizmente um juiz precisou ausentar-se e pediu que eu fizesse o julgamento de hoje.
Glória, ficarei sozinho!
- Hoje irei ficar até o anoitecer no hospital, pediram para mim fazer hora extra já que uma das médicas estão de licença. - Ela se pronunciou novamente, terminando de comer suas torradas de grãos. - Jungkook.
- Sim?
- Não faça nenhuma besteira enquanto ficarmos ausentes! - Me avisou, ameaçando com seu olhar.
- Pode ficar tranquila que não farei nada, apenas ficarei trancado no quarto como se eu não existisse aqui.
- Tanto faz. - Meu pai disse. - E não pense em trazer outro homem para essa casa novamente, essa é a última vez que nós vamos avisar. - Revirei os olhos ao ouvir sua fala. Ridículo.
