Cansadas da pressão da sociedade, um grupo de amigas saem da cidade grande para procurar refúgio no campo e acabam por encontrar seu próprio negócio. Poderia ser uma tarefa tão fácil quanto abandonar toda a vida na capital, mas reformar uma pousada...
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Brenno e Carlos foram embora bem tarde, depois das tortas nós abrimos um pack de cerveja e colocamos alguns axés para rebolar. A farra se estendeu até às três horas da madrugada.
Como o Brenno comentou, havia mesmo um haras na estrada atrás da pousada. Como eu sei? Fiquei curiosa logo após nossa conversa e dei a volta na casa, de lá pude avistar um casarão com as luzes ligadas. Não consegui verificar mais detalhes, pois estava anoitecendo e aqui nem todas as estradas de terra não possuíam postes luminosos como as ruas da cidade, então tudo ficava um breu depois de certa hora.
A semana passou sem muitas ocorrências. Entramos na pousada e fizemos um check list de tudo que estava bom ou ruim dentro dela e o que seria necessário comprarmos, não foi fácil, havia muita infiltração, a água encanada estava na cor marrom e o piso estava decadente.
— Vamos ter muito o que fazer — avisou Victória. — Precisamos de um especialista, nenhuma de nós sabe mexer com encanamento e essas questões de infiltração. Saber trocar uma torneira de mesa é uma coisa, trocar toda uma tubulação é diferente.
— Concordo Vick, vamos ter que bater um papo com o pessoal dessa cidade — falei me apoiando no balaústre de madeira da varanda. Escuto um estalo e logo me afasto. — Precisamos de madeiras, pregos, torneiras, móveis, carpetes... Será que o dinheiro que juntamos vai dar? — De repente fiquei apreensiva.
— Podemos fazer mais com menos, não precisamos comprar o mais caro. Há muitas coisas de ótima qualidade que não possuem preços tão altos — comentou Chayla, sempre prática. — Já que listamos tudo, vamos logo à cidade.
— Não podemos esquecer-nos de abastecer a geladeira — lembrou Evy, nossa Magali. — Os ovos acabaram o que me lembra do porquê de não fazermos um pequeno galinheiro?
— Porque ninguém aqui quer acordar com o galo cantando. — Gabi gargalhou.
— Primeiro de tudo temos que transformar essa pousada no nosso hostel e começar a levantar dinheiro. Quando o dinheiro começar a cair na conta, podemos pensar em animais no terreno, ok? — esclareci enquanto encarava as demais, todas balançaram a cabeça concordando.
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