Um lindo e xucro vizinho

113 30 48
                                    


— Não acredito que alguém teve a ousadia de denunciar a gente! — Carlos estava indignado no nosso pós-churrasco, após o policial Mendes ir embora nós recolhemos nossas coisas, espalhamos os colchões pela sala do chalé e estávamos todos deitados e largados. Apenas a Mara e Maria foram embora porque tinham compromisso nesse domingo.

— Não acredito que eu tive que parar de comer por causa disso — reclamou Evelyn.

Eu estava deitada ao lado da Evelyn, então era de fácil acesso chegar ao ouvido dela e sussurrar — Nem te conto que a torta de morango que a Vick fez sobrou e está dentro do forno. — Ela rapidamente levantou e correu para o fogão.

— Alguém sabe por que o Dorian não apareceu?

— Eu passei na loja dele mais cedo e ele disse que tinha que preparar a casa porque os filhos estavam chegando para a reunião de domingo — comentou Marcelo sentado no sofá. — Já vi muitas mulheres bravas, mas só eu percebi que a Bianca está bufando?

— Eu vou descobrir quem foi que denunciou nossa música e vou fazer da vida dela um inferno — resmunguei. — Sério, não vou sossegar enquanto não descobrir.

— Não vale a pena, amiga. Deve ser algum idoso que mora aqui perto e se incomodou. — Chayla me oferece seu copo de cerveja, o peguei e virei todo. — Tudo bem pode tomar tudo. — Ela caçoou.

— Estranho, a única casa que tem aqui perto é a do haras lá atrás. Mesmo assim, acho muito estranho que a música tenha chego até lá, porque tem um bom espaço entre a fazenda e nossa propriedade. — Victória completa.

— Ah, não. Digam-me que não foi aquele caipira de uma figa que fez isso — falei levantando do chão e comecei a andar de um lado para o outro. — Eu vou torcer o pescoço dele na próxima vez que o encontrar e se o Pégaso aparecer, eu vou botar ele pra dentro da porteira e trancar com cadeado, quero ver aquele estrupício pegar meu amiguinho. Ele está ferrado na minha mão — bufei.

Chayla ficou em pé e veio ao meu encontro. — Tá, tá, tá, quem é o caipira e quem é Pégaso? — perguntou enquanto sacodia meus ombros. — Respira mulher!

— Eu não sei quem é ele, mas passou aqui outro dia quando eu estava sentada na porteira. O Pégaso, aquele cavalo preto que apareceu aqui na primeira visita dos meninos, voltou a aparecer e esse cara veio atrás dele. Ele parou seu cavalo e estava com uma cara muito irritada, não deu nem um "Oi" ou "Você viu um cavalo perdido?". Não fui com a cara dele, definitivamente — resmungei.

— Deixa pra lá, Bianca. Gente assim não merece muita atenção e talvez nem tenha sido ele a chamar a polícia, a gente também nem sabe qual é função dele naquele haras, deve ser o capataz. — Chayla segurou meus ombros e me levou para sentar no sofá ao lado de Marcelo. — Vamos para outro papo. Quem topa um verdade ou desafio?

— Não jogo isso desde o ensino médio. — Lucas ficou animado. — Tudo bem que não faz muito tempo.

— Vamos lá? — Carlos chamou e nos sentamos em círculo, ele colocou uma long neck vazia no meio e rodou, ela caiu apontando para Gabriela e Chayla.

— Verdade ou desafio? — Gritamos para Gabi.

— Verdade. — Ela respondeu.

Uhm... Deixe-me pensar. No último aniversário da Victória que nós fomos para aquele barzinho na Augusta e bebemos tanto que no outro dia só você lembrava o que aconteceu, foi verdade que eu dei em cima do motorista?

— É verdade, você ainda ofereceu uma chupetinha se ele deixasse a gente sair sem pagar — rimos e a Chayla soltou um grito.

— Não acredito nisso, ele pelo menos era bonito? Valia um boquete?

Amor & AmizadeOnde histórias criam vida. Descubra agora