Problemas no Paraíso

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Não vi mais o loiro bonitão, então os dias passaram sem muitas novidades. Marcelo continuava nos ajudando com alguns reparos da pousada e ele e a Camila continuavam naquele chove mais não molha.

Estávamos no final da segunda semana lá na Sunshine e quase finalizamos o terceiro andar. Depois de muita tinta no rosto e no cabelo, Chayla e eu terminamos de pintar nossa ala e concordamos que o ambiente ficou melhor com uma parede amarela, deu mais vida. Os puffs e as poltronas chegaram durante a semana junto com a mesa de seis lugares que compramos para as nossas reuniões semanais do Clube de Leitura. Queríamos uma estante para os nossos livros que dominasse uma parede, então nos indicaram um marceneiro muito bom na cidade e ele nos prometeu que entregaria até a próxima semana.

Eu estava ajeitando os nossos laptops e computadores pessoais quando a Camila e Evy entraram carregando a cama estilo tatame que compramos para o nosso cantinho.

Vou contar uma história sobre como surgiu esta cama, na segunda-feira depois de instalarmos o carpete de madeira no terceiro andar, sentamos no chão e ficamos discutindo o que deveríamos colocar naquele ambiente, deveria ter um pouco de cada uma no lugar. Evy concordou com um frigobar e junto a Gabi reservaram um espaço para deixar a aparelhagem necessária para seu mini estúdio fotográfico e de maquiagem que montariam quando nosso Hostel estivesse funcionando e assim poderiam oferecer aos clientes seus serviços. Camila e Chay se contentavam com a mesa e os computadores que trouxemos e a Vick queria apenas um cantinho que pudesse ler em paz, por isso as poltronas.

Agora, por que dessa cama?

Ninguém pensou que poderíamos precisar de um ambiente a sós eventualmente, se é que me entendem?

Foi assim que, em um segundo, todas concordaram com a minha ideia de comprar uma cama.

— Preciso de alguns segundos. — Evelyn estava ofegante, logo depois de colocarmos a cama no lugar, ela caiu de bruços e braços abertos em cima do colchão, ganhando da Camila um tapa na bunda quando sentou-se ao seu lado. — Ai!

— Você é muito sedentária — contestou Mila. — Bianca, Victória pediu que te lembrasse de que a Maria vem aqui hoje deixar algumas coisas para o churrasco de amanhã, alguma de nós vai precisar ir à cidade comprar bebidas.

— Não tem problema, posso ir à cidade enquanto vocês ficam preparando tudo — ofereci.

— Está ótimo, quer companhia? — perguntou Mila.

— Obrigada, mas acho que não precisa, temos muita coisa que fazer por aqui. Bom, então vou me adiantando — falei me despedindo e indo em direção às escadas. Já embaixo, fui até o chalé e peguei o cartão para fazer as compras. Muitas pessoas questionaram como faríamos com o nosso dinheiro já que uma poderia gastar mais que a outra. Fácil! Criamos uma conta conjunta e depositamos tudo lá. Somos melhores amigas, mas mesmo assim achamos certo fazer um contrato que envolve tanto a conta conjunta quando a pousada, ele informa que tudo que tenhamos que fazer deve ser de comum acordo.

Entrei na caminhonete e coloco meus óculos de sol, os dias estavam bem quentes. — Vamos lá, bebê. Não me deixe na mão — falei dando algumas batidinhas no volante e arranquei rumo à estrada que liga nossa casa a cidade.

Estou com Candy Shop tocando alto quando entro na cidade, o carro pode ser velho, mas o som está tinindo o que fazia com que as batidas fossem bem profundas. Cantei como se não houvesse amanhã e achei graça quando olhei para os lados e reparei que por onde seguia todos encaram o possante com som estridente.

Morar em cidade pequena é divertido, tudo vira assunto, há pouquíssimos semáforos, poucos quebra-molas e o tradicional posto de gasolina na entrada da cidade.

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