Capítulo 4 - Cobertas e remédios.

87 13 13
                                    

Embora eu não tivesse bebido álcool, minha cabeça e meu corpo estava estourando de dor, porém mesmo assim fui estudar. Hoje foi tranquilo, ninguém jogou tinta e ovos em mim, porém cada palavras que os professores falavam entravam em um ouvido e saia no outro, minha cabeça estava me matando. Me levantei e avisei pro professor que iria a enfermaria tomar alguma medicação. Caminhei divagar pelos corredores até chegar na ala da enfermaria mas fui avisado de que ela não tinha chegado ainda e que era para mim voltar o mais possível depois.

Desistindo de voltar para sala de aula, eu fui até o campo de futebol da universidade, preciso arrumar um lugar para dormi, mas se um supervisor me achar estarei ferrado. Olhei as arquibancadas e caminhei até a última fileira mas antes que eu pudesse me deitar percebi que já tinha alguém ali. Deitado de barriga pra cima e com uma jaqueta preta tampando o rosto estava meu problemático companheiro de quarto.

— Ei Yibo. — o chamo mas o mesmo nem se movimenta, tiro a jaqueta do seu rosto e ele realmente estava dormindo, suas sobrancelhas não estavam franzidas como sempre vejo, sua boca também não está em um sorriso irônico, suas pálpebras fechadas deixando os cílios longos a mostra, suas bochechas levemente coradas, talvez ele estivesse se exercitando no campo. Antes que eu tivesse a chance de colocar a jaqueta em cima de seus rosto novamente, seus olhos se abriram.

— Não é legal observa as pessoas enquanto elas dormem. — ele suspira se sentando.

— Não é legal dormi em horário de aula. — me sento ao seu lado.

— Se está em horário de aula o que faz aqui?. — fala franzindo as sobrancelhas, típico, dou um sorriso com isso. — Do que você está rindo?.

— Acho que peguei um resfriado ontem, por isso não estou estudando. — me deito na arquibancada e fecho os olhos.

— hum. — antes que eu tivesse a chance de dizer qualquer coisa sinto a mão calorosa de Yibo na minha testa. — Você tá quente.

Apenas resmungo não ligando muito, se eu dormi talvez melhore um pouco. Percebi que ele se levantou e foi embora sem dizer nada, talvez eu quisesse que Yibo ficasse aqui comigo mas sou orgulhoso o suficiente para não fazer esse pedido.

Sinto algo molhado na minha testa e me desperto apressadamente percebendo que era apenas um pano encharcado de água e que eu estava deitado da minha cama, mas quem me carregou até aqui?. Coloco a mão na minha testa e nas bochechas e elas estão na temperatura proporcional, minha cabeça também não dói, quem cuidou da minha enfermidade?.

Não, o Yibo não faria isso ou faria ?. Antes que pudesse fazer mais teorias loucas acabo escutando batidas leves na porta, no final não teve a necessidade de me levantar porque as duas pessoas já haviam entrado antes que eu tivesse que fazer abrir a porta.

— Gabriel!. — Hermes fala animado enquanto Mikoto apenas assente a cabeça pra mim. — Desculpe entra no seu quarto assim, mas é que tipo, você demorou muito pra abrir a porta, eu até tava criando raízes ali.

— Não tem importância, eu estava com preguiça de me levantar também. — dou um sorriso. — Vocês sabem quem me carregou até aqui?, é que eu tinha dormido nas arquibancadas.

— Foi, tipo, o capi— antes que o Hermes pudesse concluir o que estava dizendo, Mikoto o interrompeu.

— foi eu.

— Mikoto pelo o que eu me lembro, você esteve, tipo, o dia inteiro comigo. — o loirinho fala fazendo o que o Mikoto desse um tapa na própria testa.

— Hermes, tipo, você é muito burro!. — ele ironiza exaltado. — Amanhã, na quadra, dez da manhã sem atrasos. — Mikoto fala pausadamente.

— Oye, espera!. — Hermes apenas me lançou o sorriso e em seguida eles dois saíram de fininho sem me explicar nada.

Apenas suspirei e passei o resto do dia deitado, quando escutei novamente a porta se abrir, eu já estava em um estado não muito consciente mas pude sentir uma mão calorosa na minha testa ressoar. Quando me levantei no dia seguinte, apenas eu me encontrava no quarto, a cama de Yibo estava arrumada, nada fora do lugar ou bagunçado, apenas suspiro e vou me arrumar para mais um dia de universitário.  Na sala de aula resolvi me sentar na primeira fileira para poder prestar melhor atenção nas atividades, mas me arrependo de ter feito essa escolha pois do meio lado direito estava uma garota que estava me fazendo perguntas estranhas.

— Você realmente não sabe qual o número de telefone dele?. — ela expressa triste, eu apenas nego. — Pode entregar uma carta minha para ele depois?.

— Claro, mas por que você mesma não faz isso?.

— Você seria capaz de entregar cartas pra pessoa que gosta?. — me coloquei no lugar dela e acabei percebendo que eu nunca realmente gostei de alguém, não digo nada e acabo guardando a carta dela na minha muchila, entregarei mais tarde se o encontrá-lo

Quando deu dez horas da manhã fui correndo em direção ao campo de futebol, Mikoto vai me matar por acabar chegando atrasado. Porém estava correndo tão desesperado pelo corredor que quando o dobrei acabei batendo de frente com uma pessoa fazendo com que cairmos em união, no último segundo acabei colocando minha mão por baixo da sua cabeça antes que ela pudesse bater no chão.

— Me desculpe, realmente não queria que isso tivesse acontecido!.

— Tudo bem. — ela diz calma, me levanto e em seguida ajudo a garota. — Obrigado.

— Ei, você é aquela garota que me perguntou onde era a secretária!.

— Eu sou Yuumeko. — ela sorri, seus cabelos rosa claro e curtos realmente chamavam atenção. — Obrigado novamente por ter me ajudado aquele dia.

— Não foi nada. — sorrio, por algum motivo eu estava sentindo minhas bochechas se esquentarem. — Está gostando da universidade?.

— Sim, estou indo procurar um clube para eu participar, mas não encontro nada que combine comigo. — ela diz colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

— Eu estou no de futebol, bom na verdade estou tentando erguer ele com outros dois membros.

— Sério!?. — Yuumeko exclama. — Tem alguma coisa em que eu posso ajudar?.

— Vou conversar com o Mikoto e com o Hermes e depois ter procuro.

— Ok. — ela dá um pequeno sorriso.

— A gente se vê por aí. — me despedi rápido mas ainda pude vê-lá acenar com a mão.

Mikoto vai me matar por chegar atrasado. Corro novamente mas dessa vez com mais cuidado, atravesso o campus em velocidade até chegar na entrada do campo, mas nem Hermes ou Mikoto estavam lá, tinha apenas um cara alto de costas para mim, ele estava no meio do campo com um uniforme vermelho composta  pelo número nove e o nome do jogador.

O Camisa Nove dos Gaviões Vermelhos Onde histórias criam vida. Descubra agora