(Sexta-feira)
Eu me levantei, procurei o meu chinelo mas não o encontrei, logo pensei: "Mais um daqueles dias", procurei em todo lugar mas não achei, a propósito, olhei para o espelho e vi que o nariz havia parado o sangramento, pois havia uma outra coisa para escorrer, adivinha! Eu estava resfriado, e corri como um louco pela casa procurando a bendita sandália, visto que não tinha encontrado, peguei minhas roupas e fui até o banheiro para tomar o meu banho, a cada cinco segundos eu dava uma fungada por conta do nariz escorrendo, o olho lacrimejava como se não houvesse amanhã. Após o banho, me vesti e fui para a frente do espelho pentear meu cabelo, foi quando vi que eu estava realmente acabado; estava com olheiras; nariz vermelho; rosto pálido; suando frio. Arrumei o cabelo, desci para tomar o café e a mãe viu que eu estava mal.
— Filho você está bem? Parece cansado.
E eu respondi de forma calma:
— Só estou resfriado, mãe.
Ela pôs a mão sobre a minha testa.
— Filho, você está ardendo em febre! Vai mesmo à escola?
— Vou, mãe, eu estou bem...
A mamãe sempre estava preocupada comigo, e eu às vezes mentia pra ela, pra que não se preocupasse tanto assim, pra que mantesse a calma.
— Então tome este xarope antes de ir. — disse ela.E sabendo que não teria outro jeito, eu andei em direção a ela, peguei o xarope em sua mão e dei um suspiro.
- Tudo bem, mãe...Tomamos o café e com rapidez peguei a minha mochila e tomei um gole do xarope, mas sabia que não estava bem, então levei o xarope pra escola e uma toalhinha, caso precisasse. Parti para a minha caminhada suando muito ainda, mas tinha a minha toalhinha, estava tudo normal até então, continuei seguindo o meu caminho, continuei lembrando daquele sonho, daquela garota, e pensando no quanto eu estava apaixonado por ela, mesmo me iludindo tanto, mesmo sabendo que ela não existia. Quando finalmente cheguei à escola, pus a minha mochila no armário, peguei os livros referentes aos da disciplina do primeiro horário e rapidamente fui para a sala. O dia estava numa temperatura média, no dia anterior havia chovido à noite, e naquele dia estava fazendo um mormaço terrível, a quentura do sol com a água no solo me fazia sentir como se eu estivesse dentro de uma panela quente cheia de vapor, coloquei o xarope sobre a mesa e tomei um gole, após uma hora tomei mais outro. Agora comecei a fungar o nariz de 3 em 3 segundos, eu estava suando muito, estava realmente cansado, e chegou num momento em que aquelas respirações estavam atrapalhando a aula de certo modo, então a professora vendo o meu semblante cansado me perguntou se eu estava bem, respondi que não e pedi que fosse para o banheiro molhar o rosto e ela me permitiu, me levantei e levei o xarope. Enquanto andava até o banheiro, eu via tudo girando, quando entrei no banheiro me apoiei na pia para lavar o rosto, foi quando vi tudo escurecendo e fui perdendo a força aos poucos, senti os joelhos enfraquecendo e em seguida desmaiei. Daí, eu não sabia o que estava acontecendo, percebi que eu estava em um sonho, mas a garota não estava nele, era um outro sonho qualquer, sonhei que estava na sala de aula, como havia acontecido pela manhã, o nariz começava a sangrar, eu corria até o banheiro e quando cheguei eu tropecei e caí no chão e... Eu acordei, com respiração funda e rápida, fiquei assustado, eu estava no hospital tomando soro, e os meus pais estavam sentados nas cadeiras ao lado da cama esperando que eu acordasse, eu percebi que uma das minhas narinas não funcionava, e perguntei para a minha mãe o motivo e ela disse que eu estava com um algodão no nariz e
eu perguntei novamente o porquê e ela disse que haviam ligado pra ela dizendo que eu estava desmaiado no banheiro e que tinha batido o rosto na pia, mas não tinha sido nada grave, mas a mamãe disse que se eu me descuidasse ele continuaria sangrando, a sorte é que não quebrou o meu belo nariz, a mãe me deu uma bronca por conta do xarope, dizia que eu poderia ter morrido... Esperamos horas e horas até que o soro acabasse, quando finalmente acabou, já era noite e eu ainda estava ouvindo as broncas da mamãe, mas ela não me colocou de castigo (ainda bem). O médico me liberou e fomos pra casa de carro, quando chegamos, a mamãe recebeu uma ligação da dona Lauren, mas quem falava era a Ally e ela perguntava se poderia dormir na minha casa, a mãe perguntou se a dona Lauren tinha deixado, e ela afirmou e confirmou isto, então a mamãe deixou, fiquei muito feliz, fiquei feliz até demais, também porque de tudo que passei naquele dia eu merecia me divertir, então subi correndo, arrumei todo o meu quarto esperando ela. Depois de mais ou menos 10 minutos ela chegou e corri até a porta para abrir, e quando a vi eu a abracei bem forte, mal esperava para vê-la, e antes que pudéssemos subir para o meu quarto ela olhou para mim, apontou para o seu nariz e sussurrou apertando os olhos:— Sangrando outra vez? — olhei para ela com um leve sorriso em meu rosto, respondi em forma de piada para que ela não se preocupasse comigo.
— Sim, espero que ele não se acostume com isso. — a Ally não se conteve e abriu um belo sorriso, deixando seus dentes à mostra.Colocamos as coisas dela em meu quarto e voltamos para brincar, brincamos de videogame, jogos de tabuleiro, damas, quebra-cabeça e diversas outras coisas... Jantamos e assistimos tv, um filme bem legal chamado "Os Batutinhas", era muito engraçado, mas não assistimos até o final, pegamos no sono durante o filme ali mesmo no sofá, eu com a minha cabeça sobre o braço do sofá e a Ally deitada com a cabeça sobre as minhas coxas, mas estranhei pois não sonhei com a garota. Então o papai nos acordou e pediu que fôssemos para as nossas camas, e foi o que fizemos, eu ia dormir em minha cama, mas seria falta de cavalheirismo deixar uma dama como a minha melhor amiga dormir no chão, aí trocamos. Envolvido com o calor de um outro cobertor não consegui sonhar com a garota, tive vários sonhos mas nenhum incluía a menina, e não entendia o porquê, me pus a pensar num motivo e de todos eles nenhum fez sentido, tive medo de não poder sonhar mais com ela, tinha que pensar num motivo compatível para aquela situação e uma solução inteligente para resolver de uma vez aquele problema.
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A Garota dos Meus Sonhos [EM MANUTENÇÃO]
Roman d'amourCom apena 10 anos ele descobriu o grande amor, a partir de sonhos ele se conectava com a bela garota. Ela por outro lado também sonhava com ele, mal ela sabia que após muito tempo se encontrariam finalmente, fazendo com que seus destinos se unissem...