2º CAPÍTULO

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*O que realmente aconteceu quando voltei pra casa (Quinta-feira)*

Andei o caminho todo olhando para todas as meninas que encontrava na rua para ver se encontrava a tal garota daquele sonho, mas nenhuma das que via era igual a garota misteriosa. Chegando em casa, entrei, e de pronto tropecei no tapete da sala e caí, quando olhei para frente percebi que havia alguém em pé ali, então levantei a cabeça para ver quem era, e era o meu pai, que disse: "Presta atenção, filho." Então eu levantei e fui em direção ao quarto para guardar a mochila, mas esqueci que havia fechado a porta antes de sair e acabei batendo o rosto, com uma mão eu massageava o nariz que havia sofrido mais com a batida, e com a outra eu girava a maçaneta da porta para abrir, quando consegui abrir, lancei a minha bolsa em cima da cama e fui trocar de roupa, tirei primeiramente a minha bermuda e depois tirei a minha blusa, a gola dela  era um pouco apertada e acabava amassando todo o meu rosto quando ia tirá-la, dobrei a minha bermuda e quando fui dobrar a minha blusa percebi que ela estava suja de sangue, eu já estava em frente ao espelho, então levantei a cabeça para ver o problema e estranhamente o meu nariz estava com um pequeno sangramento, corri até o banheiro para colocar um algodão para estancar, mas na correria não percebi que o banheiro estava molhado, pois a minha mãe havia acabado de limpar, escorreguei e caí sentado, lembro da dor até hoje, enfim, me levantei e peguei uma bolinha de algodão sobre a pia e coloquei no nariz, e dessa vez com cuidado voltei para o meu quarto e vesti uma roupa qualquer, me dirigi até a sala de estar, me assentei no sofá e comecei a relembrar o sonho, pensei tanto que a minha mãe me gritou três vezes me chamando para o almoço, por ela não me ouvir responder, chegou da porta da cozinha e me viu sentado no sofá, eu estava olhando pra baixo pensando no sonho e não vi ela chegar até mim, ela se agachou e gritou perto do meu ouvido:

— EU DISSE HORA DO ALMO...AI MINHA NOSSA O QUE É ISSO?! — Se referia com espanto ao algodão em meu nariz.

— Foi só uma batidinha, nada demais, mãe.

Meu nariz não estava tão ruim assim, por isso não queria preocupá-la com um ferimento tão pequeno. Fomos para a sala de jantar e nos assentamentos à mesa, eu sentei numa das cadeiras laterais e a mãe e o pai sentaram na cabeceira da mesa (na ponta), quando o pai sentou, ele olhou pra mim e falou:

— Filho, eu falei PRESTA ATENÇÃO!

— Eu sei, pai! Mas é que não vi a porta do meu quarto fechada e bati o rosto. — o pai deu um suspiro e respondeu:
— Vamos somente comer.

Então peguei os talheres e comecei a mexer na comida, a mãe sempre faz o almoço sem muito sal e faz a mesma coisa com o açúcar no suco, e eu tenho o hábito de colocar mais um pouco de sal no meu prato, mas novamente não prestei atenção e ao invés de pegar o sal peguei o açúcar, (que estava num frasco parecido com o do sal) e comecei a chacoalhá-lo sobre a minha comida, quando a mãe olhou para mim ela falou:

— Filho! Esse é de açúcar!

Vendo aquilo, elevei a minha mão à minha testa. E a mamãe preocupada, perguntou:

— Está tudo bem, meu filho? Está aéreo hoje. Aconteceu alguma coisa?

— Estou bem, mãe. Só estou um pouco cansado.

Me retirei da mesa e ela falou:

— Mas você não terminou de comer, filho... — ela disse, com voz mansa.
— Não estou com fome. — respondi um pouco cansado.

A Garota dos Meus Sonhos [EM MANUTENÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora