" Capitulo 12 "

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* Erick Mendonça

  Quando descobri que eu queria algo a mais com Ariel, de primeiro eu não sabia o que fazer, mais a cirurgia da tia veio a calhar, e ai veio a ideia do casamento, e agora ela está arredia com o casamento na igreja.

   Estava tomando café da manhã, saudade das comidas de Maria, quando ouvi a campanhia tocar, largo o guardanapo em cima da mesa, me levantando, a pessoa impaciente do outro volta a tocar a campanhia por duas vezes seguidas, ao abrir a porta me surpreendo ao ver uma Ariel nervosa e com grandes bolsas de olheiras em baixo dos olhos, vestindo uma calça jeans simples, uma bata colorida com um pequeno decote, sapatilhas e os cabelos amarrados em um coque bagunçado.

- Bom dia, querida noiva, você está horrível. Noite mal dormida ? - pergunto, dando passagem para ela entrar.

   Fecho a porta, ao me virar a vejo andando de um lado para o outro, jogando sua bolsa no sofá, igual uma galinha tonta, que bom que ela não lê pensamentos, se não eu já estava morto, sorrio de lado.

- O que aconteceu, para você estar assim? - pergunto ao me aproximar.

- A culpa é sua - diz apontando o dedo para mim - Por que não usou camisinha? - pergunta me deixando confuso.

- O que eu fiz? - olho para ela franzindo a testa.

- O que você fez? O que você fez seu idiota? Você me engravidou - ela dispara, me pegando totalmente disprevinido.

- O quê?.

- Grávida, Erick, eu estou grávida - afirma.

   Caio sentado no sofá.

   Caramba!

- De quem é? - pergunto.

   Ela me encara sem entender.

- De quem é o bebê? - volto a pergunta.

    Imediatamente seu rosto se transforma de confusão para furiosa, percebo que ela está ofendida, mas uma burrada para mim acrescentar a minha grande e extensa lista.

- Erick, se você não sabe, eu era virgem - responde mais ofendida ainda.

- Espera... Você era virgem, até... - ela me interrompe.

- Até a noite da bebedeira, sim eu era - confirma.

    Fico sem palavras e impressionado, hoje em dia é difícil conhecer uma mulher virgem aos vinte e quatro anos, em pleno século vinte e um.

– Calma, vamos nos casar logo, não vai ser estranho você estiver grávida – digo.

– Estranho não vai ser, mas todos vão pensar que estamos nos casando porque estou grávida e estou te dando o golpe do baú – ela fala com uma carinha triste, que a deixa fofa, mais não falo em voz alta, pelo menos espero.

   Me levanto aproximamdo-me dela, à puxo para meus braços, à abraçando e por um milagre ela deixa que eu a abraçe, já é um avanço.

– Quando sua tia recebe alta? – pergunto mudando de assunto drasticamente.

– Daqui dois dias – responde com a voz abafada, por sua boca estar encostada no meu peito.

– Já falou com ela, sobre ir para a fazenda?.

– Ainda não, vou falar hoje – ela responde se afastando.

– Quer tomar café? – pergunto caminhando até a mesa, na cozinha.

   Como ela não responde, olho para trás, a encontrando pensativa, chamo seu nome pelo menos três vezes até ter sua atenção em mim novamente.

– Hãm?.

– Perguntei se quer tomar café da manhã comigo, agora você come por dois – sorrio de lado fazendo graça.

– Ha, há, há, piadinha mais infame – fala enquanto puxa a cadeira e senta-se ao meu lado – A minha irmã já sabe que vamos nos casar.

    Me engasgo com o café, olho para ela franzindo a testa.

– Como já sabe? Pensei que iria contar quando fossemos para a fazenda? – pergunto sem entender.

    Claro que não tínhamos conversado a respeito, mas achei que ela preferiria contar quando estivéssemos na fazenda, mas claro que planos nunca saem como planejamos, a prova é que ela está grávida agora.

– Erick, eu tive que contar para minha irmã sobre o casamento, ela estava comigo quando descobri sobre a gravidez, aliás, foi ela que desconfiou e levou o teste para mim, porque isso nem passou pela minha cabeça – justifica, ela nem respira enquanto fala.

– E a sua tia, já sabe? – pergunto.

– Não, eu ainda não contei á ela – responde tomando um gole do suco que lhe entreguei.

   Ela não demorou muito para ir embora, porque ainda precisava ir ao hospital falar com a tia e eu aproveitei para ligar para fazenda e saber como as coisas estão, fiquei feliz por saber que Marcus esta indo bem no curso, mas Maria me disse algo que não gostei.

– Como deixaram a Suzana entrar, Maria? – pergunto exaltado passando a mão nos cabelos.

– Eu não sei meu filho, ela veio atrás de você, mas não falou o que queria. Ela parecia bem confiante e sorridente – Maria responde.

   Já prevejo uma grande confusão vindo pela frente.

– Maria, avise aos peões que a entrada dela esta proibida, não é nem para ela colocar o pé na porteira, fui claro? – pergunto tentando me controlar, para não gritar .

– Sim, meu filho.

– Ótimo, avise imediatamente – digo antes de desligar.

     Jogo meu celular em cima do sofá, suspirando cansado.

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