Parte 6

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Capítulo novo finalmente. Comemorem!!!
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29/01/2020 - Quarta-feira

Eu achei mesmo que ela ia me ligar? Sim, achei. Passei hoje o dia inteiro sem desgrudar do celular, mas, é claro, nada. Ela é uma celebridade que obviamente não vai perder tempo em ligar para um ninguém loucamente apaixonado por ela. E muito menos marcar da gente sair. Guilherme, você é mesmo muito idiota.

Toda a mídia já ficou sabendo da história da Duda/Agatha e isso só fez ela ganhar mais fãs. As pessoas ficam consolando ela no Twitter e, por mais que seja bobo, isso me deixou com ciúmes. Eu sei que eu não conheço nenhuma dessas pessoas e que são só fãs, mas o amor deixa as pessoas meio idiotas.

Nova mensagem! Acabou de chegar uma nova mensagem no meu celular! Será que a Agath... Jaqueline. A mensagem é da Jaqueline. Eu fui idiota e me iludi, de novo.

Mensagem on:

Jaqueline: Lembre-se que você disse que ia fazer o que eu quisesse. Eu já decidi o que eu quero. Sabe aquele restaurante do lado de onde eu morava que a gente foi uma vez? Me encontre lá as 21:30.

Mensagem off.

Infelizmente eu havia mesmo prometido que ia fazer o que ela quisesse. Então, como já eram 20:47 e o restaurante que ela falou ficava na cidade vizinha, eu desci as escadas da minha casa procurando o Will.

- Will! Eu vou pegar o carro, ta bom? - perguntei quando o encontrei assistindo televisão com a Milena na sala.

- Vai trabalhar a essa hora? - ele perguntou. Por enquanto ele tava me emprestando o carro para eu ir trabalhar, no fim de semana eu pretendo ir procurar um carro para mim.

- Não. Vou jantar.

- Sozinho ou com a Agatha? - a Milena perguntou. Ela sempre foi e sempre vai ser super curiosa.

- Nenhuma das opções.

- Hã?!? - a Milena e o Will disseram ao mesmo tempo.

- Vou encontrar a Jaqueline.

- O que? Achei que a Agatha ia te dar uma chance e que você não falava mais com a Jaqueline. - o Will disse confuso.

- Com quem você acha que eu consegui o telefone da Agatha? - eu disse.

- Jaqueline. - os dois murmuraram ao mesmo tempo.

- Exato. E eu devo um favor para ela pelo número. Ela pediu para eu a encontrar num restaurante as 21:30, então tenho que ir. Onde está a chave do carro? - eu tentei resumir.

- No meu quarto.

- Obrigado.

Peguei as chaves e sai. Fui a caminho inteiro torcendo para que o favor dela fosse algo descente. Entrei no restaurante e comecei a procurar um garota loira, usando uma blusa curta e transparente ou/e um shorts curto. Ao invés disso uma garota, ou melhor, uma mulher se aproximou de mim. Seus cabelos loiros estavam presos em um coque, usava uma calça jeans preta, uma blusa branca, um blazer preto também e um salto alto preto. (N/A: Eu usei a foto da Miley para representar como o Guilherme imaginava a Jaqueline, mas eu NÃO tenho nada contra ela, eu apenas quis demonstrar o estilo de roupa.)

- Guilherme, você não mudou nada mesmo. - a mulher disse.

- Jaqueline? - eu disse ainda incrédulo.

- Exatamente.

- Eu nem havia te reconhecido, você está tão... tão... diferente. - eu disse apesar que "diferente" não era o que eu queria dizer.

- Você queria dizer "Não parecendo uma put* como antes, agora está até que descente". - eu abri a boca para negar, apesar de ser isso mesmo, mas ela me interrompeu. - Não precisa negar, eu sei que é exatamente o que você pensa. Todos me dizem isso. Mas chega de enrolar, você veio aqui me fazer um favor e não saber da minha vida. Siga-me, por favor. - ela disse e saiu do restaurante.

- Mas eu achei que a gente ia ficar no restaurante... - eu disse indo atrás dela.

- Não. Eu apenas não sabia onde pedir para te encontrar e aqui foi o primeiro lugar que eu pensei. Além disso, o cozinheiro está bem velho e com péssimos hábitos de higiene. - ela disse.

- Então vamos a sua casa?

- Não. Eu não moro mais aqui ao lado, minha antiga casa pegou fogo. Nós só vamos conversar e você pode ir embora, eu iria pedir para você por telefone, mas quero ter certeza que você entendeu bem. - ela disse parando em frente ao restaurante.

- Sinto muito pela sua casa. O que aconteceu?

- Não diga que sente muito, eu sei que você não sente. - ela disse com a mesma expressão fria que ela estava desde que eu cheguei.

- Não, é sério. O que aconteceu? - eu perguntei novamente.

- Eu e umas amigas decidimos queimar os livros, cadernos e apostilas quando acabamos a escola, sempre tive vontade de fazer isso. Nós juntamos tudo no fundo meu quintal e colocamos fogo. Eu fui tonta e irresponsável o suficiente para não perceber o quanto isso podia dar errado. O fogo se descontrolou e atingiu a minha antiga casa. Meus pais estavam dentro da casa junto com os meus avôs. Assim eu fui responsável pela morte de seis pessoas. - ela falou sem demonstrar expressão alguma, como alguém fala que foi ao shopping ou à escola.

- Nossa. Eu sinto muito.

- Não sinta. Isso me fez crescer e amadurecer. Agora chega de falar sobre mim. - ela realmente mudou muito, pois antes o que ela mais amava era falar sobre si mesma.

- Tudo bem. Qual é o favor? - eu perguntei.

- A Agatha prometeu de ligar e ainda não ligou, certo? - ela nem me deu tempo de responder, apenas continuou falando. - Pelo o que eu conheço da Sofia, empresária dela, aposto que ela deve ter proibido a Agatha de ligar para você. Por que? Simplesmente porque a Sofia quer que a Agatha namore alguém famoso, como o Zac. Sendo assim, provavelmente, a Sofia vai te ligar em breve e pedir para você se afastar da Agatha. Você querer saber o que isso tem a ver comigo, certo? - fiquei esperando ela continuar a falar sem me dar tempo de responder, mas isso não aconteceu dessa vez.

- Certo. - eu disse e só assim ela continuou.

- O favor que você me prometeu será dizer a Sofia que só se afastará da Agatha se a Sofia me ligar. Eu cuido do resto.

- Mas por que você quer que a Sofia te ligue? - eu perguntei.

- Oras, a Sofia é uma empresária de uma cantora famosa. Sob pressão ela pode conseguir tudo o que eu sempre quis e... Chega! Isso não é da sua conta.

- Deixa eu ver se eu entendi, você quer que eu me afaste da Agatha? É isso? - eu perguntei.

- Sim.

- Não. Eu não vou me afastar da Agatha.

- Você me deve isso. E acho que você deve ser um homem de palavra. - a Jaqueline se virou e entrou num táxi antes que eu pudesse dizer mais qualquer coisa.

31/01/2020 - Sexta-feira

Não havia nenhuma ligação até hoje. Tinha acabado de chegar do trabalho quando meu celular tocou.

- Alô?

- Alô. Aqui é a Sofia, empresária da Agatha Albuquerque, presumo que com a sua obceção por ela deve lembrar de mim. Ela passou a semana inteira tentando ligar para você, mas eu não deixei. Provavelmente no fim de semana não vou conseguir mais segura-la, então quando ela te ligar você vai falar que não quer nada com ela e se afastar, entendeu? - a Sofia disse severamente.

- Eu... eu... - pensei na minha promessa, dei um longo suspiro e disse. - Entendi. Mas você terá que ligar para o número que eu te mandar por mensagem.

- Ótimo. Até nunca mais.

E ela desligou a ligação. Pronto. É isso. Nunca mais vou ver a Agatha/Duda na minha vida.

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Desculpe pelo tamanho, mas não aguentava mais ficar sem postar.

O Diário de Um Homem Confuso - Caderninho Roxo Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora