Em outra dimensão

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Acordei com uma dor anormal em meu abdômen, deitada em um lugar confortável pelo menos.

Quando minha visão se ajustou a claridade que emanava de uma janela, percebi que estava em um tipo de quarto de hospital.

Eu não sei como tinha ido parar naquele lugar, sua textura parecia ser irrealista.

Descartei a possibilidade de serem extraterrestres, afinal nunca acreditei nessa baboseira. Provavelmente era um rapto para fazer experiências com humanos, o que era ainda preocupante.

Eu me levantei, ainda com muita dificuldade, e precebi que estava vestindo uma camisola, aquela mesma que os pacientes usam em hospitais. Minha teoria parecia se encaixar cada vez mais.

Notei uma porta, que eu imediatamente imaginei ser o banheiro. E de fato era.

Não havia ninguém.

Fiz minhas necessidades e encontrei uma roupa perfeitamente dobrada em cima de uma mesa, com um bilhete ao lado que dizia "vista".

Eu não queria dar uma de Alice, mas era melhor uma roupa estranha de verdade do que uma meia roupa estranha.

Olhando o meu reflexo no espelho percebi algo muito bizarro.

Eu: Eita.

Eu parecia ter sido recriada pelo Kishimoto!
Continuava com meus cabelos escuros, olhos negros e cansados e minha pele ainda era pálida. Mas pelo menos neste lugar eu parecia estar com mais ou menos 1,60 de altura (É que eu tinha 1,55). Eu parecia mais conservada e com menos traços da puberdade.

Estava até que animada com essa mudança, mesmo pensando ser alguma plástica bizarra. Mas assim que me virei e abri a porta, levei um baita susto.

???: Desculpe eu não quis te assustar. Sou Tomori, sua enfermeira. – ela sorriu.

Eu: Interessante. – disse mostrando meu sorriso de sem graça.

Tomori: Imaginei que quando acordasse iria ao banheiro, então já deixei roupas preparadas para você.

Eu: Ata. Mas vem cá, por que a minha barriga dói tanto? – ela desviou o olhar em um momento de pensar.

Tomori: Ah... Isso você poderá perguntar para o hokage.

Buguei.

Eu: Tá e o que que eu tô fazendo aqui... Hokage?

Tomori: Sim. Vou pedir para um shinobi te levar até lá.

Eu: Ok.

Tomori: Por favor, me acompanhe.

Comecei a segui-la.

Aquilo não fazia sentido. Como eu poderia estar em Naruto? Isso só pode ser pegadinha do Silvio Santos.

Tomori: A propósito, qual é o seu nome? Você não é daqui, não é?

Opa. Pensa, pensa.
Meu nome de verdade é Valentina, que nome eu devo dar?

Lembrei do nome que aquela voz chamava: Haruhi. Vai ser isso mesmo.

Eu: Haruhi. É, eu não sou daqui.

Tomori: Só Haruhi?

Olhei em desespero para o meu colar. O observando melhor nas mãos, notei que havia escrito atrás do mesmo "Namikara".

Eu: Como eu não tinha percebido isso antes?

Eu: Haruhi Namikara.

Tomori: Ah.

Achei meio estranho a sua reação, mas tudo bem.

Havia um garoto de olhos verdes, pele negra e cabelos castanhos. Trajava uma roupa bem interessante e que eu já sabia que todos os shinobis usavavam.

Tomori: Este é Katzu Yamahi, ele irá te acompanhar até o prédio do hokage.

O tal Katzu olhou para mim.

Katzu: Ohayou!

Eu: Ohayou, Haruhi Namikara. – falei me apresentando, do meu jeito entediado de sempre.

Ele também reagiu de maneira estranha, pra variar. Acho que devo ter cometido um erro ao colocar esse nome.

Me despedi da enfermeira e começamos a andar pelas ruas em direção ao prédio do Hokage. Estava bem visível, visível o suficiente pra me fazer querer deixar Katzu falando sozinho e ir correndo até lá.

Ele tagarelou o caminho inteiro, eu às vezes respondia com um "ok" ou um "provável".
Estava mais concentrada em observar o caminho e as localidades ao redor.

Chegando a sala do Hokage, que eu não sabia qual era o hokage da época, Katzu bateu na porta e ouvimos uma rouca permissão.

Eu: É o velho mesmo.

Ao adentrarmos percebi que Iruka-sensei estava presente.

Katzu: Ohayou, Hokage-sama! Vim trazer a paciente.

Estranhei o seu ênfase, mas deve ser uma coisa entre eles mesmo. Não vou me intrometer para evitar a fadiga.

Velho: Ah, sim. Seja bem-vinda a nossa aldeia, menina. – me saudou e Iruka-sensei sorriu para mim.

Eu: Arigatou, sou Haruhi Namikara e tenho 14 anos.

O velho também fez uma expressão esquisita, junto do Iruka.

Velho: Iruka. – chamou o chunin.

Iruka: Sim? – se virou para o velho hokage.

Velho: Quero que arrume um sensei shinobi, seja ele da anbu ou um jonin, para a senhorita Namikara.

Iruka: Hum?

Todos se surpreenderam, até eu. O que esse velho tá pensando?

Velho: Haruhi Namikara, você aceitaria viver como uma kunoichi de Konohagaruke?

Inner: Minha nossa!

Eu: Né. Pera, quem é você?

Inner: Aceita logo caramba!

Eu: Pra mim tá de boa. – o velho sorriu.

Velho: Ótimo! Seu treinamento começa amanhã. Esteja acordada pela manhã.

Eu: E aonde eu vou dormir?

Velho: Katzu a acompanhará até seu apartamento.

Quando estávamos nos virando para ir embora, virei para fazer a pergunta que eu tanto esperava.

Eu: E só mais uma pergunta. Por que o meu abdômen dói tanto?

Parece que a minha pergunta fez se instalar uma tensão no ar.

Velho: Bem, é uma longa história. Contarei quando estiver pronta.

Inner: Espero que seja antes dele morrer.

Katzu me levou até o meu apartamento, o dele era de frente pro meu então se eu precisasse de qualquer coisa era só ir atrás dele.

A decoração do lugar era bem sem graça e parecia quase abandonada pelo tanto de pó e teia que lá havia se instalado. Mas tinha preguiça de ter que arrumar aquele cafofo, pelo menos naquele momento.

Alguns anbus passariam ainda à noite para me deixar mais roupas e uma quantidade razoável de moedas. Não iria os esperar, até porque são anbus né, não iria me preocupar.

A dor não era mais tão presente, o meu corpo apenas ansiava por descanso.

Mal caí na cama e apaguei, me esquecendo de cronometrar o despertador.

Minha vida em konohaOnde histórias criam vida. Descubra agora