Até onde uma mulher é capaz de ir para se sentir livre? Contra todas as probabilidades, Luísa vem mostrando que sabe se virar sozinha.
Atraente e bem sucedida o que não falta são meios para conseguir tudo o que quer.
Contando muita das vezes com su...
São tempos difíceis para quem acredita no amor. Costumo dizer que nasci na época errada. Nós mulheres somos enganadas, traídas, abusadas e mortas frequentemente. Temos essa bondade instaladas em nós e até uma certa inocência. Viver com o pé atrás é muito difícil, porém necessário.
Vez ou outra me vejo entrando em barcos furados em nome de um amor que nunca vingou. Quando criança adorava brincar de casamento e me vestia com lençóis brancos com a imaginação de ser um vestido de noiva.
Quanta inocência a minha. Já confiei tanto que jurei não confiar de novo. Um detalhe sobre mim é que eu adoro planejar, tinha minha vida completamente planejada até meus 30 anos, isso aos 15. Com o tempo tive que jogar o planejamento fora.
Aproveitar minha própria companhia sempre foi algo divino pra mim. Não procuro um amor em pró de carência e afins. Apenas com a intenção de dividir a vida com alguém. Nunca tive problemas para ir ao cinema sozinha, almoçar sozinha ou qualquer outra coisa.
Recentemente pude sentir meu coração mais uma vez ser arrancado do peito. Fiz tantos planos para um futuro brilhante com um rapaz chamado Augusto. Tivemos momentos incríveis juntos, como uma romântica incurável que sou, vi amor onde não tinha.
Enquanto me mantinha em um casulo com minha dor. Recebo telefonemas e e-mails de pessoas perguntando sobre minha amiga Luísa. Que por sua vez havia sumido do mapa, ninguém conseguia entrar em contato com ela.
Em anos de amizade já estive com Luísa em seus piores momentos, diria até que em momentos de loucura. Um frio na espinha me sobe enquanto lembro de coisas que passamos juntas, uma onda de preocupação toma conta de minha alma. Vou até sua casa para saber notícias.
Ao chegar não demora muito até Luísa abrir a porta. Me assusto ao vê-la, que por ser tão vaidosa mesmo em seus momentos de delírio não costumava se desleixar.
— Nossa, você tá horrível! — Soltei em um impulso ao adentrar a sala.
— Obrigada? — Disse-a em completo deboche enquanto fechava a porta.
Ao conhecer tão bem minha amiga, sabia que não estava bem. Guardei minha dor e me concentrei a ajudá-la enquanto ouvia o que tinha acontecido.
Conheço Luísa há muito anos e poucas vezes ouvi-a dizer qualquer coisa sobre sua família. Na verdade apenas ouvia o quanto ela se vangloriava de não ser parecida com nenhum deles.
Quando Luísa começa contar que sua mãe apareceu. Não sabia bem o que isso queria dizer para ela, já que elas não tinham um bom convívio.
Fomos até o hospital saber mais notícias de seu pai, mas já era tarde demais. Ele não estava mais entre nós. Naquele momento pude ver o mundo de Luísa desabar sobre seus pés.
Uma coisa é você não ter contato com sua família outra coisa é saber que não haverá oportunidade para uma reconciliação.
Luísa me pediu um tempo para digerir tudo o que estava acontecendo. Não queria deixá-la sozinha, mas não tive muita opção. Ela precisava de espaço.
Me torturava saber que não podia ajudá-la.
—
4 dias depois da morte do pai da Luísa.
Já havia passado o tempo que ela precisava para se recompor e mesmo assim Luísa continuava presa em sua bolha. Nem ao velório de seu pai ela foi. Se sentia culpada por tudo.
Tentei de todas as formas reanima-la, mas tudo parecia ser em vão. Nunca tinha a visto em tamanha tristeza.
— Eu nunca tinha perdido ninguém. — Disse Luísa me encarando.
— Faz parte do ciclo da vida. Essa é nossa única certeza. Vamos morrer um dia. Você só tem que entender que parar sua vida não vai trazê-lo de volta.
— Eu sei. Só estou cansada entende? Por tanto tempo fui indiferente com minha família e agora sinto falta deles.
— Não romantize.
— Claro que não. Lembro do que me fizeram, porém parece muito pequeno perante tudo.
— Tira esse peso dos seus ombros.
— Estou tentando. É tão difícil. — Disse-a em prantos. — A abracei. — Vai ficar tudo bem! — Eu disse.
—
Luísa quase não saia de casa, não ia trabalhar e evitava qualquer tipo de conversa. Não sabia mais o que fazer. Até eu ligar para o Maurício e contar tudo que aconteceu, que o fez voltar para a cidade imediatamente.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Olá beninxxx, um pouco sobre o lado da Lorena nessa história. O que acharam sobre a amizade das duas? Queria da esse suspense até o próximo capítulo que é o fim do reencontro de Luísa e Maurício. O que será que vem aí??? Hahaha vejo vocês no próximo capítulo. Não esqueçam de votar e comentar pra me ajudar. ♥️
