Capítulo #1

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- Se tivesse direito a uma super invenção, eu inventaria uma máquina de tele transporte! Nunca mais me atrasaria na vida e nas horas vagas iria explorar o Universo afora!

- Fala sério, Ana! Você está no mundo mágico da imaginação e ainda assim só pensa em ciência! Deixa disso. Se eu pudesse inventar uma máquina com certeza seria uma que me desse dinheiro infinito. Ao contrário do que dizem, ele pode sim trazer muita felicidade!

As duas soltaram gargalhadas. Momentos como esse eram comuns na infância de Ana e Iris, mas a vida adulta as acertou em cheio com as responsabilidades, estudos e rotina pesada.

- Você é muito podre! Sinceramente ainda não sei como somos amigas! - disse Ana.

- É que você também é podre, mas com carinha de santa!

- Bom, melhor eu ir trabalhar e deixar as más companhias pra depois.

- Ah, e não se esqueça da nossa festinha na sexta.

- Ah ta, me fala o endereço e o horário que estarei lá.

- É no meu apartamento novo.

- Nunca fui lá. Me fala o endereço.

- Te mando no celular. Eu sei que você tem uma super memória, mas não vou arriscar. Além do mais eu não lembro onde guardei a droga do endereço.

- Bom, me manda mensagem e me lembra do compromisso com antecedência, porque se eu chegar em casa na sexta, tomar banho e colocar meu pijama, nada me tira de casa!

- Ok, me lembra de eu te lembrar. Vai lá, vadia!

- Até!

Ana pagou seu almoço e voltou para o trabalho em um Laboratório de Pesquisas de Física Avançada. Após meses se dedicando a uma pesquisa, estacou em um ponto e não parecia haver direções possíveis para prosseguir... ou melhor, havia tantas possibilidades que as vertentes iriam gerar incontáveis outros campos de pesquisa e só a ideia do trabalho que isso lhe traria a deixava empolgada e exausta ao mesmo tempo.

Sua vida estava saindo quase 100% conforme o plano que havia elaborado desde a infância. Era fascinada por ciência e estudar Física foi uma escolha natural e simples. E o estágio que conseguira no laboratório lhe abriria muitas portas!

Ela não fazia ideia, porém, que um par de olhos desconhecidos a espreitava, olhos esses que pertenciam a quem não se importava nem um pouco com seus planos felizes.

Já fazia um bom tempo que ele a seguia. A rotina de Ana facilitara muito seu trabalho. Seu perfil já havia sido traçado. Todos os horários estavam meticulosamente registrados em um painel dedicado à ela. Mais de um, na verdade.

Mas ainda não era a hora de agir.

* * * *

Sexta feira chegou, e Iris mandou diversas mensagens para Ana não esquecer do compromisso. No horário combinado, lá estava ela.

- Ah, você veio! Que bom que não esqueceu! - Iris não fez questão de disfarçar o sarcasmo.

- Ficou difícil inventar uma desculpa com trocentas mensagens. Você fechou o cerco! - Disse ela, abraçando a amiga, e sussurrando uma amigável ofensa ao pé do ouvido - Vadia!

- Ahahahaahah, sempre! E eu não podia deixar você matar a sua avó de novo. Agora vem se juntar às outras quengas! Gente, essa é a Ana, minha amiga santinha e certinha que falei pra vocês! E Ana, essa é Mariana, Denise e Zoraide, ou, se preferir, Mari, Dê e Zozo.

- Prazer! Só quero dizer que não sou tão santinha, é ela que é vadia demais! - disse Ana, apontando para Iris.

Todas riram.

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