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Hoje finalmente irei conhecer esse Stephan. 

Não estou surpresa por a Cloe se apaixonar tão fácil assim. Já tive que ajudá-la várias vezes a superar caras que lhe deram um pé na bunda.

E, sinceramente, não sei como somos amigas. Somos completamente diferentes e, perto dela me sinto uma caminhoneira. A nossa amizade é um equilíbrio, deve ser por isso que nos damos tão bem.

Tomei um banho bem quente e agradeci por ter cortado meu cabelo; um corte moderno raspado nas laterais e meu crespo em cima com bastante volume.

Vesti uma calça preta, uma blusa de mangas curtas e uma jaqueta de couro também preta; para complementar um coturno preto.

Pareço um bad boy de romance clichê.

Usei um perfume, tranquei meu apartamento e sai à pé. O bar não é muito longe e eu estava atrasada. Como sempre.

Acendi um cigarro no caminho e dei uma longa tragada. Quando cheguei no bar meu cigarro já estava no fim, apaguei e joguei no lixo.

Entre no bar e nem precisei procurar por uma mesa, é quase marcada.

Me aproximei deles e a Silvio já soltou:

—Charlie, você tem um relógio em casa? — brincou o ruivo.

—Vai se foder — me sentei em uma cadeira ao lado do Troy.

Somos cinco: eu, Cloe, Troy, Silvio e Sam.

Percebi um rosto não tão conhecido ao lado de Cloe e vi que Stephan estava lá.

—Ah, o famoso Stephan! — o cumprimentei — Ouvi falar muito de você.

—Sério? — sua voz é rouca.

Olhei de relance para Cloe e ela me fuzilava com o olhar, mas com um toque de humor. Sorri.

—Você não sabe o quanto.

Ele riu.

—Eu sei o nome de todos aqui menos o seu.

—Charlie.

Conversamos bastante e a escolha da Cloe foi boa dessa vez — pelo que eu vi, eu acho que é isso.

Bebi muitas dose de tequila e estava claramente bêbada.

Decidi voltar para casa e descansar um pouco. Não posso exagerar.

●●●

Acorde bem cedo com uma ressaca horrível.

Meu celular começou a tocar e já sei que é a Cloe.

—O que você quer, Cloe? — disse assim que atendi.

—Azeda logo de manhã?

—Até parece que não me conhece, Miss Sunshine — revirei os olhos — Me diz o que você quer.

—Tá de ressaca, né?

—Isso não é óbvio? Você não pode me falar o que você quer no campus?

—Não porque eu preciso que você se arrume antes.

Cloe está inventando alguma coisa e com certeza envolve o Stephan.

Somos amigas desde o início do ensino médio e ela se tornou uma irmã para mim — que é muito para alguém que não tem família nenhuma. Ela é a minha família.

—É que... Eu vou sair com Stephan e queria que você viesse comigo.

Tá brincando?

—Tá de gozação? Por que não pode ir só vocês dois?

—Charlie, você odiou a maioria dos meus namorados, e eu não quero que você odeie ele também. — suspirou — Quero que tenham uma relação agradável.

Ele não foi o cara que fez o meu "detector de babacas" soar. Mas foram as primeiras impressões.

—E eu preciso me arrumar?

—Óbvio.

Revirei os olhos.

—Só você.

Tomei um banho bem quente e deixei a água cair sobre o meu corpo. Desejei que todas as minhas frustações, medos e decepções fossem embora.

Saí do banho e vesti uma calça jeans escura e um blusa de botão com uma jaqueta jeans, calcei o par de  tênis, peguei minhas coisas e saí.

No caminho peguei um cigarro e o acendi.

Quando cheguei no portão do campus, vi Chloe com seu semblante furioso. Sua pele cor de caramelo e seu cabelo liso preto e com franja lhe davam um ar infantil e quando está irritada fica ainda mais cômico.

—Estou te esperando há vinte minutos, Sanders! — esbravejou — V-I-N-T-E!

—Eu não pedi para me esperar — disse dando uma longa tragada e soltando a fumaça em seu rosto.

—Eu fiz essa gentileza e é assim que me retribui, idiota? — cruzou os braços.

—Se prejudicou por minha causa. Vamos logo — joguei o cigarro fora e a empurrei para dentro do campus.

Caminhamos até achar nossas respectivas salas.

AdulteryOnde histórias criam vida. Descubra agora