I Don't Know What to Do

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Yuri-

Já faziam dias, talvez semanas que eu não via Hyeri e muito menos a luz do sol. Desde o acontecido com os guardas, desde o meu surto de desespero ao ver Jessica confessando o crime dela apenas para me tirar daqui eu fui trancafiada em uma sala pequena e escura onde eu não poderia fazer nada além de me martirizar pelo o que aconteceu.

Eu estava desolada. Depois que a delegada Choi levou Jessica daqui com ela eu não tive mais notícias do seu paradeiro, muito menos suas visitas. Mesmo que por um milagre ela houvesse vindo até mim em algum determinado momento eu não teria como saber. O diretor do presídio não deixava que ninguém me informasse nada, e nem mesmo meus advogados podiam vir até mim, a única pessoa que eu estava autorizada a ver era o carcereiro ranzinza que trazia o meu almoço todos os dias, se é que aquela gororoba poderia ser chamada de almoço.

Na solitária eu só podia pensar no que estaria acontecendo lá fora longe dos meus olhos. Se Jessica estaria presa e se já teria confessado tudo o que fizera a Taeyeon, ou se de alguma forma a sua prima conseguiu livra-lá disso. Eu detestava Taeyeon, meu ódio por ela era mortal mas não posso negar que eu pedia silenciosamente para que a segunda opção tenha realmente acontecido. Jessica errou no que fez, eu tinha convicção disso, mas ela não merecia o que estaria por vir se por acaso ela for presa e condenada.

Em suas visitas Jessica me fez pensar muito sobre o que eu tinha feito com ela, sobre as perseguições, insistências e até os meus pensamentos de tirar Taeyeon do meu caminho mesmo que isso significasse vê-la morta. Há um tempo atrás, a Yuri antes da Jessica teria vergonha de mim agora. Ela estaria decepcionada por ver no que nos tornamos. Eu nunca fui a melhor pessoa do mundo, nunca fui de sentir pena de alguém ou mais afeto do que o necessário mas tudo isso mudou quando meus olhos viram os dela.

O que essa mulher havia feito comigo? Eu não conseguia entender.

É claro que eu não culpo Jessica pelas minhas ações doentias. As escolhas foram minhas, não dela. Na época fazer tudo aquilo parecia ser tão certo pra mim quanto dois e dois são quatro. Persegui-la, observá-la sem que ela soubesse, investigar sobre sua vida e o seu passado, me infiltrar entre os patrocinadores do seu restaurante. Tudo isso parecia ser o certo a se fazer porque precisamos lutar pelo o que queremos, não é? E Deus, como eu queria aquela mulher.

Mas eu estava errada e o meu amor por Jessica se tornou uma obsessão doentia em que eu já não era mais dona das minhas ações, eu era escrava delas. O meu único objetivo era ter Jessica Jung pra mim e eu não me importava com o que isso me custaria, estava disposta a perder tudo o que eu tinha, todo o dinheiro, fama, status, tudo o que fosse necessário apenas para ter a honra de finalmente chamá-la de minha.

Infelizmente nada do que eu fiz a fez minha, pelo contrário, só a afastou de mim, a fez ter medo de quem eu era e eu já havia até me conformado com isso, mesmo ainda sentindo que eu precisava dela mais que o ar que eu respiro e quando ela passou a vir até aqui, até esse lugar imundo e nojento apenas para me ver eu juro que me senti a mulher mais feliz do mundo. Ela estava me dando atenção, ela estava realmente me enxergando e naquele momento em que senti os seus olhos me olhando não com ódio mas com uma pequena gota de afeto eu senti que ainda havia esperança pra mim, que eu ainda podia conquista-lá de alguma forma e dessa vez do jeito certo.

Mas agora que Jessica se foi sem que eu soubesse nada sobre o que estaria acontecendo com ela lá fora eu não sei se ainda devia ter esperanças. Estávamos em uma sinuca de bico, ou ela se entregava ou eu assumia a culpa por ela, e a indecisão de não saber o que fazer me perturbava todo o tempo.

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