Goodbye for Now

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Tiffany-


Ela tinha o seu brilho ofuscado pela quantidade de terra seca e quebradiça que se prendia ao seu redor, mas ainda assim o objeto tinha a nossa total atenção como algo único, quase como uma raridade. Choi Sooyoung a segurava em suas mãos protegidas por uma fina luva branca, ela esfregava seus dedos compridos pela extensão do objeto a fim de retirar a camada de barro que se prendia de forma possessiva sobre ele. Lee estava ao seu lado, achei que ao encontra-lo ela ficaria finalmente satisfeita mas a sua feição só demonstrava surpresa e confusão como se ela tentasse entender como elas nunca o acharam sozinhas antes, talvez ela ainda não acreditasse que aquilo era real. Eu estava na mesma situação que ela, alheia ao mundo. Era como se ele tivesse parado por um segundo.

O paradeiro da arma nunca foi revelado a mim ou a Taeyeon. Não era do nosso interesse na verdade, tínhamos outras preocupações maiores do que o que Jessica faria com aquilo. Taeyeon estava ocupada demais tentando ficar viva depois de um tiro na cabeça e eu estava preocupada demais em procurar a melhor médica de Seul para impedir que a minha namorada morresse. Naquele bendito dia tudo aconteceu rápido demais, as coisas que foram feitas para evitar que Jessica ou até eu mesma fossemos presas sem saber o que aconteceria com Taeyeon não tinham sido planejadas da forma correta. Foi tudo ao acaso na esperança de que desse certo, de que adiquirissimos tempo suficiente para finalmente saber o que fazer com toda aquela bagunça.

Quando Jessica atirou em Taeyeon e a polícia e ambulância foram chamadas, Jessica escondeu a arma no jardim da casa dos meus pais, em um pequeno buraco que a um tempo atrás eu e Michelle usamos para enterrar um Coelho branco de estimação que havia tristemente morrido. Jessica desenterrou o corpo inanimado e já em decomposição do animal apenas para cavar mais fundo ainda e colocar a arma abaixo do corpo. "Se houver um corpo no buraco eles não vão desconfiar do buraco." Ela repetia incessantemente enquanto recolhia uma pá que estava guardada no porão para ser usada no jardim.

Eu nem ao menos soube como ela o fez, nem ao menos a vi fazer. Estava tão nervosa e tentando concluir todas as tarefas que ela designou a mim para que tudo parecesse apenas um acidente que não tive tempo para seguir seus passos. Ela apenas me deu ordens do que eu deveria fazer e dizer e foi nisso que me concentrei até que a polícia chegasse.

Depois que Taeyeon foi internada no hospital e a polícia engoliu, mesmo com dificuldade a nossa história mentirosa, Jessica desenterrou a arma e prometeu dar um fim a ela para que ninguém podesse liga-la a nós em algum momento. Eu achava que a arma não existia mais, nem ao menos me lembrava da sua aparência. Eu a vi tão rápido quanto ela atingiu Taeyeon. Seu assunto nunca fora tocado durante todos esses anos e de repente Jessica anuncia que a arma ainda existe e que ela sabe onde está. Meu Deus, será que esse sempre foi o plano dela? Se algo desse errado ela poderia se entregar com a prova de que foi ela? No que ela estava pensando ao esconder a arma e o pior... esconde-la aqui.

O Quintal da casa dos Kim nunca esteve tão movimentado. Os pais da Tae e a pequena Jisoo foram postos pra fora quase que obrigados. Choi não deixaria ninguém atrapalhar a procura dela por pistas do que aconteceu naquele dia. O senhor Kim estava possesso sendo segurado por dois policiais enquanto gritava ofensas não só para sua sobrinha mas para mim também. O pobre homem jurava que Jessica e eu éramos um casal com o intuito diabólico de acabar com a vida da sua filha mais velha e ficar com tudo o que era dela. Chegava a ser um tanto hilário devo admitir, ele realmente pensava que eu e Jessica estávamos atrás do dinheiro da Tae apenas porque ele era rico. Ele apenas esqueceu que eu e Jessica também temos dinheiro suficiente para nos sustentar sem problemas por anos. Enquanto o homem literalmente surtava aos gritos ao ver o objeto nas mãos da delegada Choi, confirmando toda a história da Jung, a pequena Jisoo se agarrava ao braço da mãe com seus olhos cheios d'água em perfeita tristeza. Ela era a única que me preocupava, que me dava vontade de abraçar e pedir desculpas por toda a confusão que causamos.

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