de outro mundo.

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Johnny seria o responsável por fechar a lanchonete aquele dia, e lá estava eu, sentada no banco dentro do vestiário do trabalho observando o teto. Eu estava nervosa. Chase me buscaria após o trabalho e iriamos fazer coisas de amigos.

Eu juro. Eu não era tão estranha em relações de amizades assim, eu só...não o conhecia, mais honestamente, eu não confiava, nem nele e dificilmente, em alguém. Respirei fundo e guardei meu celular no bolso traseiro de minha calça, me levantei e fechei meu armário. Não demorou muito para Johnny B aparecer com um sorriso sugestivo no rosto.

— Uma carroagem decentemente grande está esperando por você lá na frente. — revirei os olhos, ele podia ser tão cafona. Eu dei um meio sorriso como resposta e respirei fundo, lhe empurrando para frente junto comigo enquanto caminhávamos para o salão. — Quem é o cara?

— É só um amigo.

— Sei. — ele piscou e eu ignorei. — Até amanhã, cinderela. — brincou. 

— Até amanhã, Johnny. — eu lhe dei um breve aceno.

Do lado de dentro, da janela, eu pude ver Chase parado em frente de seu carro. Estava frio o suficiente para um outono ali. Ele usava um suéter marrom um pouco largo e calças jeans de cor escura. Seu cabelo como sempre desajeitado. Meu estômago se contorceu, o que era patético. 

Eu já havia ficado sozinha com caras no carro, com ele, repeti para mim mesma. Assim que o vento gelado chicoteou o meu rosto do lado de fora, ele abriu um sorriso e acenou com a cabeça.

Caminhei lentamente até o carro, e abri um sorriso nervoso quando parei em sua frente. 

— Está pronta? — foi isso que ele perguntou, nada além.

Puxei meu casaco para mais perto de mim e acenei com a cabeça. Estava um maldito frio.

— Onde vamos, exatamente? — perguntei abrindo a porta de carro, mas recebi o tratamento do silêncio e um sorriso animado.

Enfiou a chave na ingnição e se virou para mim. Por trás de seus cílios grossos, seus olhos brilhavam como duas jabuticabas. 

— É segredo, porém, é um lugar perfeito. — ele deu partida, e eu novamente, supliquei por ar. Olhei para o lado de fora da janela, não havia volta, e talvez eu não quisesse que estivesse. Eu precisava confiar.

Meia hora depois, com uma música um tanto quanto melancólica de fundo e algumas perguntas sobre o trabalho. Chase passou pela placa do parque Montcrest, que ficava entre Hanover e Jamesville, a cidade mais próxima. Eu o observei desconfiada, mas não recebi nada além de um sorriso. 

— Tem certeza que podemos ficar aqui esse horário? É tipo, onze e meia. — eu olhei ao redor, completamente vazio, um puro breu.

— Não. — disse ele. Estacionou em uma vaga não muito longe da entrada alternativa. Olhei para ele assustada, e ele se pôs a rir.

— Relaxa, eu sou amigo do segurança. — ele explicou.

— Você tem muitos amigos. — pensei alto demais, e ele se pos a rir novamente.

— Sim, eu gosto de fazer amigos. 

Me acalmei com a idéia de que não seriamos presos por entrar ilegalmente em propriedade da cidade. Assim que desligou o carro, puxou uma sacola do banco de trás, e duas lanternas.

— Meu pai me mataria se soubesse que eu estou com um quase estranho, em um parque escuro, sozinhos, carregando sacolas misteriosas. — olhei para Chase que deu uma longa e gostosa risada, e abriu sua porta. Saltando para fora.

Antes Que Acabe.Onde histórias criam vida. Descubra agora