ressaca, loucuras e novos começos | parte final

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Me amaldiçoei enquanto descia a escada. Me perguntava se aquilo era normal dos garotos daquela fraternidade ou não. Do lado debaixo, alguns garotos conversavam entre si, riam alto, e eu apenas queria sumir para dentro de mim.

Desci as escadas, e a casa estava como um tornado. Destruída. Algumas meninas ainda andavam pela casa, havia barulho na piscina. Me virei para trás e vi Chase e seus amigos, Hailey se juntou logo em seguida.

— Você está viva, ótimo. — Chase brincou, e eu sabia que era para mim, mesmo que não tivesse me observando. 

— É... — eu respondi ainda confusa, e aérea por conta da ressaca. — Eu agradeço o café da manhã, mas acho que vou pra casa. 

A cozinha era decente, considerando. A parede do fundo tinha um balcão que terminava na geladeira. A parede oposta era a metade do comprimento com um fogão  micro-ondas acima dele, e à esquerda do fogão, outro balcão curto, com uma cafeteira cheia de café fresco, o cheiro que emanava fazendo água na boca. A parte de trás da sala tinha uma mesa de tamanho grande  com doze cadeiras e uma grande janela que dava para o quintal.

Eu encarei os garotos a minha frente, e me vi diante a um grupo de homens que pareciam ter saído da GQ, o que está mais perto de mim, a direita, era um cara alto, com cabelo louro comprido e um rosto esculpido o suficiente para que qualquer garota gritasse "obra dos deuses". Do outro lado, um garoto de cabelos loiros e curtos também me observa, ele tem os olhos mais azuis do mundo. E então está Chase, camiseta cinza e calça preta surrada.  Me perguntei se ser gostoso era um pré-requisito para morar naquela casa. 

 Qual é fica ai, o nosso garoto aqui foi até a cidade comprar café e baguetes pro café da manhã. — GQ anunciou para mim, o que fez o meu rosto corar. Chase sorriu, mas não disse nada.

Eu não queria parecer mal educada, além do mais, eu teria que passar algumas semanas com aqueles garotos. Talvez sermos amigos ajudaria no processo do trabalho. Minhas amigas me diriam que valeria a pena aproveitar a oportunidade. 

— Então, o treinador disse que você vai ter que nos entrevistar. — olhos azuis disse, tomando um gole do que eu acreditava ser energético.

— Sim, eu não sabia que ele havia falado com vocês. — disse, me sentando na cadeira vazia. 

— Ele disse algo sobre "uma garota estará assistindo os jogos de vocês, não olhem para ela" — riu GQ.

— Sabe como é, garotos não conseguem guardar o amiguinho dentro das calças. — Hailey se intrometeu.

Chase continuou em silêncio. Ele me parecia muito quieto perto de seus amigos, cortava uma baguete ao meio, e colocava o café na xícara. Eu o observei fazendo aquilo, ele parecia pensativo. Ele se sentou em uma cadeira na bancada e me empurrou uma xícara de café, agradeci com um aceno de cabeça, o mesmo sorriu ladino.

— Espero que eles mantenham o amiguinho longe de você, Lily. — olhos azuis disse brincalhão. 

— Lily? — perguntei.

— É que não existe um bom apelido para Hailey, então colocamos Lily. — o mesmo respondeu.

Hailey pareceu não se importar com o seu comentário. E eu me perguntava o que ela fazia ali. Seu telefone tocou, ela o observou durante um tempo e saiu da mesa. Deixando olhos azuis para trás.

— Essa baguete está maravilhosa. — GQ disse. — Você é o melhor, mas, eu tenho que ir correr, sinto como se o álcool tivesse levando tudo que a de decente em mim.

— Nada? — olhos azuis brincou mais uma vez, e levou um soco no braço de GQ, o mesmo revidou. E então em segundos eles haviam iniciado uma luta infantil e se levantaram da mesa, sobrando apenas eu e Chase.

Antes Que Acabe.Onde histórias criam vida. Descubra agora